A turnê Cowboy Carter de Beyoncé, que começou em 28 de abril de 2025 no SoFi Stadium, em Los Angeles, enfrentou dificuldades inesperadas na venda de ingressos, com mais de 3 mil assentos disponíveis horas antes da estreia. Apesar do sucesso estrondoso do álbum homônimo, que conquistou o topo da Billboard 200 e rendeu à cantora os prêmios de Álbum do Ano e Melhor Álbum Country no Grammy 2025, a procura por ingressos não acompanhou o mesmo ritmo de turnês anteriores, como a Renaissance World Tour, que arrecadou US$ 579 milhões. A turnê de 32 estádios, que percorrerá os Estados Unidos e a Europa até o encerramento em Las Vegas, em 26 de julho, foi marcada por preços elevados, revenda desenfreada e especulações sobre o impacto de polêmicas envolvendo Jay-Z, marido de Beyoncé, e sua associação com o magnata Sean “Diddy” Combs. Sob a direção criativa da própria artista, o show promete performances inovadoras, mas os desafios iniciais levantaram debates sobre a recepção do público.
A estreia em Los Angeles foi aguardada com grande expectativa, especialmente após o impacto cultural do álbum Cowboy Carter, que marcou a incursão de Beyoncé no country e a tornou a primeira mulher negra a vencer o Grammy de Melhor Álbum Country. No entanto, a alta nos preços dos ingressos, que variavam de centenas a milhares de dólares, gerou reclamações generalizadas entre os fãs desde o anúncio da turnê, em fevereiro de 2025. Alguns ingressos de seções menos privilegiadas chegaram a ser revendidos por apenas US$ 20, valor comparado ao de um lanche do McDonald’s, o que gerou memes e críticas nas redes sociais. A situação foi agravada pela ação de revendedores, que adquiriram grandes quantidades de ingressos e inflacionaram os preços, dificultando o acesso de fãs comuns.
Beyoncé e sua equipe, no entanto, mantêm otimismo. Pessoas próximas à cantora indicaram que ela e Jay-Z esperam um aumento na procura por ingressos nos próximos dias, especialmente se os preços de revenda caírem. A produção da turnê também considera reduzir valores na véspera de algumas datas para preencher assentos visivelmente vazios, uma estratégia comum em grandes eventos. Enquanto isso, a associação de Jay-Z com Diddy, que enfrenta acusações de tráfico sexual e extorsão, levantou preocupações sobre possíveis impactos na imagem do casal, embora Beyoncé permaneça confiante no apoio de sua base de fãs, conhecida como Beyhive.
- Principais desafios da turnê:
- Mais de 3 mil ingressos disponíveis no SoFi Stadium horas antes da estreia.
- Preços altos e revenda desenfreada dificultando acesso dos fãs.
- Polêmicas envolvendo Jay-Z e sua associação com Diddy.
- Comparações de ingressos baratos com preços de fast-food nas redes sociais.
O impacto do mercado de revenda
O mercado de revenda de ingressos tem sido um dos maiores obstáculos para a turnê Cowboy Carter. Revendedores, que compram grandes quantidades de ingressos para revendê-los a preços exorbitantes, dominaram as vendas iniciais, deixando muitos fãs sem opções acessíveis. No SoFi Stadium, mapas de assentos no Ticketmaster mostraram que uma parcela significativa dos ingressos disponíveis pertencia a revendedores, com preços que variavam de US$ 200 a mais de US$ 2 mil. Essa prática, comum em turnês de grande porte, gerou frustração entre os fãs, que criticaram a falta de medidas eficazes para conter a especulação.
A situação levou a uma queda drástica nos preços de alguns ingressos revendidos, especialmente nas seções mais distantes do palco. Fãs relataram encontrar entradas por US$ 20 a US$ 37, valores que contrastam com os preços iniciais e geraram comparações irônicas com itens de consumo cotidiano, como refeições de fast-food. A produção da turnê, ciente do problema, planeja monitorar a ocupação dos estádios e ajustar preços dinamicamente para atrair mais público. Essa abordagem já foi usada por outros artistas, como Taylor Swift, que reduziu valores em algumas datas da Eras Tour para garantir lotação.
