sexta-feira, 5 dezembro, 2025

Delta erra tanto que virou parte da campanha

Gladson lidera para o Senado com 25,5% e Bittar empata com Mara; Jorge Viana amarga rejeição recorde e desempenho baixo. A Delta, mais uma vez, entra no jogo como protagonista... da dúvida.

Redação - Cidade AC News - Eliton Muniz

⏱ Tempo de leitura: 2 minutos

A nova pesquisa do Instituto Delta, divulgada em 1º de agosto de 2025, reacende um padrão conhecido no cenário político acreano: números que mais geram discussão do que leitura real do eleitorado. Desta vez, o levantamento aponta Gladson Cameli (PP) com 25,5% das intenções de voto para o Senado, liderando com folga. Em segundo lugar aparece Jorge Viana (PT) com 15,06%, seguido por Mara Rocha (13,87%) e Márcio Bittar (13,50%) — tecnicamente empatados dentro da margem de erro de ±3,5%. O cenário ainda mostra Jéssica Sales (9,56%), Sérgio Petecão (7,75%), e 11,25% de indecisos. Os dados foram colhidos entre 25 e 31 de julho, em 14 municípios do Acre.

À primeira vista, os números favorecem Gladson — e com razão. Ele é o único da lista com dois mandatos majoritários nas costas, apoio institucional consolidado e uma base que, mesmo desgastada, mantém musculatura no interior e na capital. Sua liderança é legítima, mas deve ser lida com um alerta: em nenhum momento da pesquisa, nem na espontânea, o governador ultrapassa 5,12% sem ser estimulado. Isso indica um eleitor em dúvida, cauteloso, ou simplesmente desligado da corrida.

No rastro de Gladson, quem realmente avança é Márcio Bittar, não necessariamente por méritos da pesquisa, mas pelo conjunto da obra: está empatado tecnicamente com Mara, carrega a chancela do bolsonarismo raiz e conhece o tabuleiro como poucos. A hipótese de uma dobradinha entre Gladson e Bittar não é só possível — é estratégica. Uma união entre os dois resgataria a base conservadora que andou dividida nas eleições anteriores e abriria espaço para uma renovação da hegemonia de direita no estado.

Mara Rocha, apesar de tecnicamente à frente, parece patinar no mesmo dilema de sempre: tem presença, mas não tem estrutura. Tem nome, mas não tem rede. O crescimento depende menos de votos espontâneos e mais de sobras — um risco em campanhas de voto majoritário.

Jorge Viana, por sua vez, amarga a pior posição possível: segundo lugar nas intenções de voto, mas primeiro lugar absoluto na rejeição, com 25,62%. E isso tem peso. Nos últimos ciclos eleitorais, o ex-governador acumulou derrotas fragorosas — perdeu o Senado em 2018 para Petecão, perdeu o governo em 2022 para o próprio Gladson, e viu o PT minguar no Acre, onde já foi máquina dominante. A força do sobrenome já não garante voto. O legado, hoje, mais pesa do que atrai. Jorge está tecnicamente em segundo, mas politicamente em último: sem articulação clara, sem narrativa nova, e com a memória do eleitor ainda bem viva do que foi a era petista no estado.

A crítica final, no entanto, vai além dos nomes. Vai para o palco onde tudo isso se desenrola: as pesquisas. E, em especial, a Delta. O instituto que deveria medir a realidade virou personagem do enredo. O histórico não perdoa: errou em 2018, errou em 2020, errou em 2022. Seja superestimando aliados do poder, seja ignorando viradas em curso, a Delta se especializou em entregar gráficos bonitos e manchetes convenientes — quase sempre favoráveis a quem está com a caneta na mão. E agora, em 2025, entra na campanha como peça de marketing, não como bússola estatística.

No Acre, a pesquisa deixou de ser fotografia para virar roteiro de campanha. Quem segue a Delta, hoje, não lê o eleitor — lê o interesse de quem pagou pela régua.

Gladson lidera, Bittar se projeta, Jorge resiste — mas o eleitor ainda está em silêncio. E é esse silêncio que vai gritar em outubro.

“A crítica política, mesmo contundente, é parte essencial do debate democrático.”


Assinado por: Eliton L. Muniz – Cidade AC News – Rio Branco – Acre
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