quarta-feira, 14 maio, 2025
28.7 C
Rio Branco

Aneel eleva conta de luz com bandeira amarela em maio: custo extra de R$ 1,88 por 100 kWh

Conta de Luz

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que as contas de luz no Brasil terão bandeira tarifária amarela em maio, marcando o fim de um período de cinco meses sem custos adicionais. A medida, que adiciona R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos, reflete o início da estiagem e a redução das chuvas, impactando diretamente os reservatórios das hidrelétricas. Com a transição do período chuvoso para o seco, o país enfrenta desafios na geração de energia, o que pode aumentar a dependência de usinas termelétricas, mais caras. A decisão da Aneel, tomada em reunião nesta sexta-feira, já era aguardada por especialistas, que monitoravam a piora nas condições hidrológicas desde meados de abril. O impacto nas faturas dos consumidores deve variar conforme o consumo, mas a mudança reacende o alerta para a necessidade de economia de energia em residências e comércios.

A bandeira amarela, que entra em vigor a partir de 1º de maio, substitui a bandeira verde, vigente desde dezembro de 2024. Durante esses cinco meses, as chuvas abundantes no período chuvoso permitiram que os reservatórios das hidrelétricas operassem sem a necessidade de acionar fontes mais custosas. No entanto, com a chegada do período seco, as previsões indicam chuvas abaixo da média nas regiões dos principais reservatórios, como Sudeste e Centro-Oeste, que concentram grande parte da capacidade hidrelétrica do país. A Aneel destacou que a geração de energia hidrelétrica deve diminuir, o que torna inevitável o uso de termelétricas para suprir a demanda. Essas usinas, movidas a combustíveis como gás natural e carvão, elevam o custo de produção, justificando a cobrança extra nas contas de luz.

O sistema de bandeiras tarifárias, implementado pela Aneel desde 2015, serve como um mecanismo para sinalizar aos consumidores as condições de geração de energia. Quando as hidrelétricas produzem abaixo do esperado, a agência aciona bandeiras que indicam custos adicionais. A bandeira amarela é o primeiro nível de alerta, seguida pelas bandeiras vermelhas patamar 1 e 2, que impõem taxas ainda mais altas. A mudança para a bandeira amarela em maio reflete um cenário de cautela, mas a Aneel não descarta a possibilidade de novas alterações nos próximos meses, caso as condições hidrológicas piorem. Para os consumidores, a notícia reforça a importância de adotar medidas de economia de energia, especialmente em um contexto de aumento nos custos de vida.

  • Impactos da bandeira amarela: Custo adicional de R$ 1,88 por 100 kWh consumidos.
  • Período de vigência: A partir de 1º de maio, com revisão mensal pela Aneel.
  • Motivo da mudança: Redução das chuvas e menor geração hidrelétrica.
  • Alternativa custosa: Maior uso de termelétricas para suprir a demanda de energia.

Como funciona o sistema de bandeiras tarifárias

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado para tornar os custos de geração de energia mais transparentes aos consumidores. Cada bandeira reflete as condições de produção no país, que dependem diretamente do regime de chuvas e do nível dos reservatórios. A bandeira verde, por exemplo, é acionada quando há chuvas suficientes para manter as hidrelétricas operando sem custos extras. Já a bandeira amarela indica que a geração está menos favorável, exigindo o uso parcial de termelétricas. As bandeiras vermelhas, por sua vez, sinalizam cenários críticos, com alta dependência de fontes mais caras. Esse sistema permite que os consumidores ajustem seus hábitos de consumo, especialmente em períodos de bandeiras mais altas, para evitar surpresas nas faturas.

A bandeira amarela, que será aplicada em maio, representa um aumento moderado nos custos, mas ainda assim impacta o orçamento das famílias. Para uma residência que consome 300 kWh por mês, o custo extra será de aproximadamente R$ 5,64. Em comércios e pequenas indústrias, onde o consumo é maior, o impacto pode ser ainda mais significativo. A Aneel revisa as bandeiras mensalmente, com base em previsões meteorológicas e no comportamento dos reservatórios. Caso as chuvas permaneçam escassas, há risco de escalada para bandeiras vermelhas nos próximos meses, o que elevaria ainda mais os custos. A agência recomenda que os consumidores monitorem seus gastos e adotem práticas de eficiência energética para minimizar o impacto financeiro.

Economia de energia
Economia de energia – Foto: lovelyday12/ Shutterstock.com

Por que as contas de luz estão mais caras

A elevação dos custos na conta de luz está diretamente ligada à sazonalidade do sistema elétrico brasileiro, que depende majoritariamente de hidrelétricas. Durante o período chuvoso, entre novembro e abril, os reservatórios acumulam água, permitindo a geração de energia a custos mais baixos. No entanto, com a chegada do período seco, que vai de maio a outubro, a vazão dos rios diminui, reduzindo a capacidade de geração. Para evitar apagões ou racionamentos, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aciona usinas termelétricas, que têm custos operacionais mais altos devido ao uso de combustíveis fósseis. Esse cenário é agravado quando as previsões indicam chuvas abaixo da média, como ocorre agora.

Além da sazonalidade, outros fatores contribuem para o aumento das tarifas. O Brasil enfrenta desafios estruturais, como a necessidade de modernização da rede elétrica e a crescente demanda por energia em setores como indústria e transporte. A incorporação de fontes renováveis, como solar e eólica, tem ajudado a diversificar a matriz energética, mas essas fontes ainda não são suficientes para suprir a demanda nos períodos de estiagem. Dados do ONS apontam que os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por cerca de 70% da capacidade hidrelétrica do país, estão com níveis abaixo do esperado para esta época do ano. Essa situação pressiona o sistema e justifica a decisão da Aneel de adotar a bandeira amarela.

