O senador de centro-direita Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), venceu neste domingo (19) o segundo turno das eleições presidenciais na Bolívia, derrotando o conservador Jorge “Tuto” Quiroga e encerrando um ciclo de quase duas décadas de governos do Movimento ao Socialismo (MAS). Com 54,5% dos votos contra 45,5% do adversário, Paz assumirá o comando do país em 8 de novembro, mas precisará construir alianças no Congresso, onde seu partido não obteve maioria. Em discurso na capital La Paz, o novo presidente afirmou que pretende “abrir a Bolívia para o mundo”.
Filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989–1993), Rodrigo Paz nasceu em 1967, durante o exílio da família na Espanha. De trajetória política marcada por passagens no Legislativo e na prefeitura de Tarija, ele se apresenta como um reformista moderado, prometendo manter programas sociais e incentivar o setor privado. Sua vitória representa uma guinada após 19 anos de domínio do MAS, partido fundado por Evo Morales, que governou com forte base popular e foco na intervenção estatal. Paz propõe uma transição gradual para um modelo mais descentralizado, com incentivos fiscais e maior autonomia regional.
O novo presidente defende o fortalecimento das relações diplomáticas com países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, e já sinalizou interesse em firmar acordos de cooperação econômica. O vice eleito, Edman Lara — ex-policial conhecido por sua atuação nas redes sociais — ajudou a atrair eleitores jovens e populares. Apesar da vitória, Paz enfrentará desafios imediatos: negociar com um Congresso fragmentado, conter possíveis protestos de sindicatos e movimentos indígenas e equilibrar a promessa de modernização econômica com a manutenção das conquistas sociais obtidas nos últimos anos.





