sexta-feira, 5 dezembro, 2025

Trump eleva tarifas contra China a 125% e corta taxas para outros países em pausa de 90 dias

Trump Potus

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira, 9 de abril, com o presidente Donald Trump anunciando um aumento drástico das tarifas sobre produtos chineses, que passaram de 104% para 125%, com efeito imediato. A medida, divulgada por meio de sua plataforma Truth Social, reflete a escalada das tensões entre as duas maiores economias do mundo, após semanas de ameaças e retaliações mútuas. Trump justificou a decisão apontando a “falta de respeito” da China aos mercados globais, afirmando que o país asiático não pode mais explorar os Estados Unidos e outras nações de forma “sustentável ou aceitável”. A iniciativa ocorre dias após o início de um tarifaço global, que impôs taxas de até 50% sobre mais de 60 países, desencadeando uma onda de reações no comércio internacional. Na mesma publicação, o presidente surpreendeu ao revelar uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas aplicadas a outras nações, reduzindo-as para 10%, uma decisão que ele atribuiu ao interesse de mais de 75 países em negociar com os Estados Unidos. Esse movimento busca equilibrar pressão econômica e diálogo, enquanto os mercados financeiros oscilam diante da incerteza.

A decisão de elevar as tarifas contra a China veio após Pequim retaliar com uma taxa de 84% sobre importações americanas, anunciada horas após a entrada em vigor dos 104% iniciais impostos por Trump. A medida chinesa, que substituiu uma tarifa anterior de 34%, atinge setores como agricultura, energia e manufatura, intensificando o conflito comercial. Enquanto isso, a pausa de 90 dias para outros países sinaliza uma tentativa de evitar uma recessão nos Estados Unidos, após quedas acentuadas no mercado de ações, com o Dow caindo 320 pontos e o S&P 500 recuando 1,57% no último pregão. A redução temporária para 10% nas tarifas recíprocas, que antes variavam entre 11% e 49%, reflete negociações em curso com nações como Japão, Coreia do Sul e membros da União Europeia, que buscam mitigar os impactos econômicos.

O impacto imediato das tarifas elevadas contra a China já é sentido em cadeias de suprimentos globais. Produtos como eletrônicos, têxteis e bens de consumo, amplamente importados da China, devem encarecer nos Estados Unidos, afetando desde grandes varejistas até consumidores finais. Dados recentes mostram que a China foi responsável por US$ 439 bilhões em exportações para os Estados Unidos em 2024, o que torna o país o segundo maior parceiro comercial americano, atrás apenas do México. A nova taxa de 125%, somada às tarifas anteriores de Trump e às mantidas pelo governo Biden, eleva o custo médio de importação chinesa a níveis nunca vistos, pressionando empresas a buscar alternativas em nações como Vietnã e Índia.

Reação da China às novas tarifas

Pequim respondeu rapidamente ao aumento das tarifas americanas, elevando suas próprias taxas sobre produtos dos Estados Unidos de 34% para 84%. A decisão foi anunciada na manhã de 9 de abril, logo após a entrada em vigor dos 104% iniciais de Trump, e intensificada com a nova taxa de 125%. Setores como agricultura, com destaque para soja, carne suína e aves, além de energia, incluindo petróleo bruto e gás natural liquefeito, estão entre os mais afetados pelas medidas chinesas. Em 2024, os Estados Unidos exportaram US$ 144 bilhões em bens para a China, e a retaliação deve atingir duramente produtores agrícolas americanos, que já enfrentaram perdas de US$ 27 bilhões durante a primeira guerra comercial de Trump, entre 2018 e 2020.

O Ministério do Comércio da China classificou as tarifas americanas como “um erro sobre outro erro”, prometendo “lutar até o fim” para proteger seus interesses. A escalada reflete a resistência de Pequim em ceder às pressões de Trump, que também exigiu ações contra o tráfico de fentanil e manipulação cambial. Diferentemente de outros países, que buscaram negociações, a China optou por uma postura de confronto, ampliando tarifas sobre bens agrícolas e industriais americanos, o que pode agravar a inflação nos Estados Unidos e impactar os preços de alimentos e combustíveis.

