A jornada de construção do Programa Juntos pela Indústria foi tema de reunião realizada na sede do Sebrae Nacional, em Brasília (DF), na terça-feira (30), com a apresentação dos resultados do Summit para criação de portfólio de iniciativas do Sebrae e do Sistema Indústria. O encontro foi marcado pela definição de prioridades antes do lançamento oficial, previsto para março do ano que vem.
Ao todo foram mapeadas mais de 150 ações do Sebrae, CNI, Sesi, Senai e IEL que podem, ao final do processo de convergência estratégica, gerar impacto na competitividade e inovação do setor em nível nacional. Entre os oito pilares definidos do programa estão o fortalecimento das micro e pequenas empresas (MPEs) industriais, visão de cadeia de valor, desburocratização e simplificação.
O diretor-técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick, enfatizou o significado da parceria com o Sistema Indústria.
“É muito paradigmático. Esse é um momento novo que o país precisa trabalhar junto harmonicamente. Quando parece que estamos abrindo mão de algo, estamos todos ganhando muito mais”
Bruno Quick, diretor-técnico do Sebrae
Em relação aos próximos passos, Quick recomendou que o programa não pode perder de vista sua clareza e objetividade. “É preciso apresentar claramente aos empresários o funcionamento e os benefícios do programa e tornar tudo isso muito tangível. Mostrar como vai funcionar na prática”, pontuou.
O encontro também foi momento para alinhamento das expectativas das entidades envolvidas e discussão da definição de quais segmentos da indústria serão o foco de atuação do programa.

Representantes do Sebrae, CNI, Sesi, Senai e IEL discutem ações para gerar impacto na competitividade e inovação do setor em nível nacional | Foto: Maicon Felipe
O diretor de Desenvolvimento Industrial, Tecnologia e Inovação da CNI, Jefferson Gomes, por sua vez, chamou a atenção para a necessidade de alavancar, entre as entidades, as ações já consolidadas. “Esperamos que não sejam criados novos programas, porque sozinhos já fazemos muita coisa, mas juntos podemos fazer mais e com o mesmo orçamento”, comentou.
Com o mesmo pensamento, o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, acrescentou que a alavancagem das ações deve considerar a perspectiva de territórios. “O nosso grande desafio é identificar o território e podemos aproveitar o mapeamento de rotas e polos feito pelo Ministério da Integração”, sugeriu.
As entidades devem elaborar conjuntamente um mapa setorial e lançar plataforma de monitoramento de governança. O diretor superintendente do Sesi, Paulo Mól, aproveitou o momento para reforçar a importância de condensar as ações. “É necessário definir quais são os projetos que são o amálgama do Programa Juntos pela Indústria, que representem todas as entidades e que tenham impacto maior sobre os setores”, pontuou.
Para o diretor geral do Senai, Gustavo Leal, a estruturação da iniciativa não pode perder o foco nas MPEs. “Temos que buscar sinergia entre as entidades e empacotar o que seja realmente interesse desse público”, complementou.
Editorial | “Juntos pela Indústria”: quando a convergência vira estratégia nacional
O Brasil atravessa um momento em que a palavra indústria precisa voltar ao centro da agenda. A reunião desta semana, na sede do Sebrae Nacional, em Brasília, não foi apenas mais um encontro institucional. Foi, na prática, um sinal de que entidades históricas como Sebrae, CNI, Sesi, Senai e IEL entenderam que, sozinhas, não darão conta de sustentar a competitividade do setor.
A construção do Programa Juntos pela Indústria é um passo raro de convergência estratégica. Mais de 150 ações já mapeadas podem ser integradas em um portfólio robusto, com oito pilares definidos — entre eles, o fortalecimento das micro e pequenas empresas (MPEs) industriais, a visão de cadeia de valor e a desburocratização.
