A exoneração do chefe do Departamento de Iluminação Pública de Rio Branco, indicado pelo vereador Fábio Araújo (MDB), acendeu o estopim de uma crise interna na base da prefeita Socorro Neri. A movimentação foi lida como retaliação política e pode causar o esvaziamento da base de apoio na Câmara.
A política em Rio Branco ganhou mais um capítulo turbulento nesta quinta-feira (17), após a exoneração do engenheiro Antônio José Ribeiro, chefe do Departamento de Iluminação Pública da capital. A decisão partiu diretamente do gabinete da prefeita Socorro Neri (PP) e foi publicada no Diário Oficial sem aviso prévio ao seu padrinho político, o vereador Fábio Araújo (MDB).
Araújo, que vinha sendo um dos principais defensores da prefeita na Câmara Municipal, reagiu com veemência. “Fui surpreendido. Um governo que diz prezar pelo diálogo não pode agir pelas costas dos seus aliados”, disparou o parlamentar durante a sessão desta manhã.
Nos bastidores, a leitura é de que a exoneração é um recado político. Fábio teria articulado a formação de um bloco independente dentro da base, com poder de barganha maior nas negociações de emendas e indicações. A resposta do Executivo veio na forma de uma canetada.
Outros vereadores, mesmo dentro da base, demonstraram desconforto com o episódio. “A política se constrói no diálogo, não na tesoura. É uma sinalização perigosa”, afirmou Michelle Melo (PSB).
O cargo exonerado, embora técnico, era uma das posições estratégicas para atendimento de demandas comunitárias — especialmente em ano pré-eleitoral. Com a saída de Antônio José, o setor já amanheceu desmobilizado, afetando serviços em bairros como Cidade do Povo, Calafate e Quinze.
A prefeita Socorro Neri ainda não comentou publicamente o caso. Internamente, o discurso é de que a decisão foi administrativa e que a exoneração se deu por “desempenho insatisfatório”. A justificativa, porém, não convenceu nem aliados nem a oposição.
“Todo mundo sabe que ele era um técnico de confiança. Isso é fogo amigo em ano de guerra”, disse um assessor parlamentar que pediu para não ser identificado.
A movimentação pode ter impacto direto na governabilidade. Com um racha potencializado, projetos importantes do Executivo correm risco de travar na Câmara. E mais: cresce a especulação de que Fábio Araújo pode migrar para a oposição ou se lançar como pré-candidato a prefeito em 2026.
A tensão entre o Legislativo e o Executivo se intensifica, e os próximos dias devem ser decisivos para o equilíbrio político da gestão municipal. Até lá, a iluminação pública de Rio Branco — literal e metaforicamente — segue no escuro.
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Eliton Muniz – Caboco das Manchetes
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