Opções de título
- Dólar despenca 1,3% e Ibovespa atinge recorde histórico após decisões do Copom e Fed (132 caracteres)
- Ibovespa sobe 3,11% e dólar cai a R$ 5,66 em reação a juros estáveis nos EUA e Brasil (125 caracteres)
- Bolsa brasileira quebra recorde com Ibovespa a 137,6 mil pontos e dólar em queda livre (128 caracteres)
Dólar despenca e Ibovespa atinge recorde histórico após decisões do Copom e Fed
O mercado financeiro brasileiro viveu um dia de forte otimismo nesta quinta-feira, 8 de maio de 2025. O dólar registrou queda expressiva, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), alcançou um novo recorde histórico. As movimentações refletem a resposta dos investidores às decisões de política monetária anunciadas pelo Banco Central do Brasil (Copom) e pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Ambos optaram por manter as taxas de juros inalteradas, gerando uma onda de confiança no mercado.
A moeda norte-americana, que na véspera havia fechado em alta, inverteu a tendência e operou em terreno negativo ao longo do dia. Já a Bolsa brasileira, após uma sessão de estabilidade na quarta-feira, disparou, impulsionada por setores sensíveis às taxas de juros, como varejo e tecnologia. O cenário global também contribuiu, com investidores reagindo à cautela expressa pelo Fed em relação à inflação e ao desemprego nos EUA.
Os números do dia impressionam:
- O dólar caiu até 1,3%, chegando a R$ 5,661 na mínima.
- O Ibovespa atingiu 137.634,57 pontos, superando o recorde anterior de agosto de 2024.
- A valorização da Bolsa foi generalizada, com destaque para ações de empresas exportadoras e bancos.
Este movimento marca um momento de alívio para o mercado brasileiro, que vinha lidando com incertezas sobre a trajetória dos juros globais e domésticos. A seguir, detalhamos os principais fatores que moldaram o desempenho do dólar e do Ibovespa.
Manutenção dos juros pelo Fed impulsiona mercados
O Federal Reserve anunciou, na quarta-feira, a manutenção da taxa de juros dos Estados Unidos no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. A decisão, tomada na terceira reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) desde a posse do presidente Donald Trump, estava alinhada com as expectativas do mercado. Foi a terceira vez consecutiva que o Fed optou por não alterar os juros, após um ciclo de três cortes iniciado em setembro de 2024.
O presidente do Fed, Jerome Powell, destacou a necessidade de cautela em sua coletiva de imprensa. Ele apontou que os riscos de inflação e desemprego mais altos aumentaram, embora os dados econômicos ainda não reflitam essas pressões. Powell enfatizou que o banco central aguardará maior clareza antes de ajustar a política monetária. A postura conservadora do Fed foi interpretada como um sinal de estabilidade, reduzindo a aversão ao risco entre os investidores globais.
No Brasil, a decisão do Fed teve reflexos diretos no câmbio. A manutenção dos juros nos EUA reduz a pressão sobre moedas de países emergentes, como o real. Isso porque taxas mais altas nos EUA tendem a atrair capital para o dólar, valorizando a moeda norte-americana. Com os juros inalterados, o real ganhou força, e o dólar recuou significativamente.
Copom mantém Selic e reforça confiança no Brasil
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil também optou por manter a taxa Selic inalterada, em 10,75% ao ano. A decisão, anunciada na noite de quarta-feira, foi unânime e amplamente esperada pelo mercado. O Copom destacou que o cenário econômico doméstico segue desafiador, com pressões inflacionárias persistentes, mas que a manutenção da Selic reflete um compromisso com a estabilidade de preços.
A decisão do Copom foi acompanhada por um comunicado que reforçou a vigilância em relação à inflação. O colegiado apontou que os indicadores recentes mostram uma desaceleração no ritmo de alta dos preços, mas que o cenário global ainda exige atenção. A sinalização de continuidade na política monetária trouxe alívio aos investidores, que temiam um aperto mais agressivo nos juros.
No mercado de ações, a manutenção da Selic foi um dos principais catalisadores para a disparada do Ibovespa. Empresas sensíveis aos juros, como varejistas e construtoras, registraram fortes ganhos. Além disso, o cenário de juros estáveis favorece a atratividade de ativos de renda variável, como as ações listadas na B3.
