Decisão do Supremo não decreta prisão, mas mantém vigilância sobre condutas futuras
[Cidade AC News – Brasília] — O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (24) não acatar o pedido de prisão preventiva contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, mantendo sua liberdade mediante uso de tornozeleira eletrônica e uma série de restrições judiciais. A decisão, no entanto, foi lida por analistas e ministros da Corte como um último sinal de tolerância institucional. Em outras palavras: um passo em falso a mais pode ser o suficiente para que a liberdade do ex-mandatário seja revogada.
O pedido de prisão havia sido articulado por parlamentares da oposição, que acusam Bolsonaro de desrespeitar medidas cautelares impostas pela Corte, sobretudo no que tange à sua presença digital. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também emitiu parecer sinalizando “preocupação com o comportamento reincidente” do ex-presidente, mas optou por não endossar a prisão neste momento.
A votação, conduzida eletronicamente em plenário virtual, terminou com 6 votos contra a prisão e 5 favoráveis, refletindo a divisão interna da mais alta instância do Judiciário. O voto de minerva, como já se tornou comum, partiu do ministro Alexandre de Moraes, que reconheceu a gravidade dos fatos, mas avaliou que ainda cabem advertências formais antes de qualquer medida mais drástica.
Segundo apurou o Cidade AC News, o que pesou a favor de Bolsonaro foi a ausência de novos episódios concretos de desobediência após a instalação da tornozeleira, somado à pressão de bastidores envolvendo o clima institucional do país. Mesmo assim, fontes da Corte confidenciaram que qualquer nova postagem, discurso ou aparição considerada “provocadora” poderá fundamentar um pedido de prisão relâmpago.
A decisão reacendeu o debate sobre o chamado “estado de exceção seletivo”. Parlamentares de direita alegam que a liberdade de expressão está sendo comprimida por critérios políticos, enquanto setores progressistas apontam que Bolsonaro estaria testando os limites do Judiciário com ações provocativas.
A defesa do ex-presidente comemorou o resultado e reafirmou que ele “cumpre rigorosamente todas as determinações legais”. Já os setores da esquerda acusaram o Supremo de “fraquejar diante de um reincidente”. A líder da oposição, deputada Juliana Teixeira (PSOL-SP), foi direta: “Bolsonaro desafia o STF abertamente e nada acontece. Isso abre precedente para qualquer um desrespeitar decisões judiciais”.
Do lado do Planalto, o presidente Lula manteve o silêncio oficial, mas aliados próximos afirmaram que o presidente vê com cautela qualquer movimentação que possa elevar a temperatura institucional no país. “Prender Bolsonaro agora poderia transformá-lo num mártir em ano pré-eleitoral”, confidenciou um interlocutor.
A decisão também mexeu com o mercado: o dólar teve leve alta, refletindo a tensão política, e ações de empresas estatais oscilaram. “Instabilidade institucional ainda é o maior risco do Brasil em 2025”, apontou relatório da XP Investimentos.
Enquanto isso, Bolsonaro segue monitorado por tornozeleira eletrônica, proibido de deixar o país, manter contato com investigados ou fazer discursos políticos em ambientes públicos. Mas a dúvida permanece: por quanto tempo esse equilíbrio será sustentado?
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✍️ Eliton Lobato Muniz
Cidade AC News – Rio Branco – Acre






