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Deputada Bia Kicis enfrenta PGR após acusações contra Moraes

Bia Kicis

Beatriz Kicis Torrents de Sordi, conhecida como Bia Kicis, emergiu como uma das figuras mais influentes da política brasileira nos últimos anos. Nascida em Resende, Rio de Janeiro, em 19 de setembro de 1961, a advogada e ex-procuradora do Distrito Federal construiu uma trajetória marcada por ativismo digital e posições conservadoras. Eleita deputada federal pelo Distrito Federal em 2018, com 214.733 votos, ela se tornou a candidata mais votada da região. Sua atuação na Câmara dos Deputados, especialmente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colocou-a no centro de debates nacionais.

Antes de ingressar na política, Kicis dedicou décadas à carreira jurídica. Formada em Direito, ela atuou como procuradora do Distrito Federal, cargo que ocupou até 2018. Durante esse período, também começou a ganhar destaque nas redes sociais, onde compartilhava conteúdos críticos ao governo de Dilma Rousseff. Sua militância online a transformou em uma referência para movimentos conservadores, pavimentando o caminho para sua candidatura.

Alexandre de Moraes
Alexandre de Moraes – Foto: Rogerio Cavalheiro / Shutterstock.com

A ascensão de Bia Kicis reflete o crescimento de uma nova direita no Brasil. Seus discursos, focados em temas como liberdade de expressão e valores familiares, conquistaram uma base fiel de apoiadores. Entre suas principais bandeiras estão:

  • Defesa da liberdade de expressão nas redes sociais.
  • Apoio a pautas conservadoras, como a proteção da família tradicional.
  • Críticas a decisões judiciais que considera excessivas.

Essa combinação de ativismo e atuação parlamentar consolidou sua posição como uma das principais vozes do Partido Liberal (PL) no Congresso Nacional.

Trajetória jurídica e entrada na política

A carreira de Bia Kicis como procuradora do Distrito Federal começou após sua aprovação em concurso público. Durante mais de duas décadas, ela trabalhou em casos relacionados à administração pública, acumulando experiência em questões legais complexas. Sua atuação no setor público foi marcada por rigor técnico, mas foi nas redes sociais que ela encontrou uma nova vocação. A partir de 2014, Kicis começou a produzir vídeos no YouTube, abordando temas como corrupção e políticas públicas.

O impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, foi um marco em sua trajetória. Como ativista digital, ela participou de manifestações e usou suas plataformas para mobilizar apoiadores. Essa visibilidade a levou a se filiar ao PSL, partido pelo qual concorreu em 2018. Sua campanha, ancorada em pautas bolsonaristas, atraiu eleitores que buscavam renovação na política. Após a vitória, Kicis se alinhou ao governo de Jair Bolsonaro, defendendo suas propostas no Congresso.

Em 2022, já filiada ao PL, ela foi reeleita com uma votação expressiva, consolidando sua influência no Distrito Federal. Sua habilidade em conectar eleitores pelas redes sociais continua sendo um diferencial. Com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, Kicis mantém um diálogo direto com sua base, publicando atualizações diárias sobre sua atuação parlamentar.

Primeira mulher na presidência da CCJ

Bia Kicis fez história ao se tornar a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, em 2021. A CCJ, considerada a mais importante da Casa, analisa a constitucionalidade de projetos de lei antes de sua votação em plenário. Durante sua gestão, Kicis priorizou pautas alinhadas ao governo Bolsonaro, como reformas administrativas e projetos de segurança pública. Sua liderança, no entanto, também gerou controvérsias, especialmente em debates sobre temas sensíveis, como a prisão em segunda instância.

Sob seu comando, a CCJ aprovou projetos que dividiram opiniões. Um exemplo foi a proposta que alterava regras da Lei da Ficha Limpa, criticada por opositores como um retrocesso no combate à corrupção. Kicis defendeu a medida, argumentando que ela garantia maior clareza jurídica. Sua postura firme durante as sessões reforçou sua imagem como uma parlamentar combativa, mas também atraiu críticas de adversários políticos.

A presidência da CCJ colocou Kicis no centro do cenário político nacional. Ela conduziu audiências públicas sobre temas como homeschooling e porte de armas, questões que mobilizam sua base eleitoral. Sua capacidade de articular apoio entre deputados de diferentes partidos foi fundamental para avançar a agenda conservadora no Congresso.

