Aos 88 anos, o Papa Francisco alcança, neste domingo (16 de março), 30 dias de internação no Hospital Gemelli, em Roma, onde segue em tratamento contra uma pneumonia bilateral que o acomete desde meados de fevereiro. Neste período, o líder máximo da Igreja Católica, que comanda 1,4 bilhão de fiéis ao redor do mundo, tem enfrentado um quadro de saúde considerado complexo, mas com sinais animadores de melhora gradual. Hoje, o Vaticano divulgou uma nova foto do pontífice concelebrando uma missa na capela próxima ao seu quarto, acompanhada de uma atualização que reforça a estabilidade de seu estado clínico. Apesar da fragilidade imposta pela idade e por um histórico de problemas respiratórios, Francisco mantém uma rotina de orações, repouso e terapias, mostrando resiliência em meio a um dos maiores desafios de saúde de seu pontificado.
Internado desde o dia 14 de fevereiro, o Papa foi inicialmente diagnosticado com bronquite, mas exames posteriores revelaram uma infecção polimicrobiana que evoluiu para pneumonia nos dois pulmões. O quadro exigiu cuidados intensivos, incluindo antibioticoterapia, cortisona e suporte respiratório, mas os boletins médicos mais recentes indicam que ele não apresenta crises respiratórias agudas há semanas. A imagem divulgada neste domingo, capturada durante a celebração do segundo domingo da Quaresma, reflete um momento de serenidade e simboliza a determinação do líder religioso em manter suas funções espirituais mesmo sob restrições físicas.
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— Brazil Urgente (@BrazilUrgente) March 16, 2025
O Vaticano informou que Francisco passou o dia sem receber visitas, dedicando-se a atividades leves, como leitura e trabalho pastoral, além de prosseguir com a fisioterapia respiratória e motora. A nota oficial destaca que o pontífice permanece “estável” e segue respondendo bem aos tratamentos, o que tem tranquilizado os fiéis que acompanham sua recuperação de perto. A mensagem deixada por ele hoje, inspirada no Evangelho, também trouxe um tom de esperança, ao unir sua experiência pessoal de fragilidade à de milhões de doentes pelo mundo.
Trajetória de um mês sob cuidados médicos intensos
Um início preocupante no Hospital Gemelli
O dia 14 de fevereiro marcou o início da quarta internação de Papa Francisco em menos de quatro anos, quando ele chegou ao Hospital Gemelli com sintomas respiratórios que preocuparam a equipe médica. O que começou como um diagnóstico de bronquite infecciosa rapidamente se complicou, com a identificação de uma infecção polimicrobiana nas vias respiratórias. Em poucos dias, uma tomografia revelou pneumonia bilateral, caracterizada pela inflamação em ambos os pulmões, o que elevou o nível de alerta no Vaticano. A condição, agravada pela idade avançada e pela ausência de parte do pulmão direito – removida aos 21 anos devido a uma pneumonia grave na juventude –, exigiu uma resposta imediata com medicamentos e monitoramento constante.
Durante as primeiras semanas, o quadro foi descrito como “complexo” pelos médicos, que apontaram a combinação de bronquiectasia e bronquite asmática como fatores que dificultavam o tratamento. Francisco chegou a necessitar de oxigênio de alto fluxo e transfusões de sangue por conta de anemia e baixa contagem de plaquetas, o que gerou apreensão entre os fiéis e a imprensa internacional. No entanto, a partir da segunda semana, os boletins começaram a trazer notícias mais positivas, com a estabilização dos parâmetros hemodinâmicos e a ausência de insuficiência respiratória aguda, indicando que o pior parecia ter ficado para trás.
Sinais de melhora e rotina adaptada
Passados 30 dias, o Papa Francisco já não é considerado um paciente em estado crítico, embora sua condição ainda demande cautela. Desde o final de fevereiro, ele tem apresentado melhoras graduais nos índices inflamatórios, conforme exames de sangue, e segue uma rotina adaptada no hospital. A celebração da missa deste domingo na capela próxima ao quarto é um exemplo disso: mesmo com limitações, o pontífice mantém sua liderança espiritual ativa, um gesto que reforça sua proximidade com os fiéis. A fisioterapia respiratória, essencial para fortalecer os pulmões, e a motora, para lidar com as dores crônicas nos joelhos, também fazem parte do dia a dia dele no Gemelli.
A estabilidade clínica permitiu que Francisco retomasse algumas atividades de trabalho, como a leitura de textos e a preparação de mensagens pastorais, incluindo uma enviada ao povo brasileiro no início da Quaresma. O Vaticano cancelou todos os compromissos presenciais até o momento, mas o Papa continua a se comunicar com o mundo exterior por meio de mensagens e orações, como a divulgada neste domingo, na qual destacou a importância do cuidado amoroso nos ambientes hospitalares.
