domingo, 18 maio, 2025
29.3 C
Rio Branco

Julgamento de Sean “Diddy” Combs começa com depoimentos chocantes e vídeo de hotel

diddy caso - Foto: Divulgação Globo

O julgamento criminal federal de Sean “Diddy” Combs, ícone do hip-hop e uma das figuras mais influentes da música, teve início em Nova York, capturando a atenção mundial. Em 12 de maio de 2025, o tribunal em Manhattan foi palco de um primeiro dia repleto de tensões, com promotores apresentando acusações graves contra o magnata. Combs enfrenta denúncias de conspiração para crime organizado, tráfico sexual e transporte para prostituição, com possibilidade de prisão perpétua se condenado. Dois testemunhas, um policial de Los Angeles e um gerente de shows masculinos, prestaram depoimentos impactantes, detalhando episódios de violência e coerção.

A abertura do caso, que deve se estender por oito semanas, expôs alegações perturbadoras envolvendo eventos chamados “Freak Offs”, descritos como encontros sexuais forçados e regados a drogas. A promotoria alega que Combs usava seu poder para manipular mulheres, enquanto a defesa insiste que as interações eram consensuais. O testemunho de Cassie Ventura, ex-namorada de Combs, é aguardado como um momento decisivo.

Principais pontos do primeiro dia:

  • Duas testemunhas depuseram: um policial e um gerente de shows masculinos.
  • Um vídeo de 2016 mostrou Combs agredindo Ventura em um hotel.
  • Alegações incluem sexo coercitivo e gravações de encontros.
  • Familiares de Combs, incluindo filhas e mãe, reagiram emocionados no tribunal.

Com o desenrolar do julgamento, a narrativa sobre o legado de Combs e as dinâmicas de poder na indústria do entretenimento está em xeque, prometendo revelações que podem abalar o setor.

Declarações iniciais definem o tom
O julgamento começou com as declarações iniciais da promotoria e da defesa, cada lado buscando conquistar o júri composto por 12 nova-iorquinos e seis suplentes. Os promotores descreveram Combs como líder de uma organização criminosa que, desde pelo menos 2004, usava sua influência para facilitar tráfico sexual e trabalho forçado. Eles detalharam os “Freak Offs” como eventos planejados, nos quais mulheres, incluindo Ventura, eram supostamente drogadas e forçadas a participar de atos sexuais prolongados, muitas vezes com prostitutos, sob a direção de Combs.

A defesa, liderada pelos advogados Marc Agnifilo e Xavier Donaldson, rebateu, afirmando que os encontros eram consensuais e parte de relacionamentos românticos ou profissionais. Eles questionaram a narrativa de Combs como um criminoso, sugerindo que o governo tenta criminalizar comportamentos sexuais entre adultos. A defesa também mencionou violência mútua na relação com Ventura, indicando que seu depoimento pode revelar nuances. Essas visões opostas estabeleceram um clima de confronto no tribunal.

Vídeo de hotel como prova central
Um dos momentos mais marcantes do primeiro dia foi a exibição de um vídeo de vigilância de 2016, que mostra Combs agredindo Cassie Ventura em um corredor de hotel em Los Angeles. O policial de Los Angeles, primeira testemunha da promotoria, relatou ter respondido a uma chamada de emergência relacionada ao incidente. O vídeo, divulgado pela CNN em 2024, captura Combs agarrando, chutando e arrastando Ventura, e é apontado como evidência de um padrão de comportamento abusivo.

No tribunal, o impacto do vídeo foi visível. Familiares de Combs, incluindo suas filhas e sua mãe, mostraram emoção enquanto as imagens eram exibidas em monitores. Os jurados, sentados anonimamente para proteger suas identidades, observaram atentamente. O juiz Arun Subramanian, que aprovou a admissibilidade do vídeo em abril de 2025, considera-o uma peça fundamental para a promotoria, que espera reforçá-lo com o depoimento de Ventura.

