Em um embate que chocou o cenário político e empresarial dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump afirmou, na terça-feira, 1º de julho de 2025, que consideraria a deportação de Elon Musk, CEO da Tesla e figura central no setor tecnológico. A declaração, feita na Casa Branca, veio como resposta às críticas de Musk a um projeto de lei tributária e de gastos que acelera o fim de créditos fiscais para veículos elétricos. O conflito, que reflete tensões entre o governo e o bilionário sul-africano naturalizado americano, gerou reações imediatas no mercado financeiro, com as ações da Tesla caindo mais de 4% no pré-mercado. A ameaça de Trump ocorre em meio a uma relação já abalada, marcada por divergências públicas e pela saída de Musk do governo em maio de 2025. A controvérsia levanta debates sobre imigração, política econômica e o papel de subsídios no setor automotivo.
A escalada do confronto entre os dois gigantes começou quando Musk intensificou suas críticas ao projeto de lei, que, segundo ele, prejudicaria a indústria de carros elétricos. Trump, por sua vez, atribuiu a oposição do empresário à dependência de subsídios federais para suas empresas, como Tesla e SpaceX. O embate público, que já vinha se desenhando desde o rompimento de Musk com o governo, ganhou novo fôlego com a ameaça de deportação, uma medida vista como retórica, mas que sinaliza o agravamento das relações.

- Pontos centrais do conflito:
- Críticas de Musk ao projeto de lei tributária e de gastos.
- Resposta de Trump com ameaça de deportação.
- Impacto imediato nas ações da Tesla.
- Histórico de tensões entre o presidente e o bilionário.
Origem da discórdia
O projeto de lei que desencadeou a mais recente disputa entre Trump e Musk é um pacote abrangente que combina cortes de impostos com aumento de gastos federais. Uma das medidas mais controversas é a eliminação acelerada de créditos fiscais para consumidores que compram veículos elétricos, uma política que beneficia diretamente a Tesla. Musk, conhecido por sua defesa da eletrificação do transporte, classificou o projeto como “caro demais” e alertou que a remoção dos incentivos poderia frear a transição para energias limpas.
A reação de Trump foi imediata. Durante uma coletiva de imprensa, o presidente sugeriu que Musk só se opõe à legislação porque suas empresas dependem de subsídios governamentais. “Ele não gosta porque estamos acabando com os subsídios que sustentam seus negócios”, afirmou Trump. A retórica do presidente ecoa críticas anteriores, quando ele acusou Musk de priorizar interesses pessoais em detrimento da agenda econômica do governo.
Histórico de tensões
A relação entre Trump e Musk nem sempre foi marcada por hostilidades. Em maio de 2025, os dois apareceram juntos em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, celebrando a atuação de Musk à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE). Na época, Musk liderou esforços para cortar gastos federais, eliminando milhares de empregos e contratos. No entanto, a parceria começou a ruir quando Musk anunciou sua saída do governo, alegando a necessidade de focar em suas empresas, como Tesla e SpaceX.
A ruptura ficou evidente em junho de 2025, quando Musk e Trump trocaram provocações públicas nas redes sociais. Musk criticou a política comercial de Trump, especialmente as tarifas impostas a importações, que, segundo ele, prejudicam a Tesla, cuja cadeia de produção depende de componentes fabricados na China. Trump, por sua vez, acusou Musk de ingratidão, afirmando que o bilionário “ficou louco” e ameaçando cancelar contratos governamentais com suas empresas.
Reações no mercado
A ameaça de deportação, embora improvável de ser concretizada, teve impacto imediato no mercado financeiro. As ações da Tesla, que já vinham enfrentando volatilidade devido às incertezas políticas, registraram uma queda de 4,2% no pré-mercado na terça-feira, 1º de julho. Analistas atribuem a desvalorização ao receio de que a escalada do conflito possa levar a medidas concretas contra as empresas de Musk, como a revisão de contratos com a SpaceX ou a exclusão da Tesla de programas federais.
Investidores também expressaram preocupação com a possível instabilidade na liderança da Tesla. Musk, conhecido por sua influência direta nas decisões estratégicas da empresa, enfrenta agora um cenário de pressão política que pode desviar sua atenção dos negócios. “A Tesla precisa de Musk focado, não envolvido em brigas políticas”, afirmou Ross Gerber, presidente da consultoria Gerber Kawasaki Wealth and Investment Management.