Ativismo digital e influência nas redes

A presença de Bia Kicis nas redes sociais é um dos pilares de sua popularidade. Antes mesmo de se candidatar, ela já utilizava o YouTube para discutir temas políticos, alcançando milhares de visualizações. Seus vídeos, muitas vezes gravados em formato simples, abordavam desde críticas ao Supremo Tribunal Federal até análises de projetos de lei. Essa estratégia de comunicação a tornou uma figura acessível para o público, especialmente para jovens eleitores.

No Instagram, Kicis publica conteúdos que misturam sua rotina parlamentar com mensagens motivacionais. Postagens sobre sua atuação na CCJ, como a aprovação de projetos, frequentemente recebem milhares de curtidas. Ela também compartilha momentos pessoais, como eventos com a família, para reforçar sua conexão com os seguidores. Essa abordagem gerou uma base engajada, que a defende em momentos de crise.

A deputada também enfrentou desafios por sua atividade online. Em 2021, ela foi investigada pelo Supremo Tribunal Federal por suposta disseminação de fake news. Kicis negou as acusações, afirmando que suas publicações refletem sua liberdade de expressão. O caso gerou debates sobre os limites do discurso político nas redes sociais, mas não abalou sua popularidade entre apoiadores.

Participação em pautas polêmicas

A atuação de Bia Kicis no Congresso é marcada por sua defesa de projetos que geram amplo debate. Entre as pautas que ela apoia estão:

  • Ampliação do porte de armas para cidadãos.
  • Regulamentação do homeschooling no Brasil.
  • Reformas que reduzam a burocracia no setor público.
  • Projetos que reforcem a segurança pública.

Essas propostas, embora populares entre sua base, frequentemente enfrentam resistência de partidos de oposição. Kicis, no entanto, mantém uma postura firme, participando ativamente de audiências públicas para promover suas ideias. Sua habilidade em articular argumentos jurídicos, fruto de sua formação como advogada, é um diferencial em debates acalorados.

Em 2022, a deputada esteve envolvida em discussões sobre a vacinação de crianças contra a Covid-19. Durante uma audiência pública, ela questionou a obrigatoriedade da imunização, o que gerou críticas de médicos e especialistas. Kicis defendeu sua posição, argumentando que os pais deveriam ter liberdade de escolha. O episódio reforçou sua imagem como uma parlamentar alinhada a pautas antissistema, mas também ampliou as tensões com setores da sociedade.

Acusações contra Alexandre de Moraes

Em maio de 2025, Bia Kicis voltou ao centro das atenções após fazer acusações contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Durante uma sessão da CCJ, ela afirmou que Moraes teria adulterado documentos e manipulado julgamentos. As declarações, feitas sem apresentação de provas, provocaram reações imediatas. Advogados do grupo Prerrogativas acionaram a Procuradoria-Geral da República (PGR), pedindo investigação por calúnia e difamação.

A sessão da CCJ foi marcada por debates acalorados. Kicis manteve sua posição, alegando que suas críticas se baseavam em preocupações com a transparência judicial. O caso gerou divisão entre parlamentares, com aliados defendendo seu direito de questionar o Judiciário e opositores classificando suas falas como irresponsáveis. A PGR ainda não se manifestou oficialmente sobre o pedido de investigação.

O episódio reflete o estilo combativo de Kicis, que frequentemente confronta instituições em nome de suas convicções. Suas acusações contra Moraes reacenderam discussões sobre a relação entre os poderes Legislativo e Judiciário, um tema recorrente em sua trajetória.

Liderança no Partido Liberal

A filiação de Bia Kicis ao Partido Liberal, em 2021, marcou uma nova fase em sua carreira. O PL, que se consolidou como um dos principais partidos da base de Jair Bolsonaro, ofereceu a Kicis uma plataforma para ampliar sua influência. Como uma das lideranças femininas do partido, ela participa ativamente da formulação de estratégias eleitorais e da articulação de projetos no Congresso.

No PL, Kicis integra o grupo de deputados que defendem uma agenda econômica liberal combinada com valores conservadores. Ela apoia medidas como a redução de impostos e a desburocratização, mas também prioriza pautas sociais, como a proteção da família tradicional. Sua capacidade de equilibrar esses temas a tornou uma figura central no partido.

