
Na manhã de 10 de junho de 2025, a influenciadora Virginia Fonseca, uma das maiores personalidades digitais do Brasil, foi indiciada pela CPI das Bets, acusada de publicidade enganosa e estelionato. A decisão, proposta pela senadora Soraya Thronicke, relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito, marca um momento crucial na investigação sobre irregularidades em plataformas de apostas online. O indiciamento ocorreu no Senado Federal, em Brasília, e envolve outros 15 nomes, incluindo influenciadores e representantes de casas de apostas. A acusação contra Virginia aponta que ela induziu seguidores a apostar com simulações irreais de ganhos, gerando lucros atrelados às perdas de seus fãs. Com mais de 53 milhões de seguidores no Instagram, o caso ganhou ampla repercussão, levantando questões sobre o futuro judicial da influenciadora e o impacto nas redes sociais.
O indiciamento não significa uma condenação imediata, mas abre um novo capítulo de investigações. O Ministério Público Federal (MPF) agora analisará o relatório da CPI para decidir se apresenta denúncia formal contra Virginia. A influenciadora, que já havia prestado depoimento em maio de 2025, tem direito ao silêncio assegurado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que gerou debates sobre a transparência de suas declarações. A seguir, detalhamos o que acontece após o indiciamento e os possíveis desdobramentos.
A notícia abalou o meio digital, especialmente entre os fãs de Virginia, que lotaram os corredores do Senado durante seu depoimento anterior. O caso também reacende discussões sobre a responsabilidade de influenciadores na publicidade de jogos de azar.

- Próximos passos judiciais: O relatório da CPI será encaminhado ao MPF, que decidirá sobre a denúncia.
- Repercussão nas redes: Fãs e críticos debatem a conduta de Virginia nas plataformas digitais.
- Mudanças no mercado: A investigação pode levar a regulamentações mais rígidas para influenciadores.
O indiciamento de Virginia é um marco na CPI, que busca esclarecer práticas irregulares no setor de apostas online.
Processo judicial em andamento
O indiciamento formalizado pela CPI das Bets é apenas o início de um longo processo. Após a entrega do relatório final, o MPF terá até 30 dias para avaliar as provas apresentadas e decidir se há elementos suficientes para uma denúncia formal. Caso o órgão opte por prosseguir, Virginia poderá responder na Justiça Federal pelos crimes de estelionato e publicidade enganosa. Esses crimes, previstos no Código Penal Brasileiro, podem acarretar penas de até cinco anos de prisão para estelionato e multas para publicidade enganosa, dependendo da gravidade.
A defesa de Virginia, representada pelo advogado Michel Saliba, expressou surpresa com o indiciamento, argumentando que a influenciadora apenas realizou campanhas publicitárias, sem violar a lei. Durante o depoimento em maio, Virginia afirmou que usava contas de demonstração fornecidas pelas plataformas de apostas, o que, segundo a relatora Soraya Thronicke, configuraria simulações enganosas. A senadora destacou que os contratos da influenciadora previam ganhos de até 30% dos lucros das empresas, diretamente ligados às perdas dos apostadores.
O processo agora depende de análises técnicas. Peritos do MPF examinarão contratos, publicidades e transações financeiras para determinar o grau de envolvimento de Virginia.
Reações imediatas à notícia
Horas após o indiciamento, Virginia publicou uma mensagem religiosa em suas redes sociais, sugerindo que “quem tenta te atrasar te promove”. A postagem, interpretada como uma resposta indireta ao caso, gerou milhares de comentários, dividindo opiniões entre apoio e críticas. Fãs defenderam a influenciadora, alegando que ela foi apenas uma contratada das plataformas, enquanto detratores apontaram a necessidade de maior responsabilidade em conteúdos patrocinados.
Nos bastidores, a equipe de Virginia reforçou a segurança em eventos públicos, como relatado em um tumulto recente em São Paulo. A influenciadora também retomou as gravações de seu programa no SBT, “Sabadou com Virginia”, sob novas regras que proíbem celulares no estúdio, medida que visa conter vazamentos de conteúdo.
A imprensa acompanhou de perto as movimentações. Portais de notícias destacaram a perda de mais de 230 mil seguidores no Instagram após o depoimento de maio, indicando um impacto na imagem pública de Virginia.
Detalhes da acusação
As acusações contra Virginia giram em torno de sua parceria com a casa de apostas Esportes da Sorte. Segundo o relatório da CPI, a influenciadora promovia jogos em suas redes sociais utilizando uma conta de demonstração, configurada para exibir ganhos fictícios. Essa prática, conforme a relatora, enganava seguidores, que acreditavam na possibilidade de lucros reais.