Além disso, a revenda impactou a percepção pública da turnê. Nas redes sociais, especialmente no X, fãs e críticos compartilharam capturas de tela mostrando grandes áreas vazias nos mapas de assentos, alimentando a narrativa de que a turnê seria um “fracasso”. No entanto, a promotora Live Nation, responsável pela organização, afirmou que a turnê está 94% vendida em todas as datas, sugerindo que as dificuldades podem estar concentradas em mercados específicos, como Los Angeles. A discrepância entre os números oficiais e a percepção pública reflete os desafios de gerenciar expectativas em uma era de alta visibilidade digital.
O peso do sucesso de Cowboy Carter
O álbum Cowboy Carter, lançado em março de 2024, foi um marco na carreira de Beyoncé. Além de liderar a Billboard 200, o disco trouxe o single Texas Hold ‘Em, que alcançou o topo das paradas Hot 100 e Country, um feito histórico para uma artista negra. A aclamação crítica e os prêmios no Grammy 2025 consolidaram o projeto como um dos mais importantes do ano, com elogios à sua fusão de country, pop e R&B. A expectativa era de que a turnê refletisse esse sucesso, mas os desafios nas vendas de ingressos sugerem uma desconexão entre o impacto do álbum e a resposta do público aos shows ao vivo.
A escolha de Beyoncé por explorar o country, um gênero historicamente dominado por artistas brancos, foi celebrada como um ato de ruptura cultural. O álbum abordou temas de identidade, resistência e pertencimento, com participações de artistas como Willie Nelson e Dolly Parton. No entanto, alguns analistas apontam que a mudança de gênero pode ter alienado parte do público mainstream, que esperava um repertório mais próximo do pop ou R&B de álbuns anteriores, como Lemonade ou Renaissance. Essa percepção, somada aos altos preços, pode ter contribuído para a hesitação de alguns fãs em comprar ingressos.
Apesar disso, a turnê promete ser um espetáculo visual e musical. Beyoncé, conhecida por suas produções elaboradas, investiu em cenografia inovadora, com telões interativos e coreografias que celebram a estética do Velho Oeste revisitada. A setlist deve incluir faixas de Cowboy Carter, como Sweet Honey Buckin’ e 16 Carriages, além de sucessos de sua carreira, como Single Ladies e Halo. A estreia no SoFi Stadium também contará com participações especiais, embora os nomes dos convidados ainda não tenham sido divulgados, aumentando a curiosidade dos fãs.
- Aspectos do álbum Cowboy Carter:
- Liderança na Billboard 200 e Hot 100 com Texas Hold ‘Em.
- Primeiro Grammy de Melhor Álbum Country para uma mulher negra.
- Fusão de country, pop e R&B com participações de Willie Nelson e Dolly Parton.
- Temas de identidade e resistência cultural.
A polêmica envolvendo Jay-Z e Diddy
Um fator que tem gerado especulações sobre o desempenho da turnê é a associação de Jay-Z com Sean “Diddy” Combs, que enfrenta sérias acusações criminais. Em dezembro de 2024, Jay-Z foi citado em um processo que o acusava de envolvimento em um crime ocorrido em 2000, ao lado de Diddy. Embora o processo tenha sido arquivado dois meses depois, com Jay-Z celebrando a decisão como uma “vitória”, a exposição negativa gerou preocupações entre pessoas próximas a Beyoncé. Há temores de que a associação com Diddy, que aguarda julgamento por tráfico sexual e extorsão, tenha afastado ouvintes casuais, impactando as vendas de ingressos.
Beyoncé, que não foi diretamente mencionada nas acusações, tem se mantido focada na turnê e no apoio de sua base de fãs. No entanto, a controvérsia envolvendo Jay-Z, seu parceiro desde 2008 e pai de seus três filhos, trouxe um desafio adicional. Nas redes sociais, alguns usuários questionaram a reputação do casal, enquanto outros defenderam Beyoncé, argumentando que ela não deveria ser responsabilizada pelas ações de outros. A equipe da cantora trabalha para reforçar sua imagem como uma artista comprometida com a arte e a inovação, mas o impacto da polêmica no público permanece incerto.
A relação de Beyoncé e Jay-Z com Diddy remonta a décadas, com colaborações musicais e eventos sociais. No entanto, pessoas próximas ao casal afirmaram que eles veem Diddy como parte do passado e estão frustrados com a possibilidade de que a associação continue afetando a turnê. A estratégia agora é focar na qualidade do espetáculo e na conexão com os fãs, especialmente por meio de conteúdos exclusivos nas redes sociais e plataformas como o Tidal, de propriedade de Jay-Z.