A deputada também desempenha um papel importante na mobilização de eleitores. Durante as eleições de 2022, ela participou de eventos em todo o Distrito Federal, reforçando a campanha de candidatos alinhados ao PL. Sua popularidade no estado continua sendo um ativo valioso para o partido.

Projetos de lei em destaque

Bia Kicis é autora de diversos projetos de lei que refletem suas prioridades políticas. Um dos mais conhecidos é o PL 490/2021, que regulamenta o homeschooling no Brasil. A proposta, que tramita na Câmara, prevê que pais possam educar seus filhos em casa, desde que sigam diretrizes curriculares. Kicis argumenta que a medida garante liberdade educacional, mas críticos apontam riscos de desigualdade no acesso à educação.

Outro projeto relevante é o PL 582/2019, que amplia o acesso ao porte de armas para categorias específicas, como caçadores e colecionadores. A proposta enfrenta resistência de deputados de oposição, que temem um aumento da violência. Kicis, por outro lado, defende que o projeto fortalece a segurança individual.

Além disso, a deputada propôs mudanças na legislação eleitoral, como a revisão de regras para candidaturas. Essas iniciativas, embora polêmicas, reforçam sua imagem como uma parlamentar ativa, comprometida com a transformação do sistema político.

Engajamento com a base eleitoral

A conexão de Bia Kicis com seus eleitores é um dos fatores que explicam sua longevidade política. No Distrito Federal, ela mantém uma agenda intensa de encontros com lideranças comunitárias e eventos públicos. Suas visitas a cidades como Ceilândia e Taguatinga são frequentes, permitindo que ela ouça demandas locais e apresente suas propostas.

Durante a pandemia, Kicis organizou lives para discutir temas como saúde e economia, mantendo o diálogo com seus apoiadores. Essas transmissões, muitas vezes com a participação de especialistas, atraíram milhares de espectadores. A deputada também utiliza enquetes nas redes sociais para entender as prioridades de seu eleitorado, uma estratégia que aumenta o engajamento.

A popularidade de Kicis no Distrito Federal é evidente em sua votação recorde. Em 2018, ela superou candidatos tradicionais, e em 2022, ampliou sua vantagem. Sua habilidade em combinar ativismo digital com presença física nas comunidades é um modelo que outros políticos têm buscado replicar.

Controvérsias judiciais

A trajetória de Bia Kicis também inclui embates com o Poder Judiciário. Além da investigação por fake news em 2021, ela enfrentou processos por suposta remoção de conteúdos críticos na internet. Entre 2019 e 2023, a deputada moveu ao menos 11 ações judiciais, incluindo pedidos de retirada de publicações que considerava difamatórias. Essas ações geraram debates sobre liberdade de imprensa e o uso do Judiciário por políticos.

Em 2025, as acusações contra Alexandre de Moraes intensificaram as tensões com o STF. O grupo Prerrogativas, que representa advogados, argumentou que as falas de Kicis configuravam crimes contra a honra. A deputada, por sua vez, classificou a denúncia como uma tentativa de censura. O desdobramento do caso ainda é incerto, mas reforça a polarização em torno de sua figura.

Os embates judiciais não parecem abalar a base de Kicis. Seus apoiadores veem as investigações como perseguição política, o que fortalece sua narrativa de resistência contra o sistema. Esse discurso tem sido central em sua estratégia de comunicação.

Vida pessoal e valores

Bia Kicis é mãe de dois filhos e frequentemente destaca a importância da família em sua trajetória. Em entrevistas, ela menciona que seus valores cristãos guiam suas decisões políticas. secondary. Sua rotina como mãe e avó também aparece em suas redes sociais, onde compartilha momentos com os netos. Essa faceta pessoal humaniza sua imagem, especialmente entre eleitores que valorizam pautas familiares.

Fora da política, Kicis mantém uma vida ativa, participando de eventos esportivos e culturais no Distrito Federal. Ela também é conhecida por sua paixão por cavalos, tendo praticado equitação em sua juventude. Esses detalhes, embora menos destacados, ajudam a construir uma imagem multifacetada, que vai além do perfil combativo.

A deputada também se envolve em causas sociais, como campanhas de arrecadação para comunidades carentes. Essas iniciativas, embora pontuais, reforçam sua conexão com eleitores que valorizam ações concretas. Sua fé cristã, mencionada em discursos, é outro elemento que ressoa com parte de seu público.

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