sexta-feira, 13 junho, 2025
22.3 C
Rio Branco

Joe Don Baker, astro de ‘Justiça Selvagem’, morre aos 89 anos, deixando legado no cinema

Joe Don Baker -

Joe Don Baker, um texano de presença imponente, conquistou Hollywood com papéis que transitavam entre heróis e vilões. Conhecido por interpretar o xerife Buford Pusser em Justiça Selvagem (Walking Tall), ele trouxe autenticidade a personagens intensos, marcados por força física e emoção crua. Sua morte em 7 de maio de 2025, aos 89 anos, anunciada pela família, gerou homenagens de fãs e colegas, que celebraram uma carreira de cinco décadas. De dramas independentes a blockbusters como James Bond, Baker deixou um legado duradouro no cinema.

Nascido em Groesbeck, Texas, Baker cresceu em um ambiente que moldou sua persona durona. Após perder a mãe aos 12 anos, foi criado por uma tia e encontrou inspiração no futebol, admirando o lendário jogador Doak Walker. Sua trajetória até a atuação passou por uma graduação em administração, serviço militar e treinamento no Actors Studio, em Nova York. Essas experiências diversas deram a ele a versatilidade para papéis que exigiam tanto carisma quanto intimidação.

  • Momentos-chave da juventude de Baker:
    • Nascido em 12 de fevereiro de 1936, em Groesbeck, Texas.
    • Jogou como linebacker no ensino médio, inspirado por Doak Walker, da SMU.
    • Formou-se em administração pela North Texas State College em 1958.
    • Serviu dois anos no Exército dos EUA antes de iniciar a carreira de ator.

Seu papel em Justiça Selvagem (1973) o lançou ao estrelato, mas foi sua habilidade de transitar por gêneros — de faroestes a thrillers de espionagem — que sustentou sua carreira. Com 1,90m de altura, Baker era a escolha ideal para diretores que buscavam intensidade.

Ascensão com ‘Justiça Selvagem’
Justiça Selvagem foi um fenômeno cultural, arrecadando cerca de US$ 40 milhões com um orçamento de apenas US$ 500 mil. Baker interpretou Buford Pusser, um xerife real do Tennessee que combatia o crime com força bruta. O filme, lançado em 1973, capturou o desejo público por justiça durante o escândalo de Watergate, como o próprio Baker destacou em uma entrevista nos anos 1990. Pusser sobrevive a espancamentos, representa-se no tribunal e enfrenta criminosos com porretes de carvalho, conquistando o público.

O diretor Phil Karlson atribuiu o sucesso do filme à imagem de um herói forte e admirável. Produzido pela Bing Crosby Productions, o longa independente tocou uma fibra emocional em espectadores frustrados com a corrupção. A fisicalidade de Baker e sua capacidade de transmitir vulnerabilidade tornaram o personagem inesquecível. A violência explícita, embora polêmica, ressoou em um público ansioso por narrativas de retaliação.

  • Fatores do sucesso de Justiça Selvagem:
    • Refletiu o anseio por justiça vigilante na época.
    • Arrecadou US$ 40 milhões, equivalente a US$ 622 milhões hoje.
    • Destacou a habilidade de Baker em combinar força e profundidade emocional.

A morte trágica de Pusser em um acidente de carro em 1974 impediu Baker de estrelar a sequência. Bo Svenson assumiu o papel nos filmes seguintes, mas Baker e Karlson se reuniram em Framed (1975), outro drama vigilante ambientado no Tennessee, reforçando a reputação de Baker em papéis intensos.

Versatilidade em ‘Junior Bonner’ e ‘Charley Varrick’
Antes de Justiça Selvagem, Baker chamou atenção em Junior Bonner (1972), de Sam Peckinpah. Como o irmão mais jovem de um cowboy de rodeio (Steve McQueen), ele trouxe pragmatismo a um drama familiar. Ambientado em um Arizona rural, o filme destacou sua capacidade de atuar ao lado de uma lenda, com uma performance contida, mas essencial. Sua presença ancorou a narrativa emocional do longa.

Em 1973, Baker assumiu um papel oposto em Charley Varrick, de Don Siegel. Como Molly, um assassino de aluguel sádico, ele trouxe uma intensidade assustadora, contrastando com o ladrão astuto de Walter Matthau. Críticos elogiaram sua transição de um irmão leal em Junior Bonner para um vilão implacável, evidenciando sua versatilidade. Esses papéis estabeleceram Baker como um ator capaz de roubar cenas, fosse como herói ou antagonista.