Depoimento gráfico do gerente de shows
A segunda testemunha da promotoria, Daniel Phillip, gerente de shows masculinos, apresentou um relato detalhado e perturbador sobre suas interações com Combs e Ventura. Phillip foi contratado sob o pretexto de se apresentar em uma despedida de solteira no Gramercy Park Hotel, mas encontrou apenas Ventura e um homem que identificou como Combs. Ele descreveu Combs dirigindo atos sexuais entre ele e Ventura, incluindo um episódio em que Ventura foi instruída a urinar sobre si mesma enquanto Combs gravava.

Detalhes do depoimento de Phillip incluem:

  • Combs se masturbava enquanto Phillip e Ventura faziam sexo.
  • Ventura parecia intoxicada por drogas em um dos encontros.
  • Phillip aceitou usar Molly, uma droga sintética, oferecida por Combs.
  • Combs gravou os encontros com celular e filmadora em pelo menos duas ocasiões.

Phillip também testemunhou sobre um episódio de violência, relatando que Combs arrastou Ventura pelos cabelos para um quarto enquanto ela gritava desculpas. Temendo por sua vida, ele não denunciou o incidente. A defesa iniciou o contrainterrogatório, que continuará no segundo dia, questionando a credibilidade de Phillip e sua percepção sobre o comportamento de Ventura.

Estratégia da defesa no contrainterrogatório
Durante o contrainterrogatório, o advogado Xavier Donaldson buscou minar a narrativa de Phillip. Ele destacou que Phillip não era um stripper ativo quando foi contratado, sugerindo inexperiência. Donaldson perguntou se Ventura parecia satisfeita durante os encontros, e Phillip confirmou que ela parecia sexualmente excitada na primeira interação. Essa abordagem reflete a estratégia da defesa de retratar os atos como consensuais e questionar a coerção alegada pela promotoria.

O contrainterrogatório foi pausado para uma discussão privada com o juiz Subramanian, indicando a sensibilidade do testemunho. Com cerca de uma hora de perguntas pendentes, a defesa deve intensificar seus esforços para descredibilizar Phillip, especialmente à medida que testemunhas como Ventura se aproximam do banco. O sucesso dessa tática pode influenciar a percepção do júri sobre as acusações.

Testemunho aguardado de Cassie Ventura
Cassie Ventura, figura central no caso, deve depor a partir de 13 de maio de 2025. Seu relato é visto como crucial, dado seu relacionamento de longo prazo com Combs e seu papel como principal testemunha. A promotoria espera que Ventura detalhe o incidente no hotel de 2016 e as alegações de que Combs a coagiu a participar de atos sexuais com prostitutos durante os “Freak Offs”. A acusação afirma que Combs usava gravações desses encontros para chantageá-la.

O processo civil movido por Ventura em 2023, que alegava anos de abuso, desencadeou a investigação federal que resultou na indiciação de Combs. Embora o caso tenha sido resolvido rapidamente, suas alegações ecoam as acusações criminais. A defesa planeja questionar Ventura sobre incidentes de violência mútua, buscando complicar sua imagem como vítima. O depoimento, esperado para ser emocional, atrairá grande atenção.

Reações familiares no tribunal
O primeiro dia do julgamento foi marcado por momentos de forte emoção, especialmente para a família de Combs. Suas filhas deixaram o tribunal durante o depoimento gráfico de Phillip, retornando brevemente antes de saírem novamente. Um dos filhos de Combs foi visto consolando a avó, Janice Combs, enquanto o testemunho se intensificava. Combs, por sua vez, manteve-se reservado, anotando ou conversando com seus advogados.

O juiz Subramanian impôs regras rigorosas, alertando o público contra tentativas de identificar jurados e instruindo testemunhas, como Phillip, a não discutirem seus depoimentos fora do tribunal. Essas medidas refletem a magnitude do caso e a necessidade de proteger o processo judicial em meio ao escrutínio da mídia.

