[Cidade AC News – Jaraguá do Sul (SC)] — Uma das gigantes brasileiras no setor industrial, a WEG anunciou nesta quinta-feira (24) um plano estratégico emergencial para driblar os efeitos das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. A medida vem após o governo americano incluir motores industriais e geradores elétricos — especialidades da empresa — na lista de produtos taxados com sobretaxa de até 35%.
A resposta da empresa foi rápida: a WEG irá redirecionar parte da sua produção para plantas internacionais e intensificar a distribuição de produtos por rotas alternativas via México, América Central e Europa. Segundo comunicado oficial, a empresa projeta mitigar até 90% dos impactos diretos das tarifas até dezembro deste ano.
“Somos uma empresa global. Já operamos em mais de 40 países e temos capacidade instalada suficiente fora do Brasil para absorver boa parte da demanda americana sem que nossos clientes sejam prejudicados”, afirmou o CEO Harry Schmelzer Jr., durante apresentação dos resultados do segundo trimestre.
A estratégia inclui:
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Aumento da produção nas fábricas do México e dos EUA, reduzindo dependência direta do Brasil;
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Reestruturação da malha logística internacional, com novos centros de distribuição na Flórida e no Panamá;
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Renegociação de contratos com fornecedores para evitar repasse de custos ao consumidor final.
O anúncio foi bem recebido pelo mercado. As ações da WEG (WEGE3) subiram 2,8% na B3, mesmo em dia de instabilidade econômica global. Analistas apontaram a “resiliência operacional” da empresa como diferencial competitivo frente aos concorrentes.
A crise gerada pelas tarifas de Trump tem afetado diretamente a cadeia produtiva brasileira, especialmente no setor de bens industriais de alta complexidade. A WEG, no entanto, figura como um exemplo de capacidade de adaptação e blindagem frente ao cenário externo.
“A empresa age como uma multinacional de fato. Não esperou o governo reagir. Simplesmente agiu, e rápido”, destacou o analista Leonardo Peixoto, da XP.
Apesar da resposta positiva, o impacto interno ainda será sentido. A empresa admitiu que poderá rever metas de crescimento em unidades brasileiras, especialmente no Sul do país. A fábrica de Jaraguá do Sul, considerada símbolo da indústria catarinense, deve sofrer redução temporária no ritmo de produção, e o sindicato local já foi acionado para negociação preventiva de turnos.
No Acre, a notícia também repercutiu entre pequenos revendedores de motores elétricos e empresas do setor de construção civil, que utilizam equipamentos da marca. A expectativa é de que os preços permaneçam estáveis, mas com possíveis atrasos na entrega de modelos específicos.
No plano diplomático, o governo brasileiro segue sem resposta firme às tarifas. Enquanto o Itamaraty negocia com a Organização Mundial do Comércio (OMC), empresas como a WEG seguem liderando seus próprios movimentos de defesa comercial.
“Essa postura independente das grandes corporações pode ser exemplo para outros setores. A autodefesa empresarial está em alta, e depender de Brasília pode sair caro”, analisa a colunista econômica Regina Dias.
Além da crise tarifária, a WEG também informou que está monitorando a movimentação cambial, com expectativa de real mais desvalorizado nos próximos meses. A empresa já estuda operações de hedge (proteção cambial) para manter margens de lucro diante da volatilidade.
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✍️ Eliton Lobato Muniz
Cidade AC News – Rio Branco – Acre
