sábado, 24 maio, 2025
28.3 C
Rio Branco

Pesquisa Quaest: desaprovação de Lula atinge 69% em SP, 64% no RJ e 63% em MG

Lula Oficial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta o pior momento de popularidade de seu terceiro mandato, conforme aponta a pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (26). O levantamento revela que a desaprovação ao governo federal ultrapassou 60% nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além de registrar quedas expressivas na Bahia e em Pernambuco. O dado mais alarmante para o governo é que, pela primeira vez, a rejeição ao petista supera numericamente sua aprovação em estados onde venceu as eleições de 2022, como Bahia e Pernambuco.

A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 23 de fevereiro, com 6.630 entrevistados de 16 anos ou mais, abrangendo oito estados que, juntos, representam 62% do eleitorado brasileiro. O levantamento inclui São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás. Os números mostram um aumento substancial da insatisfação com o governo, especialmente nos maiores colégios eleitorais do país. Em São Paulo, a desaprovação atingiu 69%, um crescimento de 14 pontos desde dezembro de 2024. No Rio de Janeiro, a rejeição ao governo é de 64%, enquanto em Minas Gerais o índice chega a 63%, uma alta de 16 pontos.

Na Bahia e em Pernambuco, estados historicamente favoráveis ao PT, o cenário também se tornou desfavorável para o governo. Na Bahia, a desaprovação subiu 18 pontos e atingiu 51%, enquanto a aprovação caiu para 47%. Já em Pernambuco, a rejeição a Lula alcançou 50%, ultrapassando a aprovação de 49%, o que evidencia uma mudança no humor do eleitorado nordestino em relação ao governo federal.

Estados com maior rejeição e queda de popularidade

A pesquisa Quaest revelou que Lula está enfrentando uma rejeição expressiva em estados-chave para sua base eleitoral e também em regiões onde tradicionalmente encontra dificuldades. A queda de popularidade é atribuída a fatores como inflação elevada, dificuldades na geração de empregos e um descontentamento generalizado com a condução econômica.

Os números detalhados da pesquisa por estado são os seguintes:

  • São Paulo: Desaprovação subiu de 55% para 69%, enquanto a aprovação caiu de 43% para 29%.
  • Rio de Janeiro: Pela primeira vez incluído na pesquisa, o estado registra 64% de desaprovação contra 35% de aprovação.
  • Minas Gerais: Desaprovação cresceu de 47% para 63%, enquanto a aprovação caiu de 52% para 35%.
  • Bahia: A desaprovação atingiu 51%, ultrapassando a aprovação de 47%.
  • Pernambuco: A rejeição ao governo chegou a 50%, superando a aprovação de 49%.
  • Paraná: Rejeição de 68%, um aumento de 15 pontos desde dezembro de 2024.
  • Rio Grande do Sul: Primeira pesquisa Quaest no estado aponta 66% de desaprovação e 33% de aprovação.
  • Goiás: Desaprovação de 70%, enquanto a aprovação despencou para 28%.

Impacto da economia na queda da popularidade de Lula

Um dos fatores centrais para a queda de popularidade do governo Lula tem sido a percepção negativa da economia. Desde o início do terceiro mandato, medidas econômicas adotadas pelo governo, como o aumento da carga tributária e a falta de controle sobre a inflação, vêm sendo criticadas pela população. Segundo o levantamento, 65% dos entrevistados afirmam que Lula não está cumprindo suas promessas de campanha, o que contribui para a crescente insatisfação.

Além disso, programas como o Mais Acesso a Especialistas, voltado para a ampliação de consultas e exames especializados no Sistema Único de Saúde (SUS), vêm sendo criticados por não alcançarem os resultados esperados. No Palácio do Planalto, há o entendimento de que o programa poderia ser uma marca forte do terceiro mandato, mas ainda não gerou impacto positivo o suficiente para mudar a percepção dos eleitores.

Outro aspecto que agrava a avaliação negativa do governo é a relação com o Congresso Nacional. O governo Lula tem enfrentado dificuldades para aprovar medidas econômicas e sofre pressões da base aliada. O mercado financeiro também demonstra desconfiança com algumas propostas econômicas do governo, o que contribui para um ambiente de instabilidade.

Cenário político e desafios do governo Lula

Com a popularidade em queda, o governo federal tenta adotar estratégias para reverter esse cenário. A equipe de comunicação do Planalto tem trabalhado para destacar ações positivas do governo, enquanto aliados defendem que Lula precisa intensificar o contato com a população e adotar medidas de impacto econômico imediato.

Entre as iniciativas estudadas pelo governo, uma das principais é a mudança no saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que poderá injetar R$ 12 bilhões na economia. A medida permitiria que trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário pudessem retirar o saldo integral em caso de demissão sem justa causa. O governo espera que essa mudança tenha um impacto positivo na popularidade do presidente.

Outro ponto de atenção para Lula é a necessidade de fortalecer sua base política em estados onde a rejeição aumentou. O presidente enfrenta desafios nas eleições municipais de 2024, que podem ser um termômetro para medir o impacto da queda de popularidade no cenário eleitoral.

A preocupação dentro do governo é que essa queda de aprovação impacte a governabilidade e dificulte ainda mais a aprovação de pautas estratégicas no Congresso. A relação do Planalto com parlamentares tem sido desafiadora, e uma base fragilizada pode comprometer os projetos do governo.

Caminhos para reverter a queda de popularidade

Para reverter o cenário de desaprovação crescente, analistas apontam algumas estratégias que podem ser adotadas pelo governo:

  • Fortalecimento da comunicação governamental: Melhorar a narrativa sobre ações e medidas adotadas pelo governo para enfrentar desafios econômicos e sociais.
  • Revisão de políticas econômicas: Adotar medidas para conter a inflação e estimular a geração de empregos, garantindo estabilidade financeira.
  • Ampliação dos investimentos em programas sociais: Reforçar iniciativas que beneficiem diretamente a população, como o Bolsa Família e a habitação popular.
  • Aproximação com a base política: Reforçar alianças com governadores e prefeitos para garantir apoio político e viabilizar projetos do governo.

A pesquisa Quaest mostra que Lula enfrenta um dos momentos mais desafiadores de seu terceiro mandato. Com a desaprovação crescente e a economia como principal fator de desgaste, o governo precisará agir rapidamente para evitar que esse cenário impacte negativamente futuras eleições e a condução do país nos próximos anos.

Mais Lidas

Papa recebeu em audiência os funcionários do Vaticano

Leão XIV agradeceu...

Cheias na Austrália fizeram cinco mortos

Há ainda registo...

Deracre cumpre decisão do TCU e anula etapa de licitação do Viaduto da Corrente

A presidente do Deracre, Sula Ximenes, assinou nota de...

Sula Ximenes diz que não é candidata e que seu maior compromisso é agilizar entrega de obras

Em entrevista ao FolhaCast na tarde de sexta-feira (23),...

Últimas Notícias

Categorias populares

  • https://wms5.webradios.com.br:18904/8904
  • - ao vivo