Desafios da promotoria com testemunhas
A promotoria enfrentou um obstáculo inicial com uma testemunha-chave, conhecida como “Vítima-3”, que pode não depor devido a dificuldades de contato com seu advogado, segundo a Associated Press. Essa ausência pode enfraquecer o caso, já que a testemunha planejava revelar sua identidade. A promotoria conta com pelo menos três ou quatro testemunhas, incluindo Ventura e duas Jane Does. A falta de Vítima-3 pode aumentar a dependência do depoimento de Ventura e de evidências como o vídeo do hotel.

A estratégia da promotoria foca em estabelecer um padrão de coerção, com testemunhos como base. O desafio é corroborar esses relatos com provas físicas e superar a narrativa de consensualidade da defesa. O desempenho da promotoria nas próximas semanas será crucial para manter a confiança do júri.

Alegações de violência mútua pela defesa
A defesa de Combs introduziu uma alegação controversa, sugerindo violência mútua na relação com Ventura. Em 9 de maio de 2025, os advogados informaram ao juiz Subramanian sobre evidências que indicariam agressões de Ventura contra Combs, conforme reportado pela Reuters. Essa tática visa questionar a imagem de Ventura como vítima, sugerindo uma dinâmica mais complexa.

A abordagem, porém, é arriscada, podendo ser vista como culpabilização da vítima. Ainda assim, ela se alinha ao objetivo da defesa de reinterpretar as acusações como exageradas. O impacto dependerá da credibilidade das evidências e da habilidade da defesa em abordar o depoimento de Ventura sem alienar o júri.

Seleção do júri e atenção pública
O júri, finalizado em 12 de maio de 2025 após uma semana de seleção, inclui 12 jurados e seis suplentes. O processo, conduzido pelo juiz Subramanian, envolveu questionamentos sobre vieses relacionados à fama de Combs e à cobertura midiática. De um grupo de 45 candidatos, desafios peremptórios definiram o painel final. Os jurados, anônimos, foram orientados a não discutir o caso fora do tribunal.

O interesse público é enorme, com jornalistas e espectadores reunidos fora do tribunal. Um indivíduo com uma camiseta “Free Puff” foi visto, refletindo opiniões divididas sobre a culpa de Combs. O juiz reforçou a proibição de identificar jurados, garantindo imparcialidade em um caso de grande visibilidade.

Repercussões na indústria do entretenimento
As acusações contra Combs geraram debates sobre poder na indústria do entretenimento. O processo de Ventura em 2023 reacendeu discussões sobre responsabilidade, com paralelos a outros casos de figuras da música. A executiva Ty Stiklorius, em artigo no New York Times de 2024, relatou experiências desconfortáveis em um evento de Combs, apontando problemas sistêmicos.

O desfecho do julgamento pode influenciar como denúncias semelhantes serão tratadas, impactando práticas da indústria. Por enquanto, a atenção está no tribunal, onde promotores e advogados disputam a narrativa sobre uma das maiores estrelas do hip-hop.

Detalhes logísticos e cronograma
O julgamento está organizado para acomodar sua complexidade, com depoimentos retomados às 9h30 (horário de Nova York) em 13 de maio de 2025. Às 9h, os advogados discutirão questões de evidências relacionadas ao depoimento de Ventura. O processo deve durar oito semanas, com sessões diárias supervisionadas pelo juiz Subramanian.

Pausas regulares, como a do primeiro dia antes do contrainterrogatório de Phillip, são previstas. As partes têm até 8 de maio de 2025 para resolver questões de evidências, destacando o compromisso com um processo justo e organizado.

Mais Lidas

Aline e Diogo do BBB 25 brilham na estreia de Torto Arado no Rio

Centenas de pessoas se reuniram no Centro do Rio...

MC Mirella beija influenciadores no Rancho do Maia e Dynho Alves pede calma em resposta

MC Mirella voltou a ser o centro das atenções...

Tragédia: grave acidente entre carro e carreta deixa uma pessoa morta na BR-364; veja o vídeo

Um grave acidente foi registrado na BR-364, a cerca...

Últimas Notícias

Categorias populares

  • https://wms5.webradios.com.br:18904/8904
  • - ao vivo