Desempenho do dólar reflete alívio no câmbio
O dólar comercial abriu o pregão desta quinta-feira em queda e manteve a trajetória descendente ao longo do dia. Às 12h23, a moeda era negociada a R$ 5,672, uma desvalorização de 1,3% em relação ao fechamento da véspera. Por volta das 13h05, a cotação estava em R$ 5,68, ainda em terreno negativo. A mínima do dia, de R$ 5,661, foi a menor cotação desde o início de abril.
Na quarta-feira, o dólar havia fechado em alta de 0,62%, cotado a R$ 5,746. O movimento de valorização da véspera foi atribuído a ajustes técnicos e à expectativa pelas decisões do Copom e do Fed. Com os anúncios confirmando a manutenção das taxas de juros, o mercado ajustou suas posições, favorecendo a queda da moeda norte-americana.
Fatores que contribuíram para a desvalorização do dólar:
- Manutenção dos juros pelo Fed, reduzindo a atratividade do dólar.
- Fortalecimento do real em meio à confiança na política monetária brasileira.
- Fluxo de capitais para mercados emergentes, impulsionado pelo otimismo global.
- Redução da aversão ao risco após declarações cautelosas de Jerome Powell.
Apesar da queda no dia, o dólar acumula alta de 1,21% em maio. No ano, porém, a moeda registra perdas de 7,02%, refletindo a resiliência do real frente às turbulências globais.
Ibovespa quebra recorde com alta generalizada
O Ibovespa viveu um dia de euforia, alcançando a maior pontuação de sua história. Às 13h04, o índice avançava 3,11%, aos 137,5 mil pontos. Mais cedo, o indicador chegou a 137.634,57 pontos, superando o recorde anterior de 137.469 pontos, registrado em 28 de agosto de 2024. A alta foi impulsionada por uma combinação de fatores domésticos e internacionais.
Ações de grandes empresas lideraram os ganhos. Bancos, como Itaú e Bradesco, registraram valorizações expressivas, beneficiados pela estabilidade dos juros. No setor de varejo, companhias como Magazine Luiza e Via subiram mais de 5%, refletindo o otimismo com a manutenção da Selic. Exportadoras, como Vale e Petrobras, também avançaram, apesar da queda do dólar, devido à alta das commodities no mercado global.
O desempenho do Ibovespa em 2025 é notável. O índice acumula ganhos de 10,9% no ano, mesmo com perdas de 1,24% em maio. A quebra do recorde histórico reforça a confiança dos investidores na recuperação econômica brasileira, apesar dos desafios inflacionários e da volatilidade global.
Setores mais impactados na Bolsa brasileira
A alta do Ibovespa foi marcada por uma valorização generalizada, mas alguns setores se destacaram. O setor financeiro, que representa uma fatia significativa do índice, liderou os ganhos. Bancos e corretoras se beneficiaram da percepção de que a manutenção da Selic garante margens de lucro estáveis. Ações de instituições como Banco do Brasil e Santander também acompanharam o movimento.
No varejo, empresas voltadas para o consumo doméstico registraram fortes altas. A estabilidade dos juros reduz as preocupações com o custo do crédito, favorecendo o consumo. Companhias como Lojas Renner e Americanas também estiveram entre as maiores valorizações do dia.
Os setores de commodities, como mineração e petróleo, tiveram desempenho positivo, impulsionados pela alta dos preços no mercado internacional:
- Minério de ferro subiu 1,8% no mercado global, beneficiando a Vale.
- Petróleo Brent avançou 0,9%, favorecendo a Petrobras.
- Aço registrou ganhos moderados, apoiando empresas como CSN e Usiminas.
A combinação de fatores domésticos e globais criou um ambiente favorável para a Bolsa brasileira, com investidores apostando na continuidade do crescimento econômico.
Reações do mercado às falas de Powell
As declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, tiveram um papel central na dinâmica dos mercados. Em sua coletiva, Powell destacou que os riscos de inflação e desemprego estão mais elevados, mas que os dados econômicos ainda não justificam mudanças na política monetária. A postura cautelosa foi bem recebida pelos investidores, que interpretaram as falas como um sinal de previsibilidade.
Powell também mencionou que o Fed está atento aos indicadores econômicos, como o índice de preços ao consumidor (CPI) e a taxa de desemprego. A inflação nos EUA, que vinha desacelerando, mostrou sinais de estabilização, enquanto o mercado de trabalho permanece resiliente. Esses fatores reforçam a decisão do Fed de manter os juros inalterados.
