Tagliaferro denuncia fraude e manipulação; oposição fala em “Contraponto Democrático” diante da blindagem quebrada

Brasília — 02/09/2025 – O Brasil assistiu hoje a um choque institucional em duas frentes. De um lado, o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. Do outro, a Comissão de Segurança Pública do Senado ouviu, em audiência transmitida pela TV Senado, o ex-assessor de Alexandre de Moraes no TSE, Eduardo Tagliaferro, que apresentou acusações de fraude processual, manipulação de provas e conluio entre Judiciário e Procuradoria-Geral da República.
A oposição classificou o 2 de setembro como O Dia da Vergonha, expressão cunhada pelo senador Magno Malta, e defendeu que as denúncias expõem a fragilidade do processo que julga Bolsonaro.
O que aconteceu no Senado
- Relatórios retroativos: segundo Tagliaferro, foram criados para justificar operações da Polícia Federal contra empresários ligados à direita, baseados apenas em reportagem do portal Metrópoles.
- Conluio com a PGR: afirmou que trocou mensagens com Paulo Gonet a mando de Moraes, montando “pacotinhos” de investigados fora do rito processual.
- Uso irregular do TSE: disse que a Assessoria de Enfrentamento à Desinformação foi acionada diretamente por Moraes, sem autorização formal.
- Constrangimento ao vivo: durante a sessão, vazou o número pessoal do procurador-geral, arrancando risadas e reação imediata.
A comissão aprovou por votação simbólica:
- Liberação dos documentos de Tagliaferro às defesas.
- Encaminhamento para STF, TSE, CNJ, CNMP, OAB e até órgãos internacionais.
- Pedido de proteção oficial para Tagliaferro e familiares.
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O que aconteceu no STF
Enquanto o Senado exibia provas, o STF seguia em plenário:
- Alexandre de Moraes leu o relatório com versões da acusação e defesa.
- A PGR reforçou a acusação de tentativa real de golpe por Bolsonaro.
- Sessão suspensa no fim da tarde, defesa fala nesta quarta.
O contraste foi imediato: no mesmo dia em que o STF endurecia contra Bolsonaro, o Senado exibia elementos que colocam em xeque a legitimidade do processo.
Por que O Dia da Vergonha importa para o Brasil
Este 2 de setembro expôs um “Contraponto Democrático”:
- No Senado: oposição conseguiu, ao vivo, abrir espaço ao contraditório.
- Na Justiça: surgem fundamentos para contestar provas do processo.
- Na política: União Brasil e Progressistas se afastaram do governo, reforçando a oposição.
- Na opinião pública: julgamento passou de Bolsonaro para a credibilidade das instituições.
Como votaram e se posicionaram os senadores do Acre
A participação da bancada acreana no episódio reforçou a relevância regional da crise.
- Sérgio Petecão (PSD): apoiou a liberação dos documentos de Tagliaferro às defesas e defendeu que “a transparência é a única forma de devolver confiança às instituições”. O senador já vinha cobrando cautela do STF em julgamentos envolvendo Bolsonaro.
- Alan Rick (União Brasil): alinhado à oposição, destacou que as denúncias são graves e precisam ser apuradas. Para ele, “não é admissível que relatórios retroativos e provas frágeis sustentem processos que podem mudar a história do país”. Rick defendeu a suspensão imediata do julgamento de Bolsonaro.
- Mailza Gomes (Progressistas): foi a mais cautelosa da bancada, mas apoiou o encaminhamento do material para órgãos internacionais, afirmando que “o Brasil não pode dar sinais de parcialidade institucional”. A senadora reforçou que seguirá avaliando os desdobramentos, mas não descartou apoiar pedidos de anistia para réus do 8 de janeiro.
Na prática, a posição dos três senadores acreanos mostrou unidade em favor da transparência e abriu espaço para que o Acre aparecesse no centro da disputa institucional.
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Repercussão imediata
- Magno Malta e aliados cobraram suspensão do julgamento e chamaram o dia de “Vergonha Nacional”.
- Governistas minimizaram, chamando o depoimento de “vingança política”.
- CNJ e OAB não se pronunciaram hoje, mas a OAB já alertara em agosto sobre “precedentes perigosos”.
Contexto histórico
Desde 2022, Moraes concentrou inquéritos e decisões envolvendo Bolsonaro e aliados: bloqueios de perfis, restrições a advogados, sanções a veículos e ampliação do poder do TSE.
A audiência de hoje se torna o capítulo inaugural de O Dia da Vergonha, quando o Senado rompeu o silêncio e apresentou documentos que podem alterar a linha do processo.
Próximos passos
- Defesa de Bolsonaro: deve pedir nulidade das provas.
- Senado: articula anistia para réus do 8 de janeiro e estuda pedidos de impeachment de ministros.
- STF: terá de lidar com uma crise de legitimidade inédita.
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Conclusão crítica
O 2 de setembro entra para a história como O Dia da Vergonha e como o momento em que a blindagem de Moraes começou a trincar diante das câmeras.
O que está em julgamento já não é Bolsonaro, mas a credibilidade das instituições brasileiras.
Se o STF insistir em ignorar, a condenada será a própria democracia.
As decisões que virão ainda estão sob a sombra de O Dia da Vergonha e do embate entre Senado e STF.
3 coisas que você precisa levar desta notícia
- Senado abriu espaço ao contraditório com documentos inéditos.
- STF endureceu contra Bolsonaro no mesmo dia.
- Senadores do Acre reforçaram a defesa da transparência.
O que isso significa para o Acre
A postura dos senadores acreanos projeta o estado no centro da crise institucional. A pressão sobre Petecão, Alan Rick e Mailza deve crescer nas bases eleitorais, especialmente em Rio Branco, onde a polarização política se intensifica. Para a população, o episódio mostra que o Acre não está distante das grandes decisões nacionais — e que seus representantes terão de escolher entre defender a continuidade do julgamento ou reforçar a oposição à condução de Moraes.
✍️ Eliton Muniz – Editor do Cidade AC News
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