A comparação com turnês anteriores
A Cowboy Carter Tour enfrenta inevitáveis comparações com a Renaissance World Tour, que foi um fenômeno global em 2023. A turnê anterior arrecadou US$ 579 milhões, com ingressos esgotados em minutos e uma produção que incluiu um cavalo prateado voador e figurinos futuristas. O sucesso financeiro e cultural da Renaissance elevou as expectativas para Cowboy Carter, mas as circunstâncias atuais, incluindo o mercado de revenda e a mudança de gênero musical, criaram um cenário mais desafiador.
Outro ponto de comparação é a Formation World Tour de 2016, que também enfrentou críticas iniciais por preços altos, mas acabou lotando estádios com uma narrativa poderosa sobre empoderamento. A Cowboy Carter Tour busca replicar essa conexão emocional, com Beyoncé usando o palco para celebrar a cultura negra e desafiar estereótipos no country. No entanto, a escala da turnê, com 32 datas em estádios, exige uma demanda constante que ainda não se materializou completamente.
Os fãs, por sua vez, têm opiniões divididas. Enquanto alguns celebram a oportunidade de comprar ingressos mais baratos devido à baixa demanda, outros lamentam a falta de acessibilidade inicial. No X, um fã relatou que seu assento no chão do SoFi Stadium foi realocado devido a uma “vista obstruída”, levantando especulações sobre ajustes na produção para acomodar um público menor. Apesar disso, a Live Nation mantém que a turnê está quase esgotada, sugerindo que o impacto das vendas pode ser superestimado nas redes sociais.
- Comparações com turnês anteriores:
- Renaissance World Tour: US$ 579 milhões e ingressos esgotados rapidamente.
- Formation World Tour: Superou críticas iniciais com narrativa poderosa.
- Cowboy Carter Tour: Desafios com revenda e mudança de gênero musical.
- Expectativas elevadas após sucessos anteriores.
Estratégias para atrair público
A equipe de Beyoncé está implementando várias estratégias para reverter o cenário de vendas. Além da possível redução de preços na véspera dos shows, a produção aposta em promoções de última hora e pacotes VIP para atrair fãs indecisos. Essas iniciativas incluem experiências exclusivas, como acesso a bastidores e itens de merchandising temáticos, que já foram bem-sucedidas em turnês anteriores.
A presença digital também é um pilar importante. Beyoncé tem usado suas redes sociais para compartilhar teasers da turnê, incluindo imagens dos ensaios e detalhes da cenografia. Vídeos curtos mostrando a preparação do palco, com elementos como chapéus de cowboy e projeções de paisagens rurais, geraram buzz entre os fãs. A hashtag #CowboyCarterTour alcançou os trending topics no X, com milhares de posts celebrando a estética do show.
Outra abordagem é a parceria com influenciadores e criadores de conteúdo, que receberam convites para cobrir a estreia em Los Angeles. Esses influenciadores, muitos deles membros da Beyhive, compartilham experiências em tempo real, incentivando outros fãs a comprar ingressos. A estratégia visa combater a narrativa negativa e destacar a grandiosidade do espetáculo, que promete ser um marco na carreira de Beyoncé.
Cronograma da turnê
A Cowboy Carter Tour abrange 32 datas em estádios, começando em Los Angeles e terminando em Las Vegas. O itinerário inclui cidades como Nova York, Chicago, Londres e Paris, com apresentações em locais icônicos como o Wembley Stadium e o Soldier Field. A turnê foi planejada para maximizar a exposição do álbum Cowboy Carter, com shows que combinam elementos teatrais e interativos.
As principais datas incluem apresentações em maio nos Estados Unidos, seguidas por uma etapa europeia em junho. O encerramento em Las Vegas, no Allegiant Stadium, promete ser um evento grandioso, com rumores de participações especiais de artistas country. A produção também planeja lançar um documentário sobre a turnê, seguindo o modelo de Homecoming e Renaissance: A Film by Beyoncé, que será disponibilizado em plataformas de streaming.
- Principais datas da turnê:
- 28 de abril: Estreia no SoFi Stadium, Los Angeles.