Pausa de 90 dias: alívio temporário

Anunciada na mesma publicação na Truth Social, a pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas para mais de 75 países reduz as taxas de import7 (Truncado) 10% durante o período, começando imediatamente em 9 de april. Trump justificou a decisão com o fato de que nações como Canadá, México, Japão e membros da União Europeia entraram em contato com os Departamentos de Comércio, Tesouro e o USTR (Escritório do Representante Comercial dos EUA) para negociar soluções para os desequilíbrios comerciais. Países como o Canadá, que enfrentava tarifas de 25% desde fevereiro, e o México, com tarifas semelhantes, agora têm um respiro temporário, enquanto nações como Vietnão (46%) e Camboja (49%) veem suas taxas reduzidas para 10%.

  • Redução para 10%: aplica-se a todos os países exceto China.
  • Duração: 90 dias, a partir de 9 de abril.
  • Objetivo: evitar recessão e incentivar negociações.

A pausa aliviou a pressão imediata sobre os mercados, mas analistas alertam que os 90 dias podem não ser suficientes para resolver disputas comerciais complexas, especialmente com a China fora do acordo.

Impacto nos mercados globais

A escalada das tarifas entre Estados Unidos e China desencadeou reações imediatas nos mercados financeiros. No dia 8 de abril, o Dow Jones caiu 320 pontos, o S&P 500 recuou 1,57% e o Nasdaq despencou 2,15%, refletindo temores de uma recessão iminente. A pausa de 90 dias trouxe alívio temporário, com Wall Street abrindo mista em 9 de abril, mas a incerteza persiste. Empresas como Apple, Nike e GE HealthCare, que dependem de manufatura na China, viram quedas significativas em suas ações, enquanto varejistas como Walmart ajustaram projeções de lucro devido aos custos elevados das tarifas.

O fortalecimento do dólar frente a moedas como o peso mexicano e o dólar canadense ajudou a mitigar parte do impacto, mas o aumento nos preços de bens importados, como eletrônicos e calçados, já pressiona consumidores americanos. Economistas estimam que as tarifas contra China, México e Canadá possam custar ao lar médio americano até US$ 1.000 por ano, com setores como automotivo e energia enfrentando aumentos adicionais de até US$ 2.700 por veículo.

Histórico da guerra comercial

A disputa comercial entre Estados Unidos e China remonta à primeira gestão de Trump, entre 2018 e 2020, quando tarifas de até 25% foram impostas sobre produtos chineses. O governo Biden manteve muitas dessas taxas, elevando a média para 20,8%, mas Trump, ao reassumir o poder em 2025, intensificou a política. Em fevereiro, ele impôs 10% sobre todos os produtos chineses, seguido por 20% em março e 34% em abril, antes do salto para 104% e agora 125%. A China respondeu em cada etapa, começando com 15% em 2024 e chegando a 84% em 9 de abril.

Outros países, como Canadá e México, enfrentaram tarifas de 25% em fevereiro, reduzidas temporariamente para 10% com a pausa. A União Europeia, com 20%, e o Vietnã, com 46%, também foram alvos do tarifaço de 2 de abril, conhecido como “Dia da Libertação” por Trump, que elevou a média ponderada de tarifas americanas de 2% para 24%, a maior em um século.

Setores mais afetados nos EUA

Vários setores americanos sentirão o peso das tarifas elevadas contra a China. A indústria de eletrônicos, que importa smartphones, laptops e consoles da China, enfrentará custos adicionais, com empresas como Best Buy alertando para aumentos de preços. O setor agrícola, já vulnerável desde 2018, sofrerá com as retaliações chinesas, que atingem exportações como soja e carne suína, cruciais para estados como Iowa e Illinois.

O setor automotivo, com cadeias de suprimentos integradas entre Estados Unidos, México e Canadá, verá custos subir mesmo com a pausa, já que muitas peças ainda cruzam fronteiras. Produtos de consumo básico, como roupas e calçados, também terão preços elevados, com 37% dos calçados americanos vindo da China e 30% do Vietnã, ambos sob tarifas significativas até a redução temporária.