O editorial não pode ignorar a simbologia das falas que marcaram o encontro. Bruno Quick, do Sebrae, resumiu bem: “quando parece que estamos abrindo mão de algo, estamos todos ganhando muito mais”. Essa lógica de ganho coletivo é a que tem faltado ao país.
Mas o desafio não é pequeno. O alerta feito por dirigentes da CNI e do Senai expõe a linha tênue entre empilhar programas e empacotar soluções reais. A indústria brasileira já convive com uma miríade de iniciativas que, isoladas, pouco transformam. O “Juntos pela Indústria” será decisivo apenas se conseguir condensar, priorizar e entregar projetos que realmente façam diferença na vida das empresas, especialmente das MPEs, que carregam o peso da geração de emprego e inovação.
Outro ponto crucial será o recorte territorial. O Brasil não é homogêneo, e pensar indústria sem considerar vocações regionais, rotas produtivas e polos de integração é perder de vista a sua diversidade econômica. O desafio colocado — mapear territórios e lançar uma plataforma de governança — pode ser o alicerce de uma política industrial moderna, conectada às realidades locais.
Este jornal entende que a iniciativa só será histórica se conseguir ser clara, tangível e objetiva para os empresários. O discurso da integração precisa se materializar em resultados palpáveis: crédito mais acessível, simplificação regulatória, tecnologia aplicada e redes de valor que incluam os pequenos.
A indústria brasileira não pode mais se dar ao luxo de andar fragmentada. “Juntos pela Indústria” não deve ser apenas o nome de um programa, mas a síntese de um pacto nacional.
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Editorial | “Juntos pela Indústria”: quando a convergência vira estratégia nacional
O Brasil atravessa um momento em que a palavra indústria precisa voltar ao centro da agenda. A reunião desta semana, na sede do Sebrae Nacional, em Brasília, não foi apenas mais um encontro institucional. Foi, na prática, um sinal de que entidades históricas como Sebrae, CNI, Sesi, Senai e IEL entenderam que, sozinhas, não darão conta de sustentar a competitividade do setor.
A construção do Programa Juntos pela Indústria é um passo raro de convergência estratégica. Mais de 150 ações já mapeadas podem ser integradas em um portfólio robusto, com oito pilares definidos — entre eles, o fortalecimento das micro e pequenas empresas (MPEs) industriais, a visão de cadeia de valor e a desburocratização.
O editorial não pode ignorar a simbologia das falas que marcaram o encontro. Bruno Quick, do Sebrae, resumiu bem: “quando parece que estamos abrindo mão de algo, estamos todos ganhando muito mais”. Essa lógica de ganho coletivo é a que tem faltado ao país.
Mas o desafio não é pequeno. O alerta feito por dirigentes da CNI e do Senai expõe a linha tênue entre empilhar programas e empacotar soluções reais. A indústria brasileira já convive com uma miríade de iniciativas que, isoladas, pouco transformam. O “Juntos pela Indústria” será decisivo apenas se conseguir condensar, priorizar e entregar projetos que realmente façam diferença na vida das empresas, especialmente das MPEs, que carregam o peso da geração de emprego e inovação.
Outro ponto crucial será o recorte territorial. O Brasil não é homogêneo, e pensar indústria sem considerar vocações regionais, rotas produtivas e polos de integração — como já mapeados pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional — é perder de vista a sua diversidade econômica. O desafio colocado — mapear territórios e lançar uma plataforma de governança — pode ser o alicerce de uma política industrial moderna, conectada às realidades locais.
Este jornal entende que a iniciativa só será histórica se conseguir ser clara, tangível e objetiva para os empresários. O discurso da integração precisa se materializar em resultados palpáveis: crédito mais acessível, simplificação regulatória, tecnologia aplicada e redes de valor que incluam os pequenos.
A indústria brasileira não pode mais se dar ao luxo de andar fragmentada. “Juntos pela Indústria” não deve ser apenas o nome de um programa, mas a síntese de um pacto nacional.
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✍️ Por Eliton Lobato Muniz — Cidade AC News
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