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Aos 84 anos, morre Jair da Costa, ídolo do futebol brasileiro e europeu com gols decisivos e títulos marcantes

Jair da Costa

O futebol mundial perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas no dia 26 de abril de 2025, com a morte de Jair da Costa, ex-ponta-direita que marcou época na Portuguesa, na Inter de Milão e na Seleção Brasileira. Aos 84 anos, o jogador, que integrou o elenco campeão da Copa do Mundo de 1962, no Chile, deixou um legado de conquistas e atuações memoráveis tanto no Brasil quanto na Europa. Sua trajetória, marcada por títulos nacionais, continentais e mundiais, reflete a versatilidade e o talento de um atleta que brilhou em diferentes contextos do esporte. A notícia de seu falecimento gerou comoção entre torcedores e clubes, que reconheceram sua contribuição para o futebol.

Nascido em 1940, Jair começou sua carreira em clubes menores do interior de São Paulo antes de chegar à Portuguesa em 1960. Na Lusa, rapidamente se destacou pela velocidade, habilidade no drible e faro de gol, características que o levaram a ser convocado para a Seleção Brasileira. Sua passagem pelo clube paulistano, embora breve, foi suficiente para que ele se tornasse um dos ídolos da torcida rubro-verde. Entre 1960 e 1962, Jair disputou partidas que ajudaram a consolidar a Portuguesa como uma força no futebol paulista, pavimentando o caminho para sua transferência à Europa.

A convocação para a Copa do Mundo de 1962 foi um marco na carreira de Jair da Costa. Embora não fosse titular absoluto, sua presença no elenco comandado por Aymoré Moreira foi essencial para a conquista do bicampeonato mundial. O Brasil, liderado por craques como Garrincha, Pelé e Vavá, superou adversários como a Tchecoslováquia na final, e Jair, então com 22 anos, viveu o auge de sua trajetória na Seleção. Após o torneio, sua visibilidade internacional abriu portas para uma transferência à Inter de Milão, onde ele escreveria alguns dos capítulos mais gloriosos de sua carreira.

Ascensão na Inter de Milão e conquistas históricas

A chegada de Jair da Costa à Inter de Milão, em 1962, marcou o início de uma era dourada para o clube italiano. Sob o comando do técnico Helenio Herrera, a equipe nerazzurra revolucionou o futebol europeu com o famoso sistema “catenaccio”, que combinava solidez defensiva com contra-ataques letais. Jair, com sua velocidade e precisão nos cruzamentos, adaptou-se rapidamente ao estilo de jogo e se tornou peça fundamental no ataque. Sua capacidade de atuar tanto como ponta-direita quanto em posições mais recuadas no meio-campo deu ao time uma versatilidade que poucos adversários conseguiam neutralizar.

Entre 1962 e 1972, com um breve intervalo para atuar pela Roma entre 1967 e 1968, Jair acumulou uma série de títulos que o colocaram entre os maiores jogadores da história da Inter. Ele conquistou quatro edições do Campeonato Italiano (Serie A), em 1963, 1965, 1966 e 1971, consolidando a supremacia do clube no cenário nacional. Além disso, foi bicampeão da Liga dos Campeões da UEFA, em 1964 e 1965, e do Mundial de Clubes, também em 1964 e 1965. Um dos momentos mais marcantes de sua passagem pela Inter foi o gol decisivo na final da Champions de 1964/65 contra o Benfica, que garantiu o título europeu para os italianos.

  • Principais conquistas na Inter de Milão:
    • Tetracampeão italiano (1963, 1965, 1966, 1971).
    • Bicampeão da Liga dos Campeões (1964, 1965).
    • Bicampeão mundial de clubes (1964, 1965).
    • Gol decisivo na final da Champions de 1964/65 contra o Benfica.

Impacto na Roma e retorno ao Brasil

Em 1967, Jair da Costa foi emprestado à Roma, onde permaneceu por uma temporada. Apesar de não conquistar títulos, sua passagem pelo clube da capital italiana foi marcada por atuações consistentes e pela admiração dos torcedores. A experiência na Roma, embora breve, reforçou sua reputação como um jogador capaz de se adaptar a diferentes contextos táticos e culturais. Após retornar à Inter de Milão, ele continuou a desempenhar um papel importante na equipe, mesmo com a crescente concorrência de novos talentos.

O retorno de Jair ao Brasil, em 1972, marcou uma nova fase em sua carreira. Contratado pelo Santos, ele teve a oportunidade de jogar ao lado de lendas como Pelé e Coutinho. No Peixe, Jair conquistou o Campeonato Paulista de 1973, um título que coroou sua trajetória no futebol brasileiro. Sua passagem pelo Santos, entre 1972 e 1974, foi marcada por atuações que combinaram experiência e qualidade técnica, consolidando seu status como um dos grandes nomes do esporte no país.

