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IBGE revela perfil demográfico de comunidades tradicionais no Acre

IBGE revela perfil demográfico de comunidades tradicionais no Acre | Cidade AC News – Notícias do Acre

O IBGE, em parceria com a UFAC, divulgou ontem dados inéditos do Censo 2022 sobre domicílios localizados em Unidades de Conservação (UCs) no Acre.

O levantamento aponta que milhares de pessoas vivem em áreas protegidas e tradicionalmente habitadas como reservas extrativistas e parques nacionais. O que chama atenção é a especificidade desse público: em geral, são populações remanescentes de quilombos, indígenas e seringueiros, que mantém práticas culturais e econômicas ligadas à natureza. Os números servem como base para políticas públicas específicas de infraestrutura, educação e saúde, reagindo a um mercado hegemônico que muitas vezes ignora essas identidades.

O que ocorreu foi a divulgação dos dados do Censo 2022; dados que permitem traçar o perfil dessas comunidades no Acre. As informações foram apresentadas ontem, em evento na UFAC, como um marco para o planejamento. A motivação central é direcionar políticas públicas que respeitem e fortaleçam populações tradicionais. O IBGE articulou o evento e causou impacto regional, contando com apoio técnico da UFAC e validação local. A organização aconteceu através de parceria entre IBGE e Universidade, com painéis e reflexões sobre aplicação dos índices em campo.

As comunidades que vivem em UCs, conforme o estudo, enfrentam desafios de acesso a serviços públicos básicos — como água tratada, luz elétrica e internet —, e sofrem barreiras para comercialização de produtos da agroextrativismo. O vice-presidente do IBGE no Acre, Hércules Luz Guimarães, comentou: “São comunidades que convivem com a floresta, mas estão desalinhadas com indicadores de qualidade de vida urbana. Sem políticas específicas, permanecerão invisíveis aos olhos do Estado.”

O evento ocorreu na sede da UFAC, campus Lago Azul, e contou com a presença de lideranças históricas e representantes de entidades como Fundação Nacional do Índio (Funai) e Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O foco está em traduzir dados técnicos em ações concretas para zonas rurais e extrativistas, integrando ensino e extensão universitária com plano de governo.

Essa divulgação abre caminho para investimentos regionais. O governo estadual sinalizou que vai priorizar a ampliação de linhas de crédito agrícola e projetos de desenvolvimento sustentável nessas áreas. Ao mesmo tempo, há pressão de associações para assegurar a titulação fundiária, processo que garante direitos legais às comunidades.

Esses dados têm relevância nacional, pois são incomuns em UCs de Amazônia. Representam evolução na transparência e no reconhecimento da existência de milhares de brasileiros que habitam piscinas florestais e vivem em simbiose com os megadiversos. No Brasil rural, identificar e recensear é condição para inclusão social.

 

 

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