- Junho: Etapa europeia com shows em Londres e Paris.
- 26 de julho: Encerramento no Allegiant Stadium, Las Vegas.
- Lançamento previsto de documentário sobre a turnê.
A força da Beyhive
A base de fãs de Beyoncé, conhecida como Beyhive, permanece um dos maiores trunfos da turnê. Apesar das críticas nas redes sociais, muitos fãs defenderam a cantora, argumentando que os preços iniciais eram proibitivos e que a queda nos valores beneficiou aqueles com menor poder aquisitivo. Postagens no X destacaram a emoção de assistir a um show de Beyoncé por US$ 20, algo impensável em turnês anteriores.
A Beyhive também tem se mobilizado para combater a narrativa de “fracasso”. Fãs compartilharam vídeos de ensaios e trechos do álbum Cowboy Carter, reforçando a importância cultural do projeto. A comunidade online da cantora é conhecida por sua lealdade, e muitos acreditam que a turnê ganhará força à medida que as apresentações começarem e os vídeos dos shows circularem.
A interação de Beyoncé com os fãs também é um diferencial. Durante a Renaissance World Tour, ela homenageou membros da Beyhive com gestos como dedicatórias e presentes. Para Cowboy Carter, a expectativa é de que a cantora continue essa tradição, com momentos personalizados que fortaleçam a conexão com o público.
O impacto cultural do country
A incursão de Beyoncé no country com Cowboy Carter não é apenas um marco musical, mas também um statement cultural. O gênero, historicamente associado a artistas brancos, foi desafiado pela presença de uma mulher negra no topo das paradas. O álbum recebeu apoio de ícones como Dolly Parton, que elogiou a coragem de Beyoncé em explorar novas sonoridades. A turnê reforça essa mensagem, com figurinos e cenários que celebram a cultura negra no contexto do country.
A escolha de Los Angeles como cidade de estreia também reflete a intenção de alcançar um público diversificado. O SoFi Stadium, um dos mais modernos dos Estados Unidos, é palco de eventos que misturam música, esportes e cultura pop, tornando-se o local ideal para o lançamento de uma turnê tão ambiciosa. As próximas datas em cidades como Nashville, berço do country, serão um teste para a aceitação do projeto em mercados mais tradicionais.
A turnê também destaca a influência de Beyoncé na moda. Seus figurinos, desenhados por marcas como Chloé e Levi’s, misturam elementos clássicos do country, como botas e chapéus, com toques modernos, como cristais e cortes assimétricos. Essas escolhas têm gerado discussões nas redes sociais, com fãs replicando os looks e marcas lançando coleções inspiradas na estética da turnê.
- Impactos culturais de Cowboy Carter:
- Primeira mulher negra a vencer Grammy de Melhor Álbum Country.
- Desafio aos estereótipos do gênero country.
- Influência na moda com figurinos temáticos.
- Apoio de ícones como Dolly Parton e Willie Nelson.
Perspectivas para o futuro
A Cowboy Carter Tour é um momento crucial na carreira de Beyoncé, que busca consolidar sua versatilidade artística e sua relevância cultural. Apesar dos desafios iniciais, a turnê tem potencial para se recuperar, especialmente se a produção conseguir ajustar os preços e capitalizar a força da Beyhive. A cobertura midiática dos primeiros shows será essencial para mudar a narrativa atual e atrair novos públicos.
A longo prazo, o projeto Cowboy Carter pode redefinir a trajetória de Beyoncé no mercado musical. Sua capacidade de navegar por gêneros diversos, do R&B ao country, reforça sua posição como uma das maiores artistas da atualidade. A turnê também abre portas para colaborações futuras, com rumores de parcerias com artistas country em datas específicas, o que poderia atrair um público mais amplo.
A equipe de Beyoncé também planeja usar a turnê como plataforma para iniciativas sociais. Durante a Renaissance World Tour, a cantora apoiou causas como a educação de jovens negros e o empreendedorismo feminino. Para Cowboy Carter, espera-se que ela anuncie novas parcerias com organizações que promovam a diversidade na música country, ampliando o impacto do projeto.
- Perspectivas da turnê:
- Potencial de recuperação com ajustes de preços.
- Cobertura midiática para mudar narrativa de “fracasso”.
- Novas colaborações com artistas country.
- Iniciativas sociais para promover diversidade.