quinta-feira, 15 maio, 2025
23.4 C
Rio Branco

Dólar abre em alta com expectativa por alívio em tarifas dos EUA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar apresentou leve alta no começo desta terça-feira (29), recuperando algumas das perdas da véspera. A movimentação acompanha a expectativa por um novo alívio tarifário nos Estados Unidos e dados da maior economia do mundo ao longo da semana.

 

Às 9h04, o dólar subia 0,15%, a R$ 5,6570. Na segunda (28), o dólar fechou em queda de 0,72%, cotado a R$ 5,647, e a Bolsa avançou 0,20%, a 135.015 pontos.

Os investidores se mantiveram atentos às incertezas comerciais envolvendo Estados Unidos e China.
I

nformações conflitantes sobre um possível acordo entre as duas maiores economias do mundo têm pautado os negócios globais. “O tema principal continua o mesmo: a incerteza quanto às tarifas norte-americanas”, disse o analista Renato Nobile, da Buena Vista Capital.

“Há uma tese de que os países emergentes têm se beneficiado, e o Brasil é um deles. O mercado está procurando alternativas fora dos Estados Unidos.”

Donald Trump afirmou, na semana passada, que consideraria uma “grande vitória” reduzir as tarifas aplicadas a produtos chineses para 50%, ante as de 145% em vigor atualmente. Em entrevista à revista Time na sexta-feira, ele também disse que conversou ao telefone com o líder chinês, Xi Jinping, sobre a guerra tarifária.

A iniciativa da conversa teria partido do mandatário asiático, segundo Trump. “Ele telefonou. E não acho que isso seja um sinal de fraqueza da parte dele”, afirmou.

Mas o regime chinês negou que tivesse havido uma conversa: “A China e os EUA NÃO estão realizando nenhuma consulta ou negociação sobre tarifas. Os EUA devem parar de criar confusão”, escreveu o Ministério das Relações Exteriores chinês, em declaração publicada pela Embaixada da China nos EUA e postada no X (ex-Twitter).

O recado foi reforçado nesta segunda por Guo Jiakun, porta-voz do Ministério. “Até onde eu sei, os dois chefes de Estado não telefonaram um para o outro recentemente. Gostaria de reiterar que a China e os EUA não realizaram consultas ou negociações sobre a questão das tarifas”, afirmou em entrevista coletiva.

“Se os EUA realmente quiserem resolver o problema por meio de diálogo e negociação, devem parar de ameaçar e chantagear a China.”
Apesar do disse-me-disse, os dois países têm sinalizado disposição para desescalar a guerra comercial.

Segundo reportagem da Reuters, o governo Trump está analisando a possibilidade de reduzir as tarifas sobre alguns produtos chineses, enquanto Pequim pediu para que todas as taxas “unilaterais” fossem canceladas.

A China hoje aplica encargos adicionais de 125% sobre produtos norte-americanos como resultado da guerra tarifária. Algumas importações já foram isentas das sobretaxas, e os chineses estão pedindo para que empresas com negócios nos dois países identifiquem quais outros produtos críticos precisam da isenção.

O cenário é misto para os operadores. Ao mesmo tempo em que a falta de informações concretas sobre as negociações impõe cautela, a mera sinalização de que um acordo é possível inspira alívio.

“Os EUA têm feito comentários sugerindo a possibilidade de um arrefecimento das tensões comerciais, mas a China tem desmentido que qualquer tipo de contato esteja acontecendo. Nesse momento, o ambiente é um pouco menos avesso ao risco e mostra que a recuperação da semana passada ainda está em curso, já que há pelo menos sinais de que o abrandamento das tensões pode acontecer”, diz Leonel Oliveira Matos, analista de inteligência de mercado da StoneX.

“Mas ainda vemos muita volatilidade à frente.”

Em Wall Street, o clima de incerteza fez os índices operarem mistos. O S&P500 ficou estável, com ligeira variação positiva de 0,10%. O Nasdaq Composite caiu 0,10%, enquanto o Dow Jones subiu 0,28%

Parte de movimento também deriva das expectativas sobre indicadores econômicos nos Estados Unidos, que incluem dados de mercado de trabalho, PIB, índice de inflação PCE e uma série de balanços corporativos.

O foco está na sexta-feira, quando serão conhecidos os números do payroll (folha de pagamento, em inglês).

“Após a forte criação de empregos em março, o relatório de emprego de abril deverá mostrar uma desaceleração, provavelmente impulsionada por políticas imigratórias mais rígidas e pelo que pode ser um número crescente de congelamentos de contratações em meio à maior incerteza econômica e aos custos tarifários”, disseram analistas do BTG Pactual em relatório.

Na cena doméstica, investidores avaliaram declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e de Gabriel Galípolo em evento promovido pelo Banco Safra.

Galípolo disse que o BC precisa reunir confiança de que a inflação está convergindo para a meta e que a política monetária está produzindo os efeitos desejados, ressaltando que não há uma variável única que vá dar essa segurança e é preciso reunir uma diversidade de dados.

“Ele não deixou nenhum sinal sobre uma possível queda de juros em breve. Galípolo reiterou que o BC fez um esforço grande para avançar a política monetária para terreno contracionista e que ainda estão mensurando em qual patamar e por quanto tempo os juros ficarão altos. O discurso mais hawkish [combativo à inflação], na minha visão, colaborou para a alta dos juros futuros hoje”, diz o economista Fabio Louzada, fundador da Eu me banco.

Já Haddad disse que a economia brasileira é grande demais para ser satélite de qualquer outro país e que a guerra comercial “é uma oportunidade para o Brasil fazer valer sua diplomacia comercial e obter vantagens bilaterais”.

Leia Também: Etanol é mais competitivo em relação à gasolina em 5 Estados, afirma ANP

Leia Também: Haddad diz que benefício teve regra ‘desarrumada’

Mais Lidas

Israel intensificou bombardeamentos em Gaza

Israel retomou os...

Cantor Chris Brown detido por agressão com garrafa em Londres

A prisão de Chris Brown em Manchester chocou o...

Joe Don Baker, astro de ‘Justiça Selvagem’, morre aos 89 anos, deixando legado no cinema

Joe Don Baker, um texano de presença imponente, conquistou...

TCE diz que investigação do MPAC é sobre atuação individual e não sobre o órgão

O Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC)...

Últimas Notícias

Categorias populares

  • https://wms5.webradios.com.br:18904/8904
  • - ao vivo