  • Dependência hidrelétrica: Cerca de 60% da energia brasileira vem de hidrelétricas.
  • Período seco: De maio a outubro, chuvas diminuem, afetando reservatórios.
  • Termelétricas: Usinas a gás e carvão elevam custos de geração.
  • Reservatórios críticos: Níveis no Sudeste e Centro-Oeste abaixo da média.

Impactos no bolso dos brasileiros

O retorno da bandeira amarela chega em um momento de pressão inflacionária, com aumento nos preços de combustíveis, alimentos e outros serviços. Para as famílias, o custo extra na conta de luz pode comprometer o orçamento, especialmente para aquelas com renda mais baixa. Um levantamento da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abrace) estima que a bandeira amarela pode aumentar as faturas residenciais em até 3%, dependendo do consumo. Para pequenos negócios, como padarias e salões de beleza, que utilizam equipamentos de alto consumo, o impacto pode ser ainda maior, chegando a 5% ou mais. A situação exige planejamento financeiro e medidas de economia de energia.

A mudança na bandeira tarifária também reacende o debate sobre a eficiência do sistema elétrico brasileiro. Apesar de o país ter uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com forte presença de fontes renováveis, a dependência de hidrelétricas expõe os consumidores a flutuações sazonais. Especialistas defendem maior investimento em fontes complementares, como energia solar e eólica, que têm crescido, mas ainda representam uma fatia pequena da matriz. Além disso, programas de eficiência energética e incentivos para o uso de equipamentos mais econômicos poderiam aliviar o impacto das bandeiras tarifárias no longo prazo.

Dicas para economizar energia

Com a bandeira amarela em vigor, adotar medidas de economia de energia é essencial para reduzir o impacto nas contas. Pequenas mudanças nos hábitos diários podem fazer a diferença, especialmente em residências e pequenos comércios. A Aneel e o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) recomendam ações práticas que ajudam a otimizar o consumo sem comprometer o conforto.

  • Desligar aparelhos em stand-by: TVs, computadores e outros dispositivos consomem energia mesmo quando não estão em uso.
  • Usar lâmpadas LED: Substituir lâmpadas incandescentes por LEDs pode reduzir o consumo em até 80%.
  • Ajustar o ar-condicionado: Manter a temperatura entre 23°C e 25°C evita gastos excessivos.
  • Evitar banhos longos: Chuveiros elétricos são responsáveis por até 30% do consumo residencial.
  • Planejar o uso da geladeira: Abrir a porta com frequência aumenta o consumo; descongelar regularmente melhora a eficiência.

Cronograma das bandeiras tarifárias

O sistema de bandeiras tarifárias segue um calendário de revisões mensais, com base em dados do ONS e previsões meteorológicas. A Aneel avalia o nível dos reservatórios, a demanda por energia e o custo de geração para definir a bandeira de cada mês. Em 2024, a bandeira verde predominou durante o segundo semestre, graças às chuvas abundantes. No entanto, a transição para o período seco em 2025 trouxe a bandeira amarela, e o cenário para os próximos meses dependerá das condições climáticas.

  • Dezembro 2024 a abril 2025: Bandeira verde, sem custos extras.
  • Maio 2025: Bandeira amarela, com custo de R$ 1,88 por 100 kWh.
  • Junho a outubro 2025: Previsão de revisão mensal, com risco de bandeiras vermelhas.
  • Novembro 2025 em diante: Possível retorno da bandeira verde, caso chuvas se intensifiquem.

Perspectivas para os próximos meses

A adoção da bandeira amarela em maio é apenas o primeiro sinal de um período desafiador para o setor elétrico. As previsões do ONS indicam que os reservatórios continuarão operando com níveis reduzidos, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Caso as chuvas permaneçam abaixo da média, o risco de acionamento de bandeiras vermelhas aumenta, o que elevaria ainda mais os custos para os consumidores. A Aneel monitora a situação de perto e pode ajustar as bandeiras com base em novos dados climáticos e de consumo.

Para mitigar os impactos, o governo e o setor privado têm investido em soluções de longo prazo. A expansão da energia solar, que já representa cerca de 15% da matriz elétrica, é uma das apostas para reduzir a dependência de hidrelétricas. Além disso, projetos de modernização da rede elétrica e programas de incentivo à eficiência energética estão em andamento. Para os consumidores, a recomendação é clara: acompanhar as revisões das bandeiras e adotar práticas de consumo consciente para evitar surpresas nas faturas.

  • Energia solar: Crescimento de 20% ao ano, mas ainda insuficiente para suprir estiagem.
  • Eficiência energética: Programas do Procel podem reduzir consumo em 10%.
  • Monitoramento: Aneel revisa bandeiras no último dia útil de cada mês.

Mais Lidas

Ticiane Pinheiro expõe detalhes do término com César Tralli no início do namoro

Ticiane Pinheiro, apresentadora da Record, surpreendeu ao compartilhar detalhes...

Trump é um valentão, não podemos deixá-lo ganhar, diz Robert De Niro em Cannes

CANNES, FRANÇA (FOLHAPRESS) - Quando recebeu a Palma de...

Micheli Machado deixa hospital após perda de bebê

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Micheli Machado, 44, recebeu...

Últimas Notícias

Categorias populares

  • https://wms5.webradios.com.br:18904/8904
  • - ao vivo