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Mercado reage a Trump e Powell: futuros avançam 0,8% enquanto Tesla e Verizon enfrentam desafios

Donald Trump

Os mercados financeiros dos Estados Unidos iniciaram a terça-feira, 22 de abril de 2025, com sinais de recuperação após uma sessão marcada por forte volatilidade. Os futuros dos principais índices de ações registraram altas expressivas, com o Dow Jones Industrial Average avançando 0,77%, o S&P 500 subindo 0,75% e o Nasdaq Composite crescendo 0,82%. A movimentação ocorre após uma liquidação significativa na segunda-feira, desencadeada por críticas públicas do presidente Donald Trump ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. As tensões entre a Casa Branca e o banco central, somadas a incertezas sobre tarifas comerciais e resultados corporativos, continuam a moldar o humor dos investidores.
A pressão sobre os mercados foi intensificada pelos comentários de Trump, que utilizou redes sociais para chamar Powell de “Sr. Tarde Demais” e “um grande perdedor”. As declarações refletem a insatisfação do presidente com a política monetária cautelosa do Fed, que resiste a cortes imediatos nas taxas de juros. Essa disputa pública elevou a incerteza, com analistas alertando que uma possível tentativa de demitir Powell poderia desestabilizar ainda mais os mercados financeiros. Além disso, a agenda econômica desta terça-feira inclui a divulgação do índice de manufatura do Fed de Richmond, enquanto os investidores aguardam os resultados trimestrais de empresas como Tesla, Capital One e Lockheed Martin.
A volatilidade recente também reflete preocupações com as políticas comerciais de Trump. As negociações com a Índia, lideradas pelo vice-presidente J.D. Vance, avançaram, mas as tarifas impostas pelo governo americano seguem gerando temores de inflação e desaceleração econômica. No cenário corporativo, empresas como Verizon e Kimberly-Clark enfrentam desafios, enquanto a Tesla, pressionada por queda nas vendas, está no centro das atenções. O mercado de commodities, por sua vez, registra movimentos significativos, com o ouro atingindo recordes e o cobre alcançando máximas de duas semanas.

Contexto da liquidação e reações do mercado

A segunda-feira foi marcada por uma das piores sessões do ano em Wall Street, com os principais índices registrando quedas acentuadas. O Dow Jones caiu 2,1%, o S&P 500 recuou 1,8% e o Nasdaq despencou 2,3%. A liquidação foi impulsionada pela escalada das tensões entre Trump e Powell, que reacenderam temores sobre a independência do Federal Reserve. Investidores, já pressionados por incertezas comerciais, reagiram vendendo ativos de risco, o que elevou a volatilidade a níveis não vistos desde o início do ano.
As críticas de Trump a Powell não são novidade, mas ganharam intensidade na última semana. Após Powell defender uma abordagem gradual para cortes nas taxas de juros e alertar sobre os impactos inflacionários das tarifas, Trump respondeu com ataques diretos, sugerindo que a demissão do presidente do Fed seria iminente. A possibilidade de uma ruptura na liderança do banco central preocupa estrategistas, que temem um aumento nos prêmios de risco e uma disparada nas taxas de juros de longo prazo.
Para os investidores, o cenário é de cautela. A combinação de tensões políticas, incertezas comerciais e resultados corporativos mistos cria um ambiente desafiador. Empresas como a Verizon, que reportou uma perda inesperada de assinantes, e a Tesla, que enfrenta queda na demanda, ilustram as dificuldades enfrentadas por setores sensíveis às mudanças econômicas. Enquanto isso, o avanço nos futuros sugere uma tentativa de estabilização, mas analistas alertam que a volatilidade deve persistir.

  • Principais movimentações nos futuros:
    • Dow Jones Industrial Average (YM=F): alta de 0,77%, cotado a 38.625,00.
    • S&P 500 (ES=F): avanço de 0,75%, negociado a 5.346,75.
    • Nasdaq Composite (NQ=F): crescimento de 0,82%, alcançando 18.542,75.
  • Fatores de pressão: críticas de Trump a Powell e incertezas sobre tarifas.
  • Agenda do dia: resultados de Tesla, Capital One e índice de manufatura do Fed de Richmond.