A decisão de voltar ao Brasil após uma década na Europa reflete o desejo de Jair de se reconectar com suas raízes e contribuir para o futebol nacional. No Santos, ele encontrou um ambiente competitivo, mas também acolhedor, que lhe permitiu encerrar a carreira em alto nível. Sua experiência internacional trouxe um diferencial ao elenco santista, especialmente em jogos decisivos do campeonato estadual.

Legado na Portuguesa e influência no futebol paulistano

A Portuguesa foi o ponto de partida para a ascensão de Jair da Costa, e sua ligação com o clube permaneceu forte mesmo após sua saída para a Europa. Entre 1960 e 1962, ele disputou cerca de 70 partidas pela Lusa, marcando gols importantes e ajudando a equipe a competir contra gigantes como Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Sua velocidade e habilidade no um contra um fizeram dele um dos jogadores mais temidos pelos defensores adversários.

O impacto de Jair na Portuguesa vai além dos números. Ele representou uma geração de jogadores que colocaram o clube no mapa do futebol brasileiro, especialmente em um período em que a Lusa era conhecida por revelar talentos. Sua convocação para a Copa de 1962, enquanto ainda defendia o clube, trouxe visibilidade à Portuguesa e reforçou sua reputação como formadora de atletas de alto nível.

  • Contribuições de Jair para a Portuguesa:
    • Atuações decisivas no Campeonato Paulista entre 1960 e 1962.
    • Convocação para a Seleção Brasileira enquanto jogador da Lusa.
    • Legado como ídolo para a torcida rubro-verde.

A Copa do Mundo de 1962 e o papel na Seleção Brasileira

A participação de Jair da Costa na Copa do Mundo de 1962 foi um divisor de águas em sua carreira. Embora não tenha sido titular em todos os jogos, sua presença no elenco brasileiro foi estratégica. O técnico Aymoré Moreira contava com Jair para oferecer opções táticas no ataque, especialmente em momentos em que o time precisava de velocidade pelas pontas. Sua convocação, aos 22 anos, foi um reconhecimento de seu talento e da excelente fase que vivia na Portuguesa.

O torneio no Chile foi dominado pelo Brasil, que venceu cinco de seus seis jogos, empatando apenas com a Tchecoslováquia na fase de grupos. Na final, a Seleção superou os tchecos por 3 a 1, com gols de Amarildo, Zito e Vavá. Jair, embora não tenha marcado gols, contribuiu com sua versatilidade e disposição em campo, características que o tornaram um jogador valioso para o grupo. A conquista do bicampeonato mundial colocou Jair entre os grandes nomes do futebol brasileiro da época.

A experiência na Copa de 1962 também foi fundamental para a transição de Jair para o futebol europeu. Sua visibilidade no torneio atraiu o interesse da Inter de Milão, que viu no jovem ponta-direita um reforço ideal para sua ambição de dominar o cenário continental. A transferência para a Itália, logo após o Mundial, marcou o início de uma trajetória internacional que poucos brasileiros conseguiram repetir na época.

Trajetória na Inter de Milão: uma década de glórias

A década de Jair da Costa na Inter de Milão foi marcada por uma combinação de talento individual e sucesso coletivo. Sob a liderança de Helenio Herrera, o clube italiano viveu um período de hegemonia na Europa, conquistando títulos que ainda hoje são referência no futebol mundial. Jair, com sua habilidade de driblar em alta velocidade e finalizar com precisão, tornou-se um dos pilares do ataque nerazzurro.

Um dos momentos mais emblemáticos de sua passagem pela Inter foi a final da Liga dos Campeões de 1964/65, disputada em Milão. Contra o Benfica, de Eusébio, Jair marcou o gol da vitória por 1 a 0, garantindo o segundo título europeu consecutivo para a Inter. O gol, anotado no primeiro tempo, foi resultado de uma jogada característica do ponta-direita: um corte rápido para dentro da área seguido de um chute colocado. A conquista consolidou a Inter como uma potência global e elevou Jair ao status de herói entre os torcedores.

Além das conquistas em campo, Jair também deixou sua marca fora dele. Sua adaptação à cultura italiana e seu profissionalismo foram elogiados por companheiros e treinadores. Durante seus anos na Inter, ele aprendeu a falar italiano fluentemente e se tornou uma ponte entre o futebol brasileiro e o europeu, ajudando a abrir portas para outros jogadores sul-americanos no continente.