Cronologia da saúde do Papa em 2025
30 dias de internação: marcos e desafios
Desde que deu entrada no Hospital Gemelli, a saúde de Francisco passou por altos e baixos que marcaram esse período de um mês. Confira os principais momentos dessa trajetória:
- 14 de fevereiro: Papa é internado com bronquite e inicia tratamento com antibióticos.
- 17 de fevereiro: Vaticano confirma infecção polimicrobiana e classifica o quadro como “complexo”.
- 18 de fevereiro: Tomografia revela pneumonia bilateral; terapia medicamentosa é ajustada.
- 23 de fevereiro: Após ataque asmático, Francisco recebe oxigênio e transfusão de sangue; prognóstico é reservado.
- 27 de fevereiro: Boletim médico aponta melhora, e estado crítico é descartado.
- 10 de março: Saúde se consolida em nível estável, mas internação segue sem previsão de alta.
- 16 de março: Papa concelebra missa na capela do hospital e mantém rotina de orações e repouso.
Esses eventos refletem a gravidade inicial do quadro e a lenta, mas contínua, recuperação do pontífice, que completou 12 anos à frente da Igreja Católica em 13 de março, já internado.
Histórico respiratório e vulnerabilidades
A luta de Francisco contra a pneumonia bilateral não é um episódio isolado em sua história de saúde. Aos 21 anos, ele enfrentou uma pneumonia grave que resultou na remoção do lobo superior do pulmão direito, reduzindo sua capacidade respiratória desde então. Nos últimos anos, problemas como bronquite infecciosa, em março de 2023, e inflamação pulmonar, em novembro do mesmo ano, já haviam exigido internações e tratamentos intensivos. Em 2024, ele chegou a cancelar eventos por dificuldades respiratórias, aparecendo em público com cadeira de rodas. Especialistas apontam que a idade avançada e essas sequelas tornam o Papa mais suscetível a infecções respiratórias, especialmente em quadros como o atual, que envolve múltiplos microrganismos.
Detalhes do tratamento e perspectivas futuras
Como a pneumonia bilateral está sendo enfrentada
Atualmente, o tratamento de Papa Francisco combina antibioticoterapia para combater as bactérias responsáveis pela infecção, cortisona para reduzir a inflamação nos pulmões e fisioterapia respiratória para melhorar a oxigenação. A pneumonia bilateral, que afeta os dois pulmões, pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos, e no caso do Papa, a origem polimicrobiana – envolvendo mais de um agente infeccioso – tornou a abordagem terapêutica mais desafiadora. A equipe médica do Gemelli, conhecida por atender pontífices há décadas, monitora de perto os índices inflamatórios e a resposta do organismo aos medicamentos, ajustando o protocolo conforme necessário.
Embora a alta ainda não tenha previsão, a ausência de crises respiratórias recentes e a consolidação das melhoras indicam que o Papa está em uma fase de recuperação mais segura. A fisioterapia motora, por sua vez, busca minimizar os impactos da imobilidade prolongada, já que Francisco também sofre com dores crônicas nos joelhos e quadris, agravadas por longos períodos de repouso. A combinação desses cuidados reflete o esforço para garantir que o pontífice retome suas atividades com o menor comprometimento possível.
Impactos no Jubileu e na Igreja Católica
Completando 30 dias de internação, a saúde de Francisco levanta questões sobre sua participação no Jubileu de 2025, um dos eventos mais importantes do calendário católico, que espera atrair milhões de peregrinos a Roma. O Papa, conhecido por sua agenda intensa e viagens internacionais, como a realizada à Ásia em 2024, enfrenta agora um momento de pausa forçada. Sua ausência em celebrações públicas, como o Angelus dominical e missas na Praça de São Pedro, já foi sentida pelos fiéis, que deixaram flores, velas e mensagens de apoio na entrada do hospital. Enquanto isso, o Vaticano mantém a estrutura da Igreja em funcionamento, mas a recuperação total do pontífice é vista como essencial para a continuidade de sua liderança em um ano tão significativo.
A mensagem deste domingo, na qual Francisco falou sobre a luz que brilha nos hospitais e a força da fé em tempos de provação, ressoou como um reflexo de sua própria experiência. Mesmo fragilizado, ele segue sendo uma figura de inspiração para os católicos, unindo-se espiritualmente aos doentes e destacando o valor do cuidado humano em meio às adversidades.