- Contrato com a plataforma: Previa pagamento de 30% dos lucros gerados por apostas via links da influenciadora.
- Simulações irreais: Virginia admitiu usar contas demo, mas negou intenção de enganar.
- Impacto nos seguidores: Milhares de fãs teriam apostado com base nas publicidades.
- Outros envolvidos: A CPI indiciou representantes da Esportes da Sorte e outros influenciadores.
A senadora Soraya Thronicke enfatizou que a atuação de Virginia não se assemelha a uma publicidade comum, mas explora a credibilidade construída com seus seguidores.
Mudanças no programa de TV
Enquanto enfrenta o indiciamento, Virginia mantém sua rotina profissional. O programa “Sabadou com Virginia”, exibido aos sábados pelo SBT, passou por alterações recentes. A produção proibiu o uso de celulares e equipamentos fotográficos no estúdio a partir de 9 de junho, decisão comunicada pelo diretor João Mesquita. A medida, que gerou debate entre os fãs, busca evitar distrações e vazamentos de conteúdo, prática comum em outros programas da emissora, como “The Noite” e “Programa Silvio Santos”.
A regra não está relacionada ao indiciamento, mas reflete o cuidado da equipe em proteger a imagem da apresentadora. Virginia retomou as gravações após uma pausa pessoal, marcada pelo fim de seu casamento com o cantor Zé Felipe, anunciado no início de junho.
Histórico na CPI
A convocação de Virginia para depor na CPI, em maio de 2025, atraiu grande atenção. Fãs lotaram os corredores do Senado, e a sessão teve momentos inusitados, como o senador Cleitinho pedindo fotos com a influenciadora. Durante o depoimento, Virginia respondeu a perguntas sobre suas campanhas publicitárias, mas usou o direito ao silêncio em alguns momentos, conforme decisão do STF.
A CPI das Bets, instalada em 2024, investiga irregularidades em plataformas de apostas online, incluindo manipulação de resultados e publicidades enganosas. Além de Virginia, outros influenciadores, como Deolane Bezerra, também foram indiciados por crimes como estelionato e lavagem de dinheiro.
Possíveis desdobramentos legais
O futuro judicial de Virginia depende de vários fatores. O MPF pode arquivar o caso por falta de provas consistentes ou avançar com a denúncia, levando o processo à Justiça Federal. Caso denunciada, Virginia enfrentará audiências preliminares, onde a defesa apresentará argumentos para desqualificar as acusações.
- Análise de provas: Contratos e transações financeiras serão periciados.
- Audiências: Podem ocorrer nos próximos meses, caso haja denúncia.
- Penas potenciais: Até cinco anos para estelionato, além de multas.
- Imagem pública: O caso pode afetar parcerias comerciais de Virginia.
A influenciadora também poderá buscar acordos judiciais, como a transação penal, para evitar um processo mais longo, desde que o MPF concorde.
Repercussão no mercado de influenciadores
O indiciamento de Virginia levanta questões sobre a regulamentação de publicidades feitas por influenciadores. Especialistas apontam que o caso pode acelerar a criação de normas mais rígidas, exigindo transparência em contratos e campanhas. O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) já monitora casos semelhantes, mas a CPI pode pressionar por leis específicas.
Empresas de apostas online, como a Esportes da Sorte, também estão sob escrutínio. A CPI recomendou ações contra representantes dessas plataformas, o que pode levar a multas e suspensões de operação no Brasil.
Movimentações nas redes sociais
Após o indiciamento, Virginia evitou pronunciamentos diretos sobre o caso, mas suas postagens continuaram a gerar engajamento. A influenciadora já enfrentou outros desafios públicos, como alertas sobre golpes usando sua voz e internações de seu filho, José Leonardo, por problemas respiratórios. Sua habilidade em manter a relevância digital, mesmo em momentos de crise, é um fator que intriga analistas de redes sociais.
A base de fãs de Virginia, composta majoritariamente por jovens, segue ativa, organizando caravanas para as gravações de seu programa e interagindo em suas postagens. No entanto, o impacto do indiciamento em suas parcerias comerciais ainda é incerto.
Próximos passos da CPI
A CPI das Bets planeja votar o relatório final na semana seguinte ao indiciamento, consolidando as recomendações de Soraya Thronicke. Além dos indiciamentos, a comissão propõe medidas para regulamentar o setor de apostas, como a exigência de certificação para plataformas e a proibição de publicidades enganosas.
O trabalho da CPI já resultou em maior fiscalização de casas de apostas, com algumas plataformas suspendendo campanhas com influenciadores. O caso de Virginia, por sua visibilidade, pode servir como precedente para futuras investigações.




