A menos de um mês do início oficial do inverno, marcado para 20 de junho, o Brasil já registra os primeiros flocos de neve de 2025 em municípios da Serra Gaúcha e de Santa Catarina, na noite de quarta-feira e manhã de quinta-feira, 29 de maio. A chegada de uma frente fria, acompanhada de uma intensa massa de ar polar, derrubou as temperaturas em diversas regiões, com previsão de recordes de frio em ao menos oito capitais até o final da semana. O fenômeno, incomum para o outono, colocou 12 estados em alerta laranja, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), devido ao declínio acentuado nas temperaturas. Chuvas intensas, possibilidade de granizo e instabilidades climáticas também afetam áreas do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte, enquanto o litoral nordestino enfrenta precipitações isoladas.
A massa de ar frio, de origem continental, diferencia-se por seu maior potencial de resfriamento, ao contrário das massas oceânicas que predominam no país. O evento climático despertou atenção em cidades como São Joaquim (SC) e Gramado (RS), onde moradores e turistas registraram a neve.
- Alerta laranja abrange 12 estados, incluindo RJ, SP e RS.
- Chuvas intensas são esperadas no Rio Grande do Sul, com risco de granizo.
- Capitais como São Paulo e Porto Alegre podem registrar mínimas históricas para maio.
Meteorologistas preveem que a onda de frio se intensifique a partir desta quinta-feira, alcançando até o leste do Amazonas.
Alerta para declínio térmico
Dois alertas laranja emitidos pelo Inmet sinalizam perigo em 12 estados devido à queda brusca nas temperaturas entre quarta e quinta-feira. A região Sul, principal afetada, enfrenta condições de frio úmido, favoráveis à ocorrência de neve, segundo o ClimaTempo. Em Porto Alegre, as mínimas podem chegar a 10°C, enquanto Florianópolis e Curitiba também registram temperaturas abaixo da média para o período.
O avanço da frente fria provoca instabilidades em áreas do leste do Rio Grande do Sul, incluindo a capital gaúcha, e em uma faixa entre Mato Grosso e Rondônia. No Norte, chuvas isoladas são esperadas no Amapá, Pará e Amazonas, impulsionadas pelo calor e pela umidade.
Neve surpreende o Sul
A neve registrada em São Joaquim e Gramado marcou o início de um evento climático raro para maio. Imagens compartilhadas por moradores mostram paisagens cobertas por flocos, atraindo visitantes às serras gaúcha e catarinense. O fenômeno ocorreu devido à combinação de umidade e temperaturas próximas de 0°C, condições proporcionadas pela massa polar.
- São Joaquim teve acúmulo de neve em áreas elevadas.
- Gramado registrou flocos leves na noite de quarta-feira.
- Temperaturas na Serra Gaúcha chegaram a 2°C.
O frio intenso também causou transtornos, com chuvas fortes afetando seis cidades gaúchas, segundo autoridades locais.
Impactos nas capitais
Oito capitais brasileiras estão sob risco de registrar as menores temperaturas de 2025 até o final de maio. Em São Paulo, os termômetros devem marcar mínimas de 14°C e máximas de 20°C na sexta-feira. No Rio de Janeiro, as temperaturas variam entre 21°C e 26°C, com sensação térmica reduzida pelo vento.
- Porto Alegre: mínima de 10°C prevista para sexta-feira.
- Curitiba: temperaturas entre 8°C e 16°C.
- Florianópolis: sensação térmica próxima de 5°C em áreas abertas.
- Campo Grande: mínimas de 15°C, com chuvas isoladas.
A frente fria também eleva o risco de granizo no Rio Grande do Sul, especialmente em áreas rurais.
Chuvas e instabilidades regionais
Além do frio, a frente fria intensifica chuvas em diversas regiões. No Rio Grande do Sul, volumes significativos de precipitação são esperados até o final da semana, com possibilidade de alagamentos em áreas urbanas. O litoral do Nordeste, influenciado por um centro de baixa pressão, registra chuvas contínuas, afetando cidades como Recife e João Pessoa.
No Centro-Oeste, Mato Grosso e Rondônia enfrentam instabilidades, com trovoadas isoladas. Já no Norte, a combinação de calor e umidade provoca pancadas de chuva no Amazonas, Pará e Amapá, segundo o Inmet.
Características da massa polar
A atual massa de ar frio destaca-se por sua origem continental, que garante maior capacidade de resfriamento em comparação com massas oceânicas. Meteorologistas explicam que o trajeto terrestre da massa polar preserva suas características térmicas, resultando em temperaturas mais baixas.
- Massas continentais são menos comuns no Brasil.
- Resfriamento é mais intenso em áreas altas, como serras.
- Evento atual é o mais significativo de 2025 até o momento.
O fenômeno deve persistir até o início de junho, com gradativa elevação das temperaturas a partir da próxima semana.
Previsão para os próximos dias
A onda de frio deve atingir seu pico entre quinta e sexta-feira, com temperaturas mínimas em todo o Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No sábado, o Inmet prevê uma leve melhora, mas as manhãs continuarão frias, especialmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
No Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro terão dias nublados, com possibilidade de chuvas leves. Em Minas Gerais, o Triângulo Mineiro registra temperaturas abaixo de 15°C, enquanto Belo Horizonte tem mínimas de 16°C.
Áreas de risco climático
O Rio Grande do Sul permanece em estado de atenção devido ao potencial de chuvas intensas e granizo. Seis cidades gaúchas já reportaram estragos causados por precipitações recentes, incluindo quedas de árvores e interrupções no fornecimento de energia.
- Pelotas: alagamentos em bairros periféricos.
- Santa Maria: ventos fortes derrubaram postes.
- Caxias do Sul: granizo danificou plantações.
Autoridades recomendam que a população evite áreas de risco, como encostas e regiões ribeirinhas.
Efeitos no cotidiano
O frio intenso alterou a rotina em diversas cidades. Em São Joaquim, escolas suspenderam aulas presenciais devido às condições climáticas. Em Porto Alegre, a procura por agasalhos e cobertores aumentou, com campanhas de doação sendo organizadas por ONGs.
No setor agrícola, produtores da Serra Gaúcha monitoram os impactos do frio nas lavouras de maçã e uva, culturas sensíveis a temperaturas extremas. Chuvas intensas também preocupam agricultores no Mato Grosso, onde a colheita de soja pode ser afetada.
Perspectiva para o inverno
Com o inverno se aproximando, meteorologistas alertam que eventos como o atual podem se repetir. A estação, que começa em 20 de junho e termina em 22 de setembro, tende a ser marcada por massas polares mais frequentes. O Sul do Brasil, em especial, deve enfrentar períodos de frio úmido, com potencial para novos episódios de neve.
No Nordeste, as chuvas devem continuar intensas no litoral, enquanto o Norte enfrenta pancadas isoladas. O Centro-Oeste e o Sudeste terão temperaturas oscilantes, com períodos de frio seguidos por dias amenos.
