
O salário mínimo nacional foi reajustado para R$ 1.518,00 em 2025, um aumento de 7,5% (R$ 106) em relação aos R$ 1.412,00 de 2024. Vigente desde 1º de janeiro, o novo valor começou a ser pago em fevereiro, beneficiando cerca de 59 milhões de trabalhadores formais, aposentados e beneficiários de programas sociais. Assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 30 de dezembro de 2024, o reajuste segue a Lei nº 14.663/2023, com a inflação de 4,84% (INPC) e um ganho real limitado a 2,5%, conforme a Lei nº 15.077/2024. Em julho de 2025, o valor já está consolidado nos contracheques, mas o poder de compra segue desafiado pelo custo de vida. A medida reflete o equilíbrio entre valorização salarial e controle fiscal.
O aumento, superior à inflação, garante um ganho real, mas a nova regra de contenção fiscal limitou o valor final, que poderia ter sido R$ 1.525,00 com base no PIB de 2023 (3,2%). A política de valorização, retomada em 2023, busca melhorar a renda, enquanto o governo enfrenta pressões para manter a sustentabilidade orçamentária.
- Novo valor: R$ 1.518,00, pago desde fevereiro de 2025.
- Reajuste: 7,5% (inflação de 4,84% + ganho real de 2,5%).
- Beneficiados: 59 milhões, incluindo trabalhadores e pensionistas.
Regras do reajuste em 2025
A política de cálculo do salário mínimo foi ajustada em 2024 para limitar o impacto fiscal. A Lei nº 15.077, aprovada em dezembro, estabelece que o reajuste considera a inflação pelo INPC (4,84% até novembro de 2024) e um ganho real de até 2,5%, independentemente do crescimento do PIB. Essa mudança resultou em um aumento menor do que o projetado pela regra anterior, que usava o PIB integral de dois anos antes (3,2% em 2023).
O Ministério da Fazenda estima que cada R$ 1 de aumento no salário mínimo gera R$ 392 milhões em despesas públicas, devido à vinculação com benefícios como aposentadorias e abono salarial. A limitação do ganho real visa conter gastos, com uma economia prevista de R$ 2 bilhões em 2025 e R$ 110 bilhões até 2030, segundo a Tendências Consultoria.
O valor de R$ 1.518,00, equivalente a R$ 50,60 por dia ou R$ 6,90 por hora, foi fixado pelo Decreto nº 12.342/2024. A nova fórmula, válida até 2030, prioriza a estabilidade fiscal, mas sindicatos criticam a restrição do ganho real, argumentando que ela reduz o potencial de melhoria na renda dos trabalhadores.
Benefícios ligados ao novo piso
O salário mínimo é a base para diversos benefícios, impactando diretamente a renda de milhões de brasileiros. Em julho de 2025, os ajustes já estão refletidos em:
- Aposentadorias e pensões: Cerca de 25 milhões de beneficiários do INSS que recebem o piso têm seus pagamentos atualizados para R$ 1.518,00.
- Abono salarial (PIS/Pasep): Mais de 4 milhões de trabalhadores recebem o valor integral do salário mínimo, agora ajustado.
- Benefício de Prestação Continuada (BPC): Idosos e pessoas com deficiência em vulnerabilidade recebem R$ 1.518,00.
- Seguro-desemprego: O piso do benefício segue o novo salário mínimo, elevando o valor mínimo pago.
Pissões alimentícias baseadas no salário mínimo também foram atualizadas. Por exemplo, uma pensão de 30% do piso agora equivale a R$ 455,40. Esses ajustes garantem que os benefícios acompanhem o aumento, mas o impacto fiscal exige controle rigoroso.

Salário líquido em julho de 2025
Embora o salário mínimo bruto seja R$ 1.518,00, descontos obrigatórios reduzem o valor recebido. A contribuição ao INSS, com alíquota de 7,5% para o piso, desconta R$ 113,85, resultando em um salário líquido de R$ 1.404,15. Trabalhadores isentos do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) não sofrem outros tributos diretos, mas descontos como vale-transporte (até 6%, ou R$ 91,08) podem ser aplicados, dependendo do contrato.
Descontos típicos:
- INSS: R$ 113,85 (7,5%).
- Vale-transporte: Até R$ 91,08, se optado.
- Outros: Contribuições sindicais ou benefícios, conforme o empregador.
Em julho de 2025, o salário líquido médio de um trabalhador formal que recebe o mínimo é de cerca de R$ 1.400,00, valor que varia conforme deduções específicas.
Pisos regionais ajustados
Alguns estados aplicam salários mínimos regionais, superiores ao piso nacional, para atender ao custo de vida local. Em julho de 2025, os valores incluem:
- São Paulo: R$ 1.804,00, reajustado em 10% a partir de 1º de julho, sem faixas salariais.
- Paraná: Entre R$ 1.984,00 e R$ 2.275,00, variando por categoria profissional.
- Rio Grande do Sul: Faixas de R$ 1.656,52 a R$ 2.099,27, com reajuste de 5,25% desde dezembro de 2024.
- Santa Catarina: Faixas de R$ 1.612,26 a R$ 1.844,40, definidas por acordos entre trabalhadores e empregadores.
- Rio de Janeiro: Faixas de R$ 1.238,11 a R$ 3.158,96, sem atualização desde 2019.
Esses pisos beneficiam categorias sem acordos coletivos, como trabalhadores domésticos e da construção civil. A falta de reajuste no Rio de Janeiro tem gerado críticas, já que os valores não acompanham a inflação.
Desafios do poder de compra
Apesar do aumento, o salário mínimo de R$ 1.518,00 não cobre as necessidades básicas de uma família, segundo o Dieese. Em junho de 2025, o salário mínimo necessário para suprir alimentação, moradia, saúde, educação, transporte, lazer e previdência é estimado em R$ 7.156,15, cerca de 4,7 vezes o piso atual.
Em grandes cidades, como São Paulo, o aluguel médio de um imóvel de 45 m² (R$ 1.700 a R$ 1.870) consome quase todo o salário mínimo. A cesta básica, que varia entre 50% e 60% do piso, também pressiona o orçamento. Em cidades menores, como Pelotas (RS), onde o aluguel médio é de R$ 837,45, o impacto é menor, mas ainda significativo. Esses dados mostram que, mesmo com o reajuste, a renda mínima segue insuficiente para garantir um padrão de vida digno.
Atualização no eSocial para domésticos
Empregadores domésticos devem atualizar o salário mínimo no eSocial para trabalhadores que recebem o piso. Em julho de 2025, o valor de R$ 1.518,00 já deve estar registrado no sistema, com ajuste manual antes do fechamento da folha de pagamento. O processo envolve:
- Acessar “Gestão de Trabalhadores” no eSocial.
- Selecionar “Dados Contratuais”.
- Informar o novo salário de R$ 1.518,00.
A atualização garante o cálculo correto de INSS e FGTS, evitando irregularidades. Para pisos regionais, como em São Paulo (R$ 1.804,00), o valor correspondente deve ser aplicado.
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