Manaus, AM – A Varanda Multiagência, em um movimento estratégico e necessário para o mercado, anuncia o lançamento de seu Manifesto Por Uma Comunicação Que #RepresentaQuemSomos. Esta poderosa declaração é o ápice de um trabalho contínuo e aprofundado do SACI – Somos Ação e Conexão Inclusiva, o Comitê de Diversidade e Inclusão da agência, criado no ano passado com o propósito de edificar um cenário publicitário mais equitativo e espelhado na realidade brasileira. A iniciativa busca não apenas chamar a atenção para a lacuna de representatividade, mas também inspirar ações concretas em todo o ecossistema da comunicação.
Desde a sua concepção, o SACI tem sido um catalisador de diálogos essenciais, promovendo debates e trocas construtivas entre diversos segmentos da sociedade e os profissionais que atuam no universo da publicidade. O objetivo primordial é o letramento contínuo, tanto do público interno da agência quanto do mercado em geral, sobre a intrínseca relevância dos temas de diversidade e inclusão. “O papel do SACI é esse, de trazer pautas essenciais para serem discutidas, auxiliando e promovendo ações que trarão reflexões importantíssimas não só para o mercado, mas para a construção de uma sociedade mais diversa e inclusiva, de fato”, ressalta Luan Rangel, Head de Publicidade da Varanda e membro do Comitê SACI.
O Manifesto da Varanda não se limita a um chamado genérico; ele mergulha nas profundezas da questão, questionando a persistente ausência de representatividade na comunicação e destacando como a agência tem se dedicado a projetos que realmente espelham o público real de seus clientes. A agência aponta para uma preocupante diminuição do engajamento com pautas de diversidade que são lembradas apenas em datas sazonais, como o Dia do Orgulho ou o Dia da Consciência Negra. Essa superficialidade, segundo o manifesto, gera um ciclo vicioso: marcas que ignoram a diversidade e rejeitam ideias inclusivas resultam em consumidores que não se conectam e, consequentemente, não se engajam nem compram.
Os dados apresentados no Manifesto são um alerta. Se em nível nacional 22% dos brasileiros não se identificam com a publicidade, a questão se intensifica em âmbito regional, onde as particularidades culturais e sociais são ainda mais latentes. A Varanda convida à reflexão sobre os “banzeiros” que impedem a “canoa da publicidade diversa” de navegar com plenitude. Entre esses obstáculos, o manifesto destaca a branquitude predominante nas campanhas, com 83% dos modelos em anúncios brasileiros sendo pessoas brancas, segundo pesquisa do Gemaa, que é um núcleo de pesquisa que desenvolve estudos sobre ação afirmativa e a representação de raça e gênero em instituições e mídias.
Outro ponto crítico é a minimização do movimento LGBTQIA+, tanto em quantidade quanto em importância, com representações estereotipadas e uma visibilidade muito aquém da realidade da população. O manifesto também aborda o desafio das mulheres na publicidade, que, apesar dos avanços, ainda são majoritariamente retratadas em tarefas domésticas ou relacionadas à maternidade, com mulheres negras protagonizando apenas 27% do total de anúncios publicitários.
A relevância do “tsunami prateado”, o público 50+, é outro “banzeiro” apontado. Este grupo, responsável por mais de 20% do consumo e gerando cerca de R$ 1,8 trilhão na “economia prateada”, sente uma desconexão significativa com as marcas, com 55% acreditando que não são acolhidos por produtos e serviços. O manifesto também levanta a bandeira do potencial PCD (Pessoa com Deficiência), que, embora represente 23% da população, está presente em apenas 1% da publicidade nas redes sociais.
Por fim, o documento ressalta o “Pindorama esquecido”, a representação indígena. Criadores de conteúdo originários alertam que a busca por representatividade indígena muitas vezes se limita à imagem, sem um impacto social real. A presença de pessoas indígenas em anúncios foi de apenas 0,2% na categoria de bens de consumo, um número alarmante frente à riqueza cultural e demográfica do país.
“O manifesto é uma ação muito importante, mediante o contexto de baixa representação que o mercado de publicidade se encontra. Nós, que trabalhamos com comunicação e contribuímos para formação de conceitos, ideias e até opinião, temos por ética fazer nosso ofício com responsabilidade social”, aponta Jéssica Dandara, integrante do SACI e revisora na Varanda.
Já Patrick Vidal, integrante SACI e planejamento na agência, avalia que o manifesto representa uma visão não apenas enquanto colaborador da Varanda, mas principalmente como comunicador. “Co-criar e fomentar um mercado que valorize seu povo e faça-o se ver nas mais diferentes campanhas é o objetivo base”, disse.
“Diante desse cenário complexo, a Varanda Multiagência reafirma seu compromisso de ir além da superficialidade. A agência defende a postura de instigar, questionar e sugerir o que acredita ser o correto, mesmo quando as ideias não são imediatamente aprovadas pelo mercado. O Manifesto não é apenas um compilado de palavras; é um compromisso sincero de continuar a luta por um mercado de comunicação mais justo, diverso e acolhedor”, destacou Rodrigo Motta, fundador e diretor de publicidade da Varanda.
Para ele, com este manifesto, a Varanda Multiagência se posiciona na vanguarda da transformação, convidando toda a sociedade a refletir sobre a comunicação que consumimos e produzimos. A agência reitera sua convicção de que, juntos, é possível moldar um futuro onde todos se veem representados, respeitados e celebrados na publicidade. A Varanda não é apenas uma agência; ela é um reflexo da diversidade que busca promover: “Somos Muitas, Somos Muites, Somos Muitos. Somos Varanda.”