A nova política do Estado não vive mais de nostalgia: o eleitor quer futuro, não reprises de romances antigos.
📍 Rio Branco – AC | Atualizado em 28/11/2025, às 20h24

Jorge Viana continua fazendo um bom trabalho na Apex. Isso ninguém nega.
A distância, aliás, lhe cai bem: Brasília o respeita, o setor produtivo o escuta, empresários o tratam como ativo diplomático. E o Brasil, convenhamos, anda precisando desesperadamente de gente que saiba falar com o mundo sem pedir desculpas por existir.
Mas é engraçado observar a coreografia inversa desse retorno político.
Antes, o Acre precisava de Jorge.
Hoje, Jorge precisa do Acre.
E isso muda tudo.
A velha liturgia da política local ainda tenta encenar o romance épico dos anos 2000 — aquela fase em que o nome dele bastava para empurrar carreata, sacudir bandeira, lotar quadra, derramar paixão. Era o período em que militante ostentava bandeira vermelha como quem exibe troféu: peito estufado, olhar convicto, fé no projeto.
Hoje o peito murchou, o olhar desviou e a fé virou, no máximo, um “vamos ver”.
Não é que Jorge perdeu valor.
É que a relação perdeu sentido.
O Acre mudou de endereço emocional.
O romantismo político envelheceu.
E os militantes que sobraram… sobraram.
E todo acreano sabe o peso dramático que a palavra “sobra” tem na nossa cultura.
Sobra não é escolhido. Sobra é o que fica depois do que era bom.
A nova fotografia é simples:
Jorge não faz falta.
E isso dói mais do que qualquer crítica.
Ele continua conhecido, popular, articulado, diplomático, com currículo que ninguém debate. Mas o Acre de hoje não está à procura de currículo. Está à procura de futuro.
E futuro, por aqui, raramente tem o rosto do ontem.
A ambição dele é legítima: voltar ao Senado.
Mas a matemática eleitoral é cruel: o eleitor acreano quer parar de desperdiçar voto.
E não se trata de rejeição — é ausência de necessidade.
O Acre já viveu um grande caso de amor político com Jorge Viana.
Bonito, intenso, fotogênico, cheio de memórias.
Mas romances têm um problema: quando acabam, é sempre um lado que tenta reviver a história, enquanto o outro já está vivendo outra vida.
E hoje, infelizmente para a velha guarda, o Acre está exatamente assim: vivendo outra vida.
Jorge segue sendo um nome forte no cenário nacional.
Mas, aqui dentro, força não é mais sinônimo de desejo.
E política, no fim das contas, é isso: o que o povo deseja naquele momento exato.
E no momento exato de agora, o que o Acre deseja…
não é repetir capítulo antigo.
Ei jorge deixa eu teatrilizar um pouco, presta atenção:
“O Retorno do Filho Político”
As luzes se acendem.
Jorge entra no palco.
Olha para a plateia.
Ninguém levanta bandeira.
Ninguém grita seu nome.
O silêncio pesa mais que aplauso.
Ele respira fundo, tenta repetir o velho roteiro — aquele que funcionava quando o Acre precisava dele.
Mas o público é outro.
O enredo é outro.
O Acre é outro.
E então a voz do narrador corta o ar como faca:
“Se quer voltar a encantar este povo, Jorge, terá de abandonar o figurino do PT, guardar o diploma de estadista e subir ao palco nu de vaidade — nu de certezas, nu de glórias passadas. Porque aqui, no Acre, o povo só aplaude quem sangra antes de falar.”
O protagonista hesita.
O público observa.
A velha trilha sonora tenta começar, mas não encontra ritmo.
O narrador continua:
“Esqueça o romance antigo.
Esqueça o peso da Apex.
Esqueça o título de ex-governador.
A plateia quer víscera, não currículo.”
Ele tenta sorrir.
Ninguém devolve.
“Quer ser senador?
Então pare de parecer senador.
Fale como quem volta para o confessionário, não para o trono.
Acredite: no Acre, quem chega de peito estufado sai pela porta lateral.”
O pano cai lentamente.
A plateia continua silenciosa.
Não é rejeição.
É julgamento.
É frieza.
É o tipo de silêncio que mede a alma de um político.
E no fim, apenas uma frase ecoa do alto do teatro:
“Reconquistar o Acre não é subir ao palco — é descer dele.”
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