Da convenção à nostalgia:Wagner Sales abriu a entrevista lembrando feitos do passado, como se o MDB ainda fosse o gigante de outrora.

Na entrevista ao Papo Informal, Vagner Sales foi confirmado como presidente estadual do MDB. Disse que o partido terá mais diálogo, prometeu criar um Conselho Político em todos os municípios e exaltou o legado da família Salles. Entre lembranças de quando foi prefeito de Cruzeiro do Sul e a defesa da filha Jéssica, tentou emplacar a imagem de “homem da paz” que superou brigas e cassações.
Mas a política não vive só de memórias. E aí começam as perguntas incômodas: com quem o MDB vai se juntar?
O MDB já foi potência no Acre, elegendo senadores e até controlando o governo. Hoje, sobrevive de alianças ocasionais. Sales reconhece que o partido não tem nome competitivo para disputar o governo em 2026 e, por isso, conversa com todos: Allan Rick, Mailza Assis, Marcos Alexandre. Na prática, o MDB está no baile político sem compromisso — esperando ver quem oferece mais espaço na chapa majoritária.
Da estrada esburacada à bancada apagada, a entrevista revelou mais do mesmo — e isso ecoa no histórico do partido no Acre.

O ex-prefeito criticou a BR-364, chamando atenção para as 11 horas de viagem até Cruzeiro do Sul. Disse que Bolsonaro não fez nada, mas também acusou a bancada federal de ser “fraca e sem bandeira”. Ao mesmo tempo, garantiu que nunca comprou voto, embora admita duas inegibilidades no currículo. Nas redes, a entrevista repercutiu entre aliados como discurso de unidade. Para opositores, soou como confissão de que o MDB perdeu protagonismo.
Do enfrentamento à ditadura ao isolamento atual: o MDB já foi protagonista, hoje corre para não sobrar no baile de 2026.
O Movimento Democrático Brasileiro no Acre se orgulha de nunca ter se aliado ao PT nos anos de poder da Frente Popular. Mas Sales admitiu que Marcos Alexandre só sobreviveu politicamente porque teve apoio do PT em 2020. A contradição mostra que o “nunca” vira “talvez” quando a sobrevivência fala mais alto. Entre memórias de Flaviano Melo e promessas de unidade, o partido parece viver mais de passado do que de projeto para o futuro.
Convenção feita, Conselho prometido… mas e a prática? O que sobra é a dúvida se o partido ainda tem garra ou só discurso de sobrevivência.
Vagner Sales prometeu descentralizar decisões com o Conselho Político Estadual. Até agora, o único feito concreto foi reformar a sede e inaugurar um auditório. As negociações para 2026 devem continuar abertas, mas a prioridade declarada é simples: garantir espaço numa chapa majoritária e tentar eleger pelo menos um deputado federal. O resto é discurso de resistência.
História recente do MDB no Acre
Nos últimos 12 meses, o MDB do Acre viveu uma transição turbulenta após a morte do ex-deputado federal Flaviano Melo, líder histórico do partido. A sucessão abriu disputa entre a ala dos chamados “cabeças brancas”, representada por Vagner Sales, e o grupo mais jovem, liderado pelo deputado Tanísio Sá. O embate terminou em acordo: chapa única e a aclamação de Sales como presidente estadual. Nesse período, o MDB também perdeu espaço institucional: ficou sem cadeira na Câmara Federal e viu o desempenho minguar nas urnas de 2022, quando Jéssica Sales, quarta mais votada, não conseguiu se eleger. Apesar da retração, o partido tenta se reorganizar. Reformou sua sede em Rio Branco, anunciou a criação de um Conselho Político Estadual e abriu conversas com figuras como Allan Rick e Mailza Assis. A missão agora é clara: garantir presença relevante nas eleições de 2026.
Veredito do Cidadão
O “Leão do Juruá” rugiu pouco e miou muito. Entre memórias de obras antigas e frases de efeito, a entrevista deixou claro que o MDB do Acre vive de alianças e não de projeto. Sales veste a fantasia de estadista, mas entrega um partido sem bandeira firme.
Bordão: Histórias do Acre com sarcasmo na veia.
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