Resposta de outros países

Além da China, outras nações reagiram ao tarifaço de Trump. O Canadá, que impôs tarifas retaliatórias de CAD$ 30 bilhões em março, suspendeu uma segunda onda de CAD$ 125 bilhões após a pausa de 90 dias. O México, que planejava retaliações em 9 de abril, recuou temporariamente, mas mantém a ameaça de taxas sobre bens americanos. A União Europeia, com tarifas de 20%, votará em 10 de abril medidas de retaliação, incluindo a retomada de taxas de 2018 sobre produtos como bourbon e motocicletas.

Países como Vietnã e Camboja, com tarifas de 46% e 49% reduzidas para 10%, buscam negociações, enquanto a Turquia, com 10%, prevê superar a crise com menos impacto devido a exportações diversificadas. O Brasil, também com 10%, aprovou uma lei de reciprocidade para retaliar, mas aguarda os desdobramentos dos 90 dias.

Estratégia de Trump com tarifas

Aumentar as tarifas contra a China para 125% e oferecer uma pausa aos demais países reflete a estratégia de Trump de pressionar adversários enquanto abre espaço para aliados negociarem. Ele descreve as tarifas como uma ferramenta para reduzir o déficit comercial americano, que atingiu US$ 1,2 trilhão em 2024, e repatriar manufatura. A Casa Branca afirma que os US$ 1,2 trilhão em receita tarifária ao longo da próxima década financiarão prioridades como segurança nacional e produção doméstica.

Críticos, incluindo economistas e até aliados como o senador Chuck Schumer, alertam que as tarifas ampliam a inflação e prejudicam consumidores, com poucos ganhos reais em empregos industriais. A pausa de 90 dias é vista como um recuo tático para evitar um colapso econômico imediato, mas a exclusão da China do alívio sinaliza que o confronto com Pequim é prioridade.

Cronograma das tarifas em 2025

As tarifas seguem um cronograma dinâmico em 2025, com mudanças rápidas refletindo a política de Trump. Em fevereiro, Canadá, México e China enfrentaram tarifas iniciais de 25% e 10%, respectivamente. Em 2 de abril, o tarifaço global elevou taxas para até 50%, com China em 34% sobre os 20% existentes. Em 9 de abril, a China subiu para 125%, enquanto outros países caíram para 10% por 90 dias.

  • 9 de abril: China a 125%, outros a 10% (pausa começa).
  • 8 de julho: fim da pausa de 90 dias, salvo negociações.
  • Ajustes: Trump pode alterar taxas com base em retaliações ou acordos.

O calendário mantém a pressão sobre a China e dá tempo para negociações com outros parceiros.

Impacto nos consumidores americanos

Os consumidores americanos já sentem os efeitos das tarifas. Produtos eletrônicos, como smartphones e laptops, devem subir de preço, com a Best Buy prevendo ajustes iminentes. Alimentos importados do México, como abacates e frutas, que respondem por 50% das importações de frutas e nozes dos EUA, ficarão mais caros, mesmo com a pausa. Gasolina, dependente de petróleo canadense (70% das importações do Meio-Oeste), pode aumentar até US$ 0,50 por galão.

Estudos estimam que as tarifas contra China, México e Canadá custarão US$ 1.072 por família ao ano, com o setor automotivo adicionando até US$ 2.700 por veículo. A pausa de 90 dias alivia temporariamente a pressão, mas o confronto com a China mantém a incerteza sobre os preços a longo prazo.

Negociações em andamento

Mais de 75 países iniciaram negociações com os Estados Unidos após o tarifaço de 2 de abril. Japão e Coreia do Sul, com tarifas de 10%, buscam acordos permanentes, enquanto a União Europeia planeja oferecer redução de tarifas sobre carros (de 10% para 2,5%) e aumentar compras de gás natural liquefeito americano. O Canadá e o México, com histórico de negociações bem-sucedidas com Trump, como o USMCA em 2020, lideram as conversas para evitar o retorno dos 25%.

A China, excluída da pausa, resiste a negociações, mantendo a postura de retaliação. O prazo de 90 dias, até 8 de julho, será decisivo para determinar se as tarifas recíprocas voltam aos níveis anteriores ou se acordos bilaterais as reduzem permanentemente.

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