A ZPE do Acre 2025 simboliza a herança maldita de investimentos milionários que nunca se concretizaram. Inaugurada em 2011, vendida sem sucesso em 2021 e mantida até hoje sem empresas instaladas, ela escancara como promessas de industrialização fracassaram. Em 2025, o que sobra são galpões vazios, concreto abandonado e frustração política.
Durante os últimos anos da administração petista no Acre, sob Sebastião Viana, investimentos milionários foram feitos com a promessa de industrializar o estado. Com base na concepção construída nas gestões de Jorge Viana e Binho Marques, a ZPE, inaugurada em 2011, simbolizava o salto rumo ao Pacífico e à geração de empregos. Mas, passados 12 anos, nenhuma empresa se instalou, a venda anunciada em 2021 fracassou e, em 2025, a herança é um elefante branco que o atual governo não sabe o que fazer.
Complexo de Piscicultura e outras promessas
A ZPE não é um caso isolado. O Complexo de Piscicultura, também vendido como motor econômico, fracassou e hoje está fechado.
Esse padrão de investimentos milionários sem retorno virou marca das administrações que apostaram em vitrines de desenvolvimento, mas nunca garantiram sustentabilidade econômica.

ZPE: promessa de integração internacional
A ZPE foi anunciada em 2011 como símbolo da virada econômica.
A localização estratégica, próxima ao Pacífico via Interoceânica, era argumento para atrair indústrias.
A promessa incluía empregos, exportações e instalação de empresas em escala inédita.
A realidade: em 12 anos, nenhuma empresa se instalou.
A venda que nunca existiu
Em 2021, o governo Gladson Cameli anunciou com estardalhaço a venda da ZPE a uma empresa chinesa por quase R$ 26 milhões.
Parecia solução, mas nem a primeira parcela foi paga. O contrato foi cancelado e a ZPE voltou à estaca zero.
Prometeu-se novo leilão, mas até hoje, nada aconteceu.

Renovação de papel, não de futuro
Na última semana, o governo publicou no Diário Oficial a renovação da Licença de Operação da ZPE.
Mas, segundo o próprio Executivo, trata-se apenas de procedimento administrativo anual, exigido pelo IMAC, sem qualquer sinal real de investidores interessados.
Novo marco legal: esperança ou maquiagem?
Com base no Novo Marco Legal das ZPEs, o governo afirma que agora empresas poderão internalizar 100% da produção no mercado local (antes era obrigatória a exportação de 80%).
Na prática, a mudança apenas flexibiliza a regra, mas não resolve o problema estrutural: falta logística, infraestrutura, energia e atratividade real para indústrias se instalarem no Acre.
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Linha do Tempo da Zona de Processamento de Exportação do Acre
📌 2000 – Idealização no governo Jorge Viana.
📌 2011 – Inauguração e anúncio de alfandegamento.
📌 2013 – Receita Federal publica Ato Declaratório no DOU, oficializando a ZPE do Acre como a primeira do Brasil.
📌 2015–2018 – Governo Sebastião Viana mantém estrutura sem atrair empresas.
📌 2021 – Venda anunciada por R$ 26 milhões, cancelada por falta de pagamento.
📌 2023 – Custos de manutenção reduzidos de 130 ha para 10 ha “no papel”.
📌 2025 – Renovação administrativa sem perspectiva real de ocupação.
O contraste com o Pecém
Enquanto o Ceará, com a ZPE do Pecém, atrai siderúrgicas e movimenta bilhões, a do Acre não conseguiu sequer uma linha de produção de açaí.
O problema não é o modelo, mas a incapacidade de gestão e de visão estratégica local.
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Editorial Final – Ponto de Vista
A Zona de Processamento de Exportação do Acre é a mais perfeita tradução da herança maldita da industrialização forjada em discursos e propagandas oficiais. Custou milhões, atravessou governos do PT e do Progressistas, e nunca gerou um contêiner exportado. O Complexo de Piscicultura apodrece fechado; a ZPE, alfandegada com festa em 2013, nunca viu uma indústria. A venda a chineses, em 2021, não resistiu ao primeiro boleto. Em 2025, o que se renova é só a licença administrativa — o fracasso, esse, permanece. O Acre continua pagando a conta de um projeto que prometeu futuro, mas entregou apenas concreto vazio e galpões fantasmas.
🔍 Links investigados
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Após quase 11 anos, ZPE do Acre é vendida ao grupo Haiying, da China, por R$ 25,8 milhões — BrasilChina › mostra a venda em 2021. brasilchina.org.br
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Venda da ZPE no Acre abre novas possibilidades de importação e exportação — Agência de Notícias do Acre, valores, leilão. Noticias do Acre
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Nota de Esclarecimento nº 57 — Fala sobre o sinal de calote dos chineses, prazo de pagamento. Noticias do Acre
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Após sinal de calote de “chineses”, governo do Acre cancela venda da ZPE — detona a parte em que a venda foi cancelada. O Alto Acre
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Acre regulariza áreas de ZPE e abre caminho para investidores — fala da regularização de lotes da ZPE. ABRAZPE
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Governo do Acre atua pelo funcionamento da ZPE — mostra iniciativas recentes de manutenção e plano de operacionalização. ABRAZPE
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✍️ Por Eliton Lobato Muniz — Cidade AC News
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