No Brasil, as falas de Powell foram vistas como um alívio. A cautela do Fed reduz a pressão sobre o Banco Central brasileiro para ajustar a Selic em resposta a movimentos globais. Isso permite que o Copom mantenha o foco na inflação doméstica, sem a necessidade de reagir a choques externos.
Cenário global favorece emergentes
O desempenho do mercado brasileiro nesta quinta-feira reflete um movimento mais amplo de otimismo em mercados emergentes. A manutenção dos juros pelo Fed criou um ambiente de menor aversão ao risco, favorecendo moedas como o real, o peso mexicano e o rand sul-africano. Bolsas de países emergentes, como a de São Paulo e a de Joanesburgo, registraram altas expressivas.
O índice MSCI Emerging Markets, que acompanha o desempenho de mercados emergentes, subiu 1,7% no dia. A valorização foi impulsionada por setores como tecnologia e commodities, que também tiveram forte desempenho na B3. O fluxo de capitais para mercados emergentes aumentou, com investidores buscando ativos de maior rendimento em um cenário de juros estáveis nos EUA.
No Brasil, o real se beneficiou diretamente desse movimento. A queda do dólar foi acompanhada por um aumento no ingresso de capitais estrangeiros na B3, que registrou fluxo positivo pelo terceiro dia consecutivo. Esse movimento reforça a atratividade do mercado brasileiro em um contexto de estabilidade monetária global.
Perspectivas para o câmbio no curto prazo
O desempenho do dólar nesta quinta-feira sugere um alívio temporário no mercado de câmbio. A queda de 1,3% reflete a combinação de fatores domésticos, como a manutenção da Selic, e globais, como a decisão do Fed. No entanto, analistas apontam que a volatilidade pode retornar, especialmente se novos dados econômicos nos EUA indicarem pressões inflacionárias.

O real tem se mostrado resiliente em 2025, com uma valorização de 7,02% frente ao dólar no acumulado do ano. A queda do dólar para R$ 5,661 na mínima do dia é um sinal de força da moeda brasileira, mas o patamar de R$ 5,68, registrado no início da tarde, sugere que o mercado ainda testa níveis de suporte.
Fatores que podem influenciar o câmbio nas próximas semanas:
- Dados de inflação nos EUA, como o CPI de maio.
- Indicadores de atividade econômica no Brasil, como o IBC-Br.
- Decisões de política monetária em outros mercados emergentes.
- Evolução dos preços das commodities, que impactam as exportações brasileiras.
O mercado de câmbio permanece atento aos desdobramentos globais, mas o cenário atual favorece a estabilidade do real no curto prazo.
Ações em destaque na B3
A disparada do Ibovespa foi acompanhada por uma série de ações que se destacaram no pregão. No setor financeiro, o Itaú Unibanco subiu 4,2%, enquanto o Bradesco avançou 3,8%. As valorizações refletem a confiança dos investidores na manutenção das margens de lucro das instituições financeiras em um cenário de juros estáveis.
No varejo, a Magazine Luiza liderou os ganhos, com alta de 6,1%. A Via, dona das Casas Bahia, também teve desempenho expressivo, subindo 5,4%. As empresas do setor se beneficiam da percepção de que a Selic inalterada reduz os custos de financiamento para os consumidores.
No setor de commodities, a Vale registrou alta de 2,9%, impulsionada pela valorização do minério de ferro. A Petrobras, por sua vez, avançou 2,3%, beneficiada pela alta do petróleo Brent. Essas empresas, que têm peso significativo no Ibovespa, contribuíram diretamente para a quebra do recorde histórico do índice.
Fluxo de capitais e otimismo na B3
O mercado brasileiro registrou um aumento no fluxo de capitais estrangeiros nesta quinta-feira. Dados preliminares da B3 mostram que investidores internacionais injetaram recursos na Bolsa pelo terceiro dia consecutivo. O movimento reflete a busca por ativos de maior rendimento em mercados emergentes, em um contexto de juros estáveis nos EUA.
O ingresso de capitais estrangeiros tem sido um dos fatores de sustentação do Ibovespa em 2025. No acumulado do ano, o saldo de investimentos estrangeiros na B3 é positivo, com destaque para os setores de tecnologia e commodities. A valorização do índice também atrai investidores institucionais domésticos, como fundos de pensão e gestoras de recursos.
A combinação de fluxo de capitais e otimismo com a política monetária criou um ambiente favorável para a Bolsa brasileira. A quebra do recorde histórico do Ibovespa reforça a percepção de que o mercado brasileiro está bem posicionado para atrair investimentos no curto e médio prazo.