A dualidade entre esses filmes definiu sua carreira. Em Junior Bonner, ele era um homem preso entre tradição e progresso; em Charley Varrick, um executor implacável. Essa capacidade de alternar entre papéis tornou-o uma figura única em Hollywood.

James Bond e papéis globais
Baker brilhou na franquia James Bond, mostrando sua habilidade em papéis grandiosos. Em 007 – Marcado para a Morte (The Living Daylights, 1987), ele interpretou Brad Whitaker, um traficante de armas megalomaníaco, enfrentando o 007 de Timothy Dalton. Sua presença imponente e sotaque texano tornaram Whitaker um vilão memorável. Anos depois, em 007 – GoldenEye (1995) e 007 – O Amanhã Nunca Morre (1997), Baker voltou como Jack Wade, um agente da CIA aliado de Pierce Brosnan.

A transição de vilão a aliado destacou sua versatilidade. Como Whitaker, ele era calculista; como Wade, trazia humor e lealdade. O diretor Martin Campbell, que trabalhou com Baker em GoldenEye e na minissérie Edge of Darkness (1985), elogiou sua capacidade de dar vida a personagens complexos. Em Edge of Darkness, Baker foi indicado ao BAFTA por seu papel como Darius Jedburgh, um operativo da CIA, mas perdeu para o colega Ben Peck.

  • Contribuições de Baker em James Bond:
    • Interpretou o vilão Brad Whitaker em Marcado para a Morte (1987).
    • Atuou como Jack Wade em GoldenEye (1995) e O Amanhã Nunca Morre (1997).
    • Colaborou com Martin Campbell em múltiplos projetos.

Esses papéis ampliaram sua visibilidade, levando-o a audiências globais e consolidando sua reputação como um ator versátil, capaz de transitar entre produções independentes e grandes franquias.

Início na Broadway e primeiros passos
A trajetória de Baker começou em Groesbeck, onde sua paixão pelo esporte o destacou como linebacker. Após se formar em administração e servir no Exército, ele se mudou para Nova York, onde ingressou no Actors Studio. Sua primeira experiência como ator ocorreu na faculdade, mas foi o treinamento no Studio que lapidou seu talento. Em 1963 e 1964, ele atuou na Broadway, em produções como Marathon ’33, com Julie Harris, e Blues for Mister Charlie, de James Baldwin.

Essas atuações chamaram atenção, levando-o a Los Angeles. Baker estreou na TV em séries como Honey West, Bonanza e Gunsmoke, e no cinema em Rebeldia Indomável (Cool Hand Luke, 1967) e Os Sete Magníficos Cavalgam Novamente (1969). Embora pequenos, esses papéis pavimentaram o caminho para seu sucesso na década de 1970. Sua autenticidade, moldada por suas raízes texanas, o destacou em ambos os formatos.

Papéis vigilantes e ‘Framed’
Após Justiça Selvagem, Baker abraçou papéis vigilantes que exploravam sua fisicalidade. Em Framed (1975), ele se reuniu com Phil Karlson para um drama sobre um homem em busca de vingança após uma prisão injusta. O filme ecoava os temas de justiça de Justiça Selvagem, com Baker enfrentando corrupção com determinação. No mesmo ano, ele estrelou Mitchell (1975), como um policial combatendo o crime organizado, reforçando seu nicho como herói durão.

Esses papéis conectaram-se com audiências que buscavam histórias de luta contra injustiças. A habilidade de Baker em encarnar figuras maiores que a vida o tornou um ícone do cinema de ação dos anos 1970, um período marcado por narrativas de redenção individual.

Sucesso na televisão
Baker também deixou sua marca na TV. Entre 1978 e 1979, ele estrelou Eischied, como um xerife sulista que se torna detetive em Nova York. A série, embora breve, destacou sua capacidade de carregar narrativas semanais com a mesma intensidade de Justiça Selvagem. Em 1985, sua atuação como Darius Jedburgh em Edge of Darkness rendeu uma indicação ao BAFTA. A minissérie, dirigida por Martin Campbell, foi aclamada, e Baker disse que poderia ter interpretado o personagem por anos.

  • Destaques na televisão:
    • Protagonizou Eischied como detetive (1978-1979).
    • Indicado ao BAFTA por Edge of Darkness (1985).
    • Atuou como chefe de polícia em No Calor da Noite (1989).