Impactos das críticas de Trump ao Federal Reserve

As declarações de Trump contra Powell têm gerado reflexos imediatos nos mercados. A ameaça de demitir o presidente do Fed, embora juridicamente complexa, é vista como um risco significativo para a credibilidade do banco central. Analistas apontam que a independência do Fed é um pilar fundamental para a estabilidade financeira, e qualquer tentativa de politizar suas decisões poderia desencadear uma crise de confiança.
Na segunda-feira, o chefe de economia da Renaissance Macro, Neil Dutta, destacou que uma demissão abrupta de Powell poderia “perturbar o mercado de títulos”. Ele prevê que os prêmios de risco aumentariam, elevando as taxas de juros de longo prazo e impactando diretamente as ações. A volatilidade nas taxas de juros tem historicamente coincidido com grandes liquidações no mercado acionário, e o atual cenário de tensões políticas amplifica esse risco.
Além disso, a retórica de Trump contra o Fed reflete sua pressão por uma política monetária mais frouxa, com cortes imediatos nas taxas de juros. Powell, no entanto, mantém uma postura cautelosa, enfatizando a necessidade de controlar a inflação e monitorar os impactos das tarifas comerciais. Essa divergência de visões tem colocado os investidores em alerta, com muitos buscando ativos de refúgio, como o ouro, que atingiu um novo recorde de US$ 3.474,60 por onça.

Desempenho corporativo em foco

O mercado também está atento aos resultados corporativos, que oferecem pistas sobre a saúde da economia. A Verizon, uma das maiores empresas de telecomunicações dos EUA, viu suas ações caírem 4% no pré-mercado após reportar uma perda de assinantes maior do que o esperado. O aumento de preços e a concorrência agressiva de rivais como AT&T e T-Mobile pesaram sobre os resultados da companhia, que enfrenta desafios para manter sua base de clientes.
A Kimberly-Clark, fabricante de produtos como lenços Kleenex, também enfrentou dificuldades, com suas ações recuando 4% após resultados mistos. A empresa reduziu sua previsão de lucro anual, citando o impacto das tarifas sobre os custos da cadeia de suprimentos. Já a Halliburton, do setor de serviços petrolíferos, registrou queda de 1% devido à desaceleração na atividade de perfuração na América do Norte.
Por outro lado, a GE Aerospace surpreendeu positivamente, com suas ações subindo 2% após superar as estimativas de lucro. A demanda por peças e serviços, impulsionada pela escassez de aviões, tem sustentado os resultados da companhia. A Tesla, que divulgará seus resultados após o fechamento do mercado, é outro destaque. A empresa enfrenta desafios com a queda de 44% em suas ações neste ano, pressionada por sinais de enfraquecimento na demanda por veículos elétricos e pelo impacto da imagem de Elon Musk, agora envolvido diretamente no governo Trump.

  • Empresas em destaque:
    • Verizon (VZ): queda de 4% após perda de assinantes.
    • Kimberly-Clark (KMB): recuo de 4% com custos elevados por tarifas.
    • GE Aerospace (GE): alta de 2% com resultados sólidos.
    • Tesla (TSLA): foco nos resultados e na estratégia de Musk.

Cenário global e commodities

Os mercados globais também sentiram o impacto das tensões nos EUA. Na Ásia, os índices registraram desempenhos mistos, com o Nikkei 225 do Japão mantendo-se estável, enquanto o Hang Seng de Hong Kong caiu 0,5%. A Austrália viu seu ASX 200 recuar 0,6%, refletindo preocupações com o impacto das tarifas americanas no comércio global. A fraqueza do dólar, que atingiu seu menor nível em 15 meses, contribuiu para a valorização de commodities como o cobre, que subiu 1,77% e alcançou US$ 4,8120 por libra.
O ouro, por sua vez, continua a atrair investidores em busca de segurança. O metal precioso subiu 1,44% na segunda-feira, atingindo um novo recorde de US$ 3.474,60 por onça. A combinação de um dólar enfraquecido e incertezas globais tem impulsionado a demanda por ativos de refúgio, com os fundos negociados em bolsa (ETFs) lastreados em ouro registrando 12 semanas consecutivas de aumento nas participações.
As negociações comerciais entre EUA e Índia também estão no radar. A visita do vice-presidente J.D. Vance a Nova Délhi, onde se reuniu com o primeiro-ministro Narendra Modi, trouxe sinais de progresso, mas os detalhes permanecem escassos. As tarifas impostas por Trump, que atingiram os níveis mais altos em um século, continuam a gerar temores de uma desaceleração econômica global, com economistas alertando para o risco de recessão nos EUA.

Tarifa EUA
Tarifa EUA – Foto: sasirin pamai/ Shutterstock.com

Agenda econômica e perspectivas

A terça-feira traz uma agenda econômica relevante, com a divulgação do índice de manufatura do Fed de Richmond para abril. O indicador é acompanhado de perto por investidores, pois oferece insights sobre a atividade industrial em uma das regiões mais dinâmicas dos EUA. Além disso, os resultados corporativos de empresas como Tesla, Capital One, Enphase Energy e Lockheed Martin devem movimentar o mercado.
No cenário político, a possibilidade de Trump intensificar sua pressão sobre o Fed mantém os investidores cautelosos. A independência do banco central é vista como um pilar essencial para a estabilidade econômica, e qualquer tentativa de interferência direta poderia desencadear uma nova onda de volatilidade. Analistas também monitoram os desdobramentos das negociações comerciais, especialmente com a Índia, que podem influenciar o rumo das tarifas e seus impactos na economia global.
O mercado de títulos também reflete as tensões atuais. Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos subiram ligeiramente, enquanto os investidores europeus mostram preferência por títulos de refúgio. A fraqueza do dólar, embora benéfica para commodities, adiciona pressão sobre os ativos americanos, com os mercados asiáticos oscilando entre perdas moderadas e estabilidade.