Contexto político
A ameaça de deportação de Musk ocorre em um momento de crescente polarização nos Estados Unidos. Trump, que assumiu seu segundo mandato em janeiro de 2025, tem adotado uma postura agressiva em relação a opositores, incluindo empresários e figuras públicas. A retórica anti-imigração, uma marca de sua campanha, foi intensificada com medidas como a deportação em massa de imigrantes ilegais e a imposição de tarifas a países como Brasil, China e México.
Musk, embora cidadão americano, nasceu na África do Sul, um fato que Trump explorou em sua declaração. A sugestão de deportação foi interpretada por analistas como uma tentativa de deslegitimar as críticas de Musk, reforçando a narrativa de que o bilionário seria um “estrangeiro” beneficiado por políticas americanas. A estratégia, no entanto, enfrenta resistência, já que Musk é amplamente reconhecido como um dos maiores inovadores do país.
- Medidas recentes de Trump:
- Ampliação de deportações de imigrantes ilegais.
- Imposição de tarifas a mais de 180 países.
- Revisão de políticas de diversidade em órgãos federais.
- Corte de subsídios para energias renováveis.
Repercussão internacional
O embate entre Trump e Musk reverberou além das fronteiras americanas. Na África do Sul, onde Musk nasceu, a declaração de Trump foi recebida com críticas. O líder da oposição, Júlio Sello Malema, usou a rede social X para ironizar a situação, afirmando que “Trump parece mais interessado em deportar cidadãos americanos do que resolver problemas reais”. A imprensa internacional, como o jornal The New York Times, descreveu o conflito como uma “explosão de raiva” que expõe as fraturas na base de apoio de Trump.
No Brasil, onde as tarifas de Trump já geram preocupação, o episódio foi visto como um sinal de instabilidade na política americana. Autoridades do Itamaraty monitoram a situação, temendo que a escalada de conflitos internos nos EUA possa impactar negociações comerciais. A possibilidade de Musk, dono da rede X, intensificar críticas ao governo americano também levanta questões sobre a regulação de plataformas digitais.
Próximos passos
Embora a ameaça de deportação seja vista como retórica, o conflito entre Trump e Musk deve continuar a dominar o noticiário. O projeto de lei tributária, pivô da disputa, segue em tramitação no Congresso, com votação prevista para as próximas semanas. Musk prometeu mobilizar apoio contra a proposta, usando sua influência nas redes sociais para pressionar legisladores.
Enquanto isso, Trump sinalizou que não recuará. Em uma entrevista à NBC News, o presidente afirmou que Musk enfrentará “consequências sérias” caso apoie candidatos democratas na oposição ao projeto. A declaração reforça a percepção de que o embate transcende questões econômicas, envolvendo disputas de poder e influência no cenário político americano.
Implicações para a Tesla
A Tesla, principal empresa de Musk, está no centro da controvérsia. A eliminação dos créditos fiscais para veículos elétricos pode reduzir a competitividade da empresa em um mercado cada vez mais disputado. Concorrentes como Ford e General Motors, que também investem em eletrificação, podem se beneficiar caso a Tesla enfrente barreiras adicionais.
Além disso, a dependência da Tesla de subsídios governamentais é um ponto sensível. Em 2024, a empresa recebeu cerca de 1,5 bilhão de dólares em incentivos federais, incluindo créditos fiscais e contratos para fornecimento de baterias. A ameaça de Trump de revisar esses benefícios representa um risco significativo para as operações da companhia.
Reações nas redes sociais
O embate também ganhou tração nas redes sociais, especialmente na plataforma X, de propriedade de Musk. Usuários dividiram-se entre apoio ao bilionário e críticas à sua postura. Alguns destacaram a ironia de Trump, que já elogiou Musk como um “gênio”, agora ameaçar sua permanência no país. Outros defenderam a posição do presidente, argumentando que Musk se beneficia de políticas públicas sem demonstrar lealdade ao governo.
- Comentários em destaque:
- “Musk é um inovador, mas não pode querer mandar no governo.”
- “Trump está blefando, deportar Musk seria um tiro no pé.”
- “Sem subsídios, a Tesla não seria o que é hoje.”
Cenário futuro
O desenrolar do conflito dependerá das próximas movimentações de Trump e Musk. O presidente, conhecido por sua retórica combativa, pode optar por intensificar as pressões contra o bilionário, seja por meio de medidas administrativas ou declarações públicas. Musk, por sua vez, tem à disposição uma plataforma poderosa para moldar a opinião pública e influenciar o debate político.
A tramitação do projeto de lei será um teste crucial para ambos. Caso a proposta seja aprovada sem alterações, Musk enfrentará um revés significativo. Por outro lado, uma eventual vitória do bilionário, com a manutenção dos créditos fiscais, poderia consolidar sua influência em Washington.
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