Seus papéis na TV complementaram sua carreira no cinema, provando sua versatilidade em diferentes mídias e consolidando sua presença na indústria.

Papéis coadjuvantes memoráveis
Além de protagonistas, Baker brilhou em papéis coadjuvantes. Em O Talentoso Ripley (The Natural, 1984), ele interpretou um rebatedor inspirado em Babe Ruth, trazendo intensidade ao épico de beisebol. Em Fletch (1985), foi um policial corrupto, adicionando tensão à comédia com Chevy Chase. Nos anos 1990, ele apareceu em Cabo do Medo (1991), de Martin Scorsese, e Marte Ataca! (1996), de Tim Burton, mostrando sua adaptabilidade.

Outros papéis notáveis incluíram Geração X (Reality Bites, 1994), O Morro da Saudade (The Grass Harp, 1995), Joe Sujo (Joe Dirt, 2001), Os Gatões (The Dukes of Hazzard, 2005) e Amor Bandido (Mud, 2012). Cada atuação reforçou sua capacidade de enriquecer narrativas com sua presença marcante.

Legado em Hollywood
A carreira de Baker foi definida por sua habilidade em dar vida a personagens intensos. Justiça Selvagem capturou um momento cultural, enquanto seus papéis em James Bond o levaram ao cenário global. Diretores como Phil Karlson e Martin Campbell valorizavam sua presença, escalando-o para papéis que exigiam força e sutileza. Sua indicação ao BAFTA por Edge of Darkness destacou sua profundidade como ator.

Suas raízes texanas deram autenticidade às suas atuações, conectando-o a papéis de homens determinados. Fosse como herói ou vilão, Baker trazia uma energia crua que ressoava com o público, garantindo um legado duradouro.

  • Contribuições marcantes:
    • Protagonizou o sucesso cultural Justiça Selvagem (1973).
    • Atuou como vilão e aliado na franquia James Bond.
    • Recebeu indicação ao BAFTA por Edge of Darkness.

Últimos anos e vida pessoal
Nos últimos anos, Baker continuou atuando, com destaque para Amor Bandido (2012), ao lado de Matthew McConaughey. Fora das telas, ele manteve uma vida reservada na Califórnia, com laços em Groesbeck. Foi casado com Maria Dolores Rivero-Torres de 1969 a 1980. Sua morte em maio de 2025 levou a uma cerimônia fúnebre em Mission Hills, Califórnia, com familiares no Texas.

Homenagens de colegas
Após sua morte, colegas como Pierce Brosnan, que trabalhou com ele em James Bond, o chamaram de “força da natureza”. Martin Campbell elogiou sua profissionalidade. Fãs compartilharam trechos de Justiça Selvagem e Edge of Darkness nas redes, celebrando seu impacto. As homenagens reforçaram sua influência em gerações de espectadores.

Apelo duradouro de ‘Justiça Selvagem’
Justiça Selvagem permanece um marco do cinema de ação. A atuação de Baker como Buford Pusser é vista como definitiva, com o filme influenciando o gênero nos anos 1970. Seu sucesso inspirou remakes, como a versão de 2004 com Dwayne Johnson, mas o original segue sendo o mais celebrado, graças à humanidade que Baker trouxe ao papel.

Influência no cinema de ação
Os papéis de Baker em Justiça Selvagem, Framed e Mitchell moldaram o arquétipo do vigilante. Seus personagens, enfrentando adversidades, inspiraram astros posteriores e filmes como Desejo de Matar. Sua autenticidade definiu um padrão para o gênero, influenciando narrativas de justiça individual.

Uma lenda texana
As raízes de Baker no Texas foram a base de sua carreira. De Groesbeck ao Actors Studio, sua jornada foi marcada por determinação. Sua autenticidade texana permeou cada papel, tornando-o um dos atores mais memoráveis de Hollywood, com um legado que ressoa até hoje.

Mais Lidas

Ex-jogador morre três meses após o irmão gêmeo

O esporte australiano está de luto neste sábado pela...

Mega-Sena acumula novamente e prêmio vai para 100 milhões

Nenhum apostador acertou as seis dezenas do concurso 2.875...

Lúcio, ex-zagueiro, é internado em Brasília após acidente doméstico

Lúcio, ex-zagueiro da Seleção Brasileira e campeão do mundo...

Últimas Notícias

Categorias populares

  • https://wms5.webradios.com.br:18904/8904
  • - ao vivo