Passagem pelo Santos e o título paulista de 1973

O retorno de Jair da Costa ao Brasil, em 1972, foi motivado por uma combinação de fatores, incluindo o desejo de estar mais próximo da família e a oportunidade de jogar em um dos maiores clubes do país. No Santos, ele encontrou um elenco repleto de estrelas, mas também um ambiente que valorizava sua experiência internacional. Sob o comando de técnicos como Pepe, Jair contribuiu para a conquista do Campeonato Paulista de 1973, um título que reforçou a hegemonia do Peixe no futebol estadual.

Durante sua passagem pelo Santos, Jair disputou cerca de 50 partidas e marcou gols importantes, especialmente em clássicos contra rivais como Corinthians e Palmeiras. Sua capacidade de atuar tanto como ponta quanto como meia ofensivo deu ao time uma flexibilidade tática que foi crucial em jogos disputados. Mesmo aos 32 anos, Jair manteve a velocidade e a inteligência tática que o tornaram um jogador diferenciado ao longo de sua carreira.

O título paulista de 1973 foi um marco para Jair, pois representou a conquista de um campeonato importante em sua terra natal. A vitória também reforçou sua ligação com a torcida santista, que reconheceu nele um jogador comprometido e talentoso. Após o término de sua passagem pelo Santos, em 1974, Jair decidiu encerrar a carreira, deixando um legado que transcende clubes e fronteiras.

Influência no futebol brasileiro e europeu

A carreira de Jair da Costa é um exemplo raro de sucesso em múltiplos contextos do futebol. No Brasil, ele brilhou pela Portuguesa e pelo Santos, conquistando títulos e o respeito de torcedores e adversários. Na Europa, sua passagem pela Inter de Milão e pela Roma o colocou entre os pioneiros brasileiros que abriram caminho para a globalização do futebol sul-americano. Sua habilidade de se adaptar a diferentes estilos de jogo e culturas foi fundamental para seu sucesso.

No cenário brasileiro, Jair é lembrado como um dos grandes nomes da geração que consolidou o país como uma potência no futebol mundial. Sua participação na Copa de 1962 e suas conquistas com a Portuguesa e o Santos são parte de um legado que ainda inspira jovens jogadores. Na Europa, ele é celebrado como um dos heróis da Inter de Milão, clube que dominou o futebol continental na década de 1960.

  • Impactos de Jair no futebol:
    • Pioneirismo de brasileiros na Europa, abrindo portas para futuras gerações.
    • Contribuição para a hegemonia da Inter de Milão na década de 1960.
    • Legado como ídolo em clubes como Portuguesa e Santos.

Cronologia das principais conquistas de Jair da Costa

A trajetória de Jair da Costa é marcada por uma série de conquistas que refletem sua importância no futebol. Abaixo, uma linha do tempo com os principais marcos de sua carreira:

  • 1960-1962: Destaque na Portuguesa, com atuações memoráveis no Campeonato Paulista.
  • 1962: Campeão da Copa do Mundo com a Seleção Brasileira no Chile.
  • 1963: Conquista do primeiro título italiano com a Inter de Milão.
  • 1964: Bicampeão europeu e mundial com a Inter de Milão.
  • 1965: Marca gol decisivo na final da Liga dos Campeões contra o Benfica.
  • 1967-1968: Passagem pela Roma, com atuações consistentes na Serie A.
  • 1971: Tetracampeão italiano com a Inter de Milão.
  • 1973: Campeão Paulista com o Santos.

Homenagens e reconhecimento após sua morte

A morte de Jair da Costa, anunciada em 26 de abril de 2025, gerou uma onda de homenagens de clubes, ex-companheiros e torcedores. A Portuguesa, onde ele começou sua carreira, divulgou uma nota oficial lamentando a perda de um de seus maiores ídolos e destacando sua contribuição para o clube. A Inter de Milão, por sua vez, relembrou os feitos de Jair em suas redes sociais, exaltando seu papel nas conquistas europeias e mundiais da década de 1960.

No Brasil, torcedores da Portuguesa e do Santos usaram as redes sociais para compartilhar memórias de Jair, destacando sua humildade e dedicação ao esporte. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também prestou tributo ao ex-jogador, reconhecendo sua importância para a conquista do bicampeonato mundial em 1962. A如ção de mensagens demonstra o impacto duradouro de Jair no futebol e a admiração que ele conquistou ao longo de sua vida.

O legado de Jair da Costa transcende as quatro linhas. Sua carreira, marcada por títulos em três continentes, reflete a excelência de um jogador que soube combinar talento, profissionalismo e paixão pelo futebol. Sua história continua a inspirar novas gerações, tanto no Brasil quanto na Europa, onde ele deixou uma marca indelével.

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