  • Eventos econômicos do dia:
    • Divulgação do índice de manufatura do Fed de Richmond (abril).
    • Resultados corporativos: Tesla, Capital One, Lockheed Martin, entre outros.
    • Negociações comerciais: progresso entre EUA e Índia em foco.

Desafios para a Tesla e o setor de tecnologia

A Tesla, uma das empresas mais acompanhadas de Wall Street, enfrenta um momento crítico. As ações da companhia caíram quase 6% na segunda-feira, acumulando uma desvalorização de 44% em 2025. A queda reflete preocupações com a demanda por veículos elétricos, que enfrenta ventos contrários devido a preços elevados e incertezas econômicas. Além disso, o envolvimento de Elon Musk na administração Trump tem gerado controvérsias, com analistas apontando que sua imagem pública está impactando a marca Tesla.
Os resultados trimestrais da empresa, que serão divulgados após o fechamento do mercado, são aguardados com expectativa. Investidores buscam sinais sobre a estratégia de Musk para reverter a queda nas vendas e detalhes sobre o desenvolvimento de um novo veículo elétrico mais acessível. A concorrência no setor, liderada por empresas como BYD e Rivian, também pressiona a Tesla, que precisa demonstrar resiliência em um mercado cada vez mais desafiador.
O setor de tecnologia como um todo enfrenta ventos contrários. A alta nas taxas de juros, combinada com as incertezas políticas, tem reduzido o apetite por ações de crescimento, que dominaram os mercados na última década. Empresas como Nvidia e Microsoft, embora resilientes, também enfrentam maior escrutínio, enquanto o Nasdaq tenta se recuperar das perdas recentes.

Impactos das tarifas na economia global

As tarifas impostas por Trump têm dominado o noticiário econômico, com impactos sentidos em diversos setores. A política comercial agressiva, que inclui taxas de importação em níveis históricos, está elevando os custos para empresas como Kimberly-Clark e Halliburton, que enfrentam pressões em suas cadeias de suprimentos. Economistas alertam que essas medidas podem impulsionar a inflação, reduzindo o poder de compra dos consumidores e desacelerando o crescimento econômico.
No cenário internacional, as tarifas têm gerado reações mistas. Enquanto as negociações com a Índia avançam, outros parceiros comerciais, como China e União Europeia, sinalizam possíveis retaliações. A fraqueza do dólar, embora benéfica para exportadores americanos, adiciona complexidade ao cenário, com os bancos centrais globais monitorando de perto os impactos cambiais.
O cobre, impulsionado pela desvalorização do dólar, atingiu uma máxima de duas semanas, refletindo a demanda por commodities industriais. No entanto, a turbulência comercial ameaça o crescimento econômico, o que pode limitar os ganhos no longo prazo. O ouro, por outro lado, continua a atrair investidores preocupados com a instabilidade global, consolidando sua posição como um dos ativos mais procurados em 2025.

  • Impactos das tarifas:
    • Aumento dos custos para empresas como Kimberly-Clark e Halliburton.
    • Risco de inflação e desaceleração econômica nos EUA.
    • Reações de parceiros comerciais, como China e União Europeia.

Perspectivas para os mercados financeiros

Os mercados financeiros permanecem em um momento de transição, com investidores buscando equilíbrio entre riscos e oportunidades. A recuperação nos futuros sugere uma tentativa de estabilização, mas a volatilidade deve persistir enquanto as tensões entre Trump e o Fed não forem resolvidas. A possibilidade de uma crise de confiança no banco central, combinada com os impactos das tarifas, cria um cenário de incerteza que exige cautela.
No curto prazo, os resultados corporativos serão cruciais para definir o rumo dos índices. Empresas como Tesla e Lockheed Martin, que operam em setores estratégicos, podem oferecer pistas sobre a resiliência da economia americana. Além disso, indicadores econômicos, como o índice de manufatura do Fed de Richmond, ajudarão a calibrar as expectativas para os próximos meses.
No cenário global, a fraqueza do dólar e a valorização de commodities como ouro e cobre refletem a busca por segurança em um ambiente de turbulência. As negociações comerciais, especialmente com a Índia, também serão monitoradas de perto, com implicações para o comércio global e a estabilidade econômica.

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