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O que relatórios da Conmebol dizem sobre racismo contra palmeirense Luighi

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – O árbitro e o delegado da partida entre Cerro Porteño e Palmeiras colocaram nos respectivos relatórios o que viram a respeito do caso de racismo contra o atacante Luighi, do Palmeiras, na Libertadores Sub-20. A reportagem teve acesso aos documentos.

 

No campo, houve cumprimento do que a Fifa prevê para esses casos: o início do protocolo contra o racismo, como apontado nos relatórios dos oficiais que estavam no jogo.

Mas o episódio há 20 dias gerou uma punição do Tribunal Disciplinar considerada branda pelos brasileiros. Vieram críticas pesadas à Conmebol de diversos setores ligados ao futebol -Palmeiras e CBF, inclusive.

O QUE O ÁRBITRO RELATOU

“No minuto 82, o jogo foi paralisado após uma substituição da equipe do Palmeiras, na qual o jogador Luighi sai e passa em frente à tribuna leste, onde se encontravam pessoas identificadas com a equipe do Cerro Porteño, as quais gritavam palavras para o jogador mencionado, tais como: macaco, gestos de macaco. Também se observou que cuspiram nele”.

“Essa ação foi observada claramente pelo assistente número 2, Diego Jaimes, informando-me o que estava acontecendo. Após isso, me aproximei ao delegado da partida para informar o ocorrido. Por conseguinte, se ativa o protocolo contra racismo, reiniciando-se o jogo após dois minutos”, disse Augusto Menéndez (Peru).

O QUE O DELEGADO DA PARTIDA ESCREVEU

“Aos 82 minutos, após uma substituição, o árbitro principal da partida aproximou-se da mesa técnica e me comunicou que da tribuna habilitada para o público (bancadas leste), a torcida do Cerro Porteño proliferava insultos racistas como: “macaco” e realizando gestos de macaco. Da mesma forma, torcedores do mesma parte cuspiram no jogador nº 9 do Palmeiras e depois fizeram gestos de macaco.

“Em consequência, a partida foi interrompida a pedido do árbitro e imediatamente após o protocolo de racismo foi ativado (etapa 1). O técnico do Palmeiras dirigiu-se a mim e ao coordenador da partida denunciando que seus jogadores estavam recebendo gestos racistas da parte leste, e os jogadores nº 9 e nº 10 também fizeram a mesma reclamação. O jogador nº 9 chegou ao banco de reservas, após a substituição, visivelmente emocionado e chorando”, disse Rodrigo Chiri.

O PROTOCOLO TEM TRÊS PASSOS:

1 – O árbitro deve parar e pedir um anúncio (ao sistema de som e/ou telão) exigindo o fim do comportamento racista
2 – Caso os atos continuem, o árbitro pode suspender a partida temporariamente, com a saída dos times de campo e um novo anúncio de advertência
3- Se o comportamento ainda persistir, o árbitro pode determinar o fim da partida, com derrota do time associado aos atos racistas

QUAL FOI A DECISÃO DO TRIBUNAL?

O Cerro Porteño foi multado em US$ 50 mil (R$ 286 mil) e precisou jogar o último jogo do torneio sub-20 sem a presença de torcida.

Palmeiras e CBF se insurgiram contra a punição do tribunal, criticando diretamente a Conmebol.

Nesta quinta-feira (27), a CBF e as outras associações ligadas à Conmebol fazem uma reunião para discutir medidas contra racismo e violência no futebol sul-americano.

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