A Qyta, subsidiária da gigante chinesa Meituan, chega ao Brasil em 2025 e promete transformar o mercado de delivery com tecnologia, preços agressivos e foco regional.
A chegada da Qyta ao Brasil, subsidiária da gigante chinesa Meituan, promete reconfigurar o mercado nacional de delivery. Com um investimento de R$ 5,6 bilhões nos próximos cinco anos, a empresa mira diretamente a liderança do iFood, apostando em tecnologia, preços agressivos e forte presença no Norte e Nordeste.
Por que a chegada da Qyta importa para o mercado de delivery no Brasil?
A Meituan é uma das maiores plataformas de tecnologia e delivery do mundo, com mais de 770 milhões de usuários e 98 milhões de pedidos diários apenas na China. A entrada da Qyta no Brasil não é apenas mais uma aposta estrangeira — é uma estratégia bem financiada e operacionalmente afiada que já mostrou resultados expressivos em mercados como Hong Kong e Arábia Saudita.
Em Hong Kong, a Qyta conquistou 44% do mercado em dois anos. Na Arábia Saudita, abocanhou 10% em apenas quatro meses.
Como a Qyta pretende conquistar o consumidor brasileiro?
O plano da Qyta é baseado em quatro pilares claros e agressivos:
1. Tecnologia e Inteligência Artificial
Rotas mais inteligentes, entregas em 30 a 40 minutos e sistema de “on-time promise” — onde atrasos geram compensações automáticas ao cliente.
2. Preço Agressivo e Frete Grátis
Campanhas com comissão zero para restaurantes, frete grátis e cupons massivos para novos usuários nos seis primeiros meses de operação.
3. Marketing Local
A empresa adapta sua linguagem ao dialeto e cultura de cada região, priorizando campanhas regionais, pratos locais e presença forte no digital.
4. Expansão Regional Estratégica
A Qyta vai começar forte no Nordeste e Norte, com a contratação de 1.000 colaboradores — 90% brasileiros — priorizando cidades periféricas às capitais.
“Enquanto o Sul e Sudeste são saturados, o Nordeste é o novo motor do país”, destaca o especialista Rafael Silva, do canal Lucrando com Delivery.
Impacto nos restaurantes e entregadores: ameaça ou oportunidade?
Para restaurantes e entregadores, a chegada da Qyta representa uma nova avenida de lucros, principalmente no período inicial, onde a empresa subsidia taxas e oferece melhores comissões.
“Se você não tem exclusividade com o iFood, essa é a hora de testar o novo player”, alerta Rafael Silva.
Além disso, com a estrutura operacional enxuta e uma tecnologia avançada, a expectativa é de que os problemas crônicos enfrentados em outras plataformas (como atrasos, suporte falho e bugs) sejam corrigidos já na largada.
A grande pergunta: dá para enfrentar o iFood?
Apesar da dominância absoluta do iFood no Brasil, nenhum mercado global de delivery é monopolizado. Em países líderes no setor, o padrão é um duopólio, com dois grandes players dividindo de 25% a 40% do mercado cada.
No Brasil, a Qyta pretende ocupar esse espaço vazio, onde 99 Food e Rappi não conseguiram se consolidar. E tem bala na agulha para isso: os R$ 5,6 bilhões prometidos para os próximos 5 anos superam em muito os aportes de concorrentes anteriores.
O mercado mudou – e agora?
A Qyta não chega para brincar. Seu modelo combina velocidade, eficiência, marketing local e muito dinheiro, apostando em uma receita testada e comprovada.
Se o iFood vai perder espaço? Ainda não se sabe. Mas uma coisa é certa: a concorrência vai forçar melhorias, reduzir custos e ampliar opções para consumidores, restaurantes e entregadores.
Considerações Finais
A entrada da Qyta é o começo de uma nova era no delivery brasileiro. O setor, que parecia consolidado com o domínio do iFood, agora vive uma reviravolta anunciada. Se você é dono de restaurante, entregador ou consumidor, o conselho é um só: acompanhe de perto, teste, e prepare-se para o novo jogo.
Direto da Redação – Cidade AC News Eliton Muniz






