A integração entre Acre e Peru é pauta antiga — mas em eventos de massa como a Expoacre, ela é colocada à prova. Na segunda noite da feira, diversos turistas vindos de Puerto Maldonado relataram dificuldades para acessar o Parque de Exposições Wildy Viana. Alguns sequer conseguiram entrar no evento.
“Viemos em três carros, todos com documentos em dia, mas nos barraram porque ninguém falava espanhol. Não sabiam informar onde era a entrada”, relatou o empresário Miguel Quispe, que viajou mais de 700 km com a família.
Fronteira aberta, mas portas fechadas?
O incidente acendeu alerta entre operadores turísticos e reforça o debate sobre a ausência de estrutura bilíngue, sinalização internacional e equipe preparada para receber turistas estrangeiros. Apesar da Expoacre ser promovida como vitrine da Amazônia, a infraestrutura de recepção ainda é municipal e improvisada.
Potencial inexplorado
A estrada Interoceânica, que conecta o Acre ao Pacífico via Peru, ainda não cumpre a promessa de transformar o estado em corredor de integração sul-americana. Mesmo com fluxo considerável de turistas durante a feira, não há guichês de atendimento específicos, panfletagem em espanhol, nem integração com agências peruanas.
Segundo dados da Fecomércio, o turismo binacional pode movimentar até R$ 15 milhões em nove dias de feira, caso haja logística funcional. Mas para isso, é preciso planejamento de fronteira — algo que o Acre ainda engatinha para desenvolver.
🔗 Leia também no Cidade AC News:
✍️ Eliton L. Muniz — Cidade AC News — Sistema Cidade de Comunicação — Rio Branco — Acre
📲 Acesse nossos canais oficiais:
📰 Notícias
▶️ YouTube
🍎 App Apple Store
🤖 App Android Store
📻 Rádio Cidade Ao Vivo