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Entenda o AVC: Sintomas iniciais, fatores de risco e o que fazer para prevenir e tratar

Avc -Exame - Cerebro - Acidente Vascular Cerebral

Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo, afetando milhões de pessoas anualmente. No Brasil, estima-se que ocorram cerca de 400 mil casos por ano, com impactos significativos na qualidade de vida das vítimas e de suas famílias. Conhecido popularmente como “derrame”, o AVC ocorre quando há uma interrupção no fluxo sanguíneo para o cérebro, seja por obstrução de uma artéria (isquêmico) ou rompimento de um vaso (hemorrágico). A rapidez no reconhecimento dos sintomas e a busca por atendimento médico são cruciais para minimizar sequelas e salvar vidas. Este texto explora como o AVC acontece, os sinais de alerta, fatores de risco e as medidas de prevenção e primeiros socorros.

O cérebro depende de um suprimento constante de oxigênio e nutrientes transportados pelo sangue. Quando uma artéria é bloqueada por um coágulo ou placa de gordura, ou quando um vaso se rompe, partes do cérebro podem ficar sem oxigênio, levando à morte de células cerebrais em minutos. O AVC isquêmico, que representa cerca de 85% dos casos, é causado por coágulos ou placas que obstruem o fluxo sanguíneo. Já o AVC hemorrágico, menos comum, ocorre devido a sangramentos no cérebro, frequentemente associados a hipertensão arterial ou aneurismas. Ambos os tipos podem causar danos graves, como paralisia, dificuldades de fala e até morte, se não tratados rapidamente.

Fatores como hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo, obesidade e sedentarismo aumentam significativamente o risco de AVC. Além disso, a idade avançada e histórico familiar também desempenham um papel importante. Dados recentes apontam que cerca de 25% dos casos de AVC ocorrem em pessoas com menos de 65 anos, o que reforça a importância de medidas preventivas em todas as faixas etárias. A adoção de hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios, pode reduzir o risco em até 50%, segundo estudos globais.

Sinais de alerta do AVC

Reconhecer os sintomas de um AVC é o primeiro passo para garantir um atendimento rápido. Os sinais mais comuns incluem:

  • Fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo, como braço, perna ou rosto.
  • Dificuldade repentina para falar ou entender a fala.
  • Perda de visão em um ou ambos os olhos, ou visão dupla.
  • Tontura, perda de equilíbrio ou dificuldade para caminhar.
  • Dor de cabeça intensa e sem causa aparente, especialmente em casos hemorrágicos.

O que acontece no cérebro durante um AVC

Quando o fluxo de sangue é interrompido, as células cerebrais começam a morrer em questão de minutos, um processo conhecido como isquemia. No AVC isquêmico, o coágulo bloqueia a passagem de sangue, privando o tecido cerebral de oxigênio. Já no AVC hemorrágico, o sangue que vaza de um vaso danificado aumenta a pressão dentro do crânio, comprimindo o cérebro e causando danos adicionais. A gravidade do AVC depende da área do cérebro afetada e do tempo que o tecido fica sem suprimento adequado. Por exemplo, áreas responsáveis pela fala, movimento ou memória podem ser comprometidas, resultando em sequelas permanentes.

A velocidade de resposta é crítica. Tratamentos como trombolíticos, que dissolvem coágulos, são eficazes apenas nas primeiras 4,5 horas após o início dos sintomas no AVC isquêmico. Para casos hemorrágicos, intervenções cirúrgicas podem ser necessárias para controlar o sangramento. Hospitais equipados com unidades de AVC, conhecidas como “stroke units”, têm aumentado as taxas de recuperação, reduzindo o risco de morte em até 20% em comparação com atendimentos convencionais.

Fatores de risco e como evitá-los

Muitos casos de AVC podem ser prevenidos com mudanças no estilo de vida e controle de condições médicas. A hipertensão arterial é o principal fator de risco, presente em cerca de 70% dos casos. Controlar a pressão arterial com medicamentos e redução do consumo de sal pode diminuir significativamente a probabilidade de um evento. O diabetes, que danifica os vasos sanguíneos ao longo do tempo, também eleva o risco, especialmente quando mal controlado. Monitorar os níveis de glicose e seguir uma dieta balanceada são medidas essenciais.

O tabagismo é outro vilão. Fumar dobra o risco de AVC, pois as substâncias químicas do cigarro danificam as artérias e favorecem a formação de coágulos. Abandonar o hábito pode reduzir o risco em até 50% em poucos anos. Além disso, o consumo excessivo de álcool e o uso de drogas recreativas, como cocaína, aumentam a pressão arterial e podem desencadear eventos hemorrágicos. Limitar o consumo de álcool a uma dose por dia para mulheres e duas para homens é uma recomendação amplamente aceita.

Medidas preventivas eficazes

Adotar um estilo de vida saudável é a melhor estratégia para reduzir o risco de AVC. Algumas ações práticas incluem:

  • Manter uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis, como as encontradas em peixes e azeite de oliva.
  • Praticar pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana, como caminhada ou natação.
  • Monitorar regularmente pressão arterial, colesterol e glicose.
  • Evitar o estresse crônico, que pode elevar a pressão arterial, por meio de técnicas como meditação ou yoga.
  • Realizar check-ups anuais, especialmente após os 40 anos, para identificar e tratar fatores de risco precocemente.

