Testemunhos intensos marcam início do julgamento de Sean Combs ‘Diddy’ em Nova York

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O julgamento de Sean Combs, conhecido como Diddy, começou em Nova York com intensidade. A primeira sessão trouxe depoimentos marcantes e a exibição de vídeos que detalham um incidente de 2016. A promotoria abriu o caso com acusações graves, enquanto a defesa destacou a complexidade das relações pessoais do réu. O tribunal, lotado de familiares e apoiadores, reflete a relevância do caso.

A presença de seis dos sete filhos de Combs na audiência chamou atenção. Eles ocuparam a segunda fileira, ao lado da mãe do réu, Janice Combs. O ambiente carregado de emoções foi evidente quando Combs fez gestos de carinho, como formar um coração com as mãos, antes do início dos procedimentos.

O caso ganhou destaque com a exibição de imagens de um hotel, que mostram um altercation físico envolvendo Combs e sua ex-namorada, Cassie Ventura. A promotoria aposta nessas evidências para sustentar as acusações, enquanto a defesa busca contextualizá-las.

  • Principais pontos do primeiro dia:
    • Abertura com declarações da promotoria e defesa.
    • Exibição de vídeos de segurança de um hotel de 2016.
    • Depoimento de um segurança que presenciou o incidente.
    • Presença de familiares de Combs no tribunal.
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Sean Diddy – Foto: Instagram

Abertura do julgamento

As declarações iniciais marcaram o tom do julgamento. A promotora Emily Johnson descreveu um padrão de comportamento de Combs, apontando crimes como sequestro, incêndio criminoso e distribuição de drogas. Ela destacou eventos chamados “Freak Offs”, descritos como encontros de vários dias onde mulheres eram supostamente drogadas e coagidas a atos sexuais. A narrativa da promotoria foca em duas vítimas principais, Cassie Ventura e outra mulher identificada como Jane.

A defesa, liderada por Teny Geragos, apresentou Combs como uma figura complexa, envolvida em relações marcadas por ciúmes e escolhas adultas. Geragos admitiu episódios de violência doméstica, mas negou categoricamente as acusações de tráfico sexual e conspiração. Ela enfatizou que os vídeos apresentados, embora difíceis de assistir, mostram atos consensuais, e pediu que os jurados considerassem as motivações dos testemunhos.

O juiz Arun Subramanian conduz o caso com regras claras: o julgamento não será televisionado, seguindo as normas dos tribunais federais. Jornalistas dentro e fora do tribunal fornecem atualizações detalhadas, garantindo que o público acompanhe os desdobramentos.

Vídeos de hotel em destaque

Um momento crucial do primeiro dia foi a exibição de imagens de segurança do InterContinental Hotel, em Los Angeles, datadas de 5 de março de 2016. O vídeo mostra Cassie Ventura no corredor do sexto andar, calçando sapatos em frente a um elevador. Combs, vestindo apenas uma toalha, aparece atrás dela, puxando-a ao chão. As imagens capturam Combs chutando Ventura enquanto ela está no chão, arrastando-a em direção ao quarto e, posteriormente, jogando um vaso que se quebra no corredor.

O oficial de segurança Israel Florez, primeira testemunha da promotoria