Como agir diante de um AVC

A rapidez no atendimento pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Se houver suspeita de AVC, o protocolo FAST (sigla em inglês para Face, Arms, Speech, Time) é uma ferramenta simples para identificar os sinais: verificar se o rosto está assimétrico, se há fraqueza nos braços e se a fala está comprometida. Se algum desses sintomas estiver presente, o próximo passo é ligar imediatamente para o serviço de emergência, como o SAMU (192 no Brasil). Cada minuto conta, pois o atraso no tratamento aumenta o risco de sequelas graves.

No hospital, exames como tomografia computadorizada ou ressonância magnética são usados para determinar o tipo de AVC e o tratamento mais adequado. No caso do AVC isquêmico, medicamentos trombolíticos ou procedimentos como trombectomia, que remove o coágulo mecanicamente, podem restaurar o fluxo sanguíneo. Para o AVC hemorrágico, o controle da pressão arterial e, em alguns casos, cirurgias para reparar vasos danificados são essenciais. Após o tratamento inicial, a reabilitação com fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional ajuda na recuperação de funções perdidas.

Impactos do AVC na sociedade

O AVC não afeta apenas o indivíduo, mas também suas famílias e o sistema de saúde. No Brasil, o custo anual com tratamento e reabilitação de pacientes com AVC ultrapassa os R$ 2 bilhões, sobrecarregando o SUS e os planos de saúde. Além disso, cerca de 50% dos sobreviventes enfrentam sequelas que limitam sua independência, como dificuldades motoras ou cognitivas. Programas de conscientização, como a campanha mundial do Dia do AVC (29 de outubro), buscam educar a população sobre prevenção e reconhecimento precoce dos sintomas.

A desigualdade no acesso a cuidados médicos também é um desafio. Regiões mais pobres do Brasil, como o Norte e o Nordeste, têm menos acesso a unidades especializadas em AVC, o que aumenta as taxas de mortalidade. Investimentos em infraestrutura hospitalar e treinamento de profissionais de saúde são fundamentais para reduzir essas disparidades. Além disso, a telemedicina tem se mostrado uma aliada, permitindo que médicos especialistas orientem equipes em locais remotos durante emergências.

Cronograma de ações contra o AVC

Campanhas e iniciativas globais seguem um calendário anual para combater o AVC:

  • Janeiro a dezembro: Monitoramento contínuo de fatores de risco, como pressão arterial e colesterol.
  • 29 de outubro: Dia Mundial do AVC, com eventos educativos em hospitais e comunidades.
  • Novembro: Mês de conscientização sobre saúde cardiovascular, com foco em prevenção.
  • Durante todo o ano: Programas de treinamento para profissionais de saúde sobre atendimento de emergência.

Avanços no tratamento e pesquisa

Nos últimos anos, avanços na medicina têm transformado o prognóstico do AVC. A trombectomia mecânica, por exemplo, ampliou a janela de tratamento para até 24 horas em alguns casos de AVC isquêmico, desde que realizada em centros especializados. Além disso, novas classes de medicamentos, como anticoagulantes mais seguros, têm reduzido o risco de eventos recorrentes em pacientes com fibrilação atrial, uma condição associada a 20% dos casos de AVC.

A inteligência artificial também está revolucionando o diagnóstico. Algoritmos que analisam imagens cerebrais podem identificar sinais de AVC em poucos minutos, acelerando a tomada de decisão em emergências. Pesquisas em andamento exploram terapias regenerativas, como o uso de células-tronco para reparar tecidos cerebrais danificados, embora esses tratamentos ainda estejam em fase experimental. Esses avanços sinalizam um futuro promissor, mas reforçam a importância de investir em prevenção para reduzir a incidência de casos.

Desafios no combate ao AVC

Apesar dos avanços, o combate ao AVC enfrenta obstáculos significativos. A falta de conscientização sobre os sintomas leva muitas pessoas a ignorarem os sinais iniciais, atrasando o atendimento. No Brasil, apenas 30% dos pacientes com AVC chegam ao hospital dentro da janela ideal de tratamento. Campanhas educativas precisam ser intensificadas, especialmente em comunidades com menor acesso à informação. Além disso, a prevalência de fatores de risco, como obesidade e hipertensão, continua crescendo, impulsionada por estilos de vida sedentários e dietas ricas em gorduras e açúcares.

Outro desafio é a reabilitação a longo prazo. Muitos pacientes enfrentam dificuldades para acessar serviços de fisioterapia e fonoaudiologia, especialmente em áreas rurais. Programas de apoio psicológico também são essenciais, já que o AVC pode levar a depressão e ansiedade em até 30% dos sobreviventes. Governos e organizações de saúde precisam priorizar políticas públicas que garantam acesso equitativo a cuidados de qualidade.

A importância da prevenção contínua

Prevenir o AVC exige um esforço contínuo e multifacetado. Pequenas mudanças no dia a dia, como reduzir o consumo de sal, evitar alimentos ultraprocessados e incorporar exercícios físicos à rotina, podem ter um impacto significativo. Comunidades também desempenham um papel crucial, promovendo atividades coletivas, como caminhadas em grupo ou feiras de saúde. Escolas e empresas podem contribuir, oferecendo programas educativos sobre saúde cardiovascular.

A colaboração entre governos, profissionais de saúde e a sociedade é essencial para reduzir a carga do AVC. Iniciativas como a expansão de unidades de AVC em hospitais públicos e a inclusão de educação sobre saúde nas escolas podem salvar milhares de vidas. Enquanto a medicina avança, a prevenção permanece como a ferramenta mais poderosa para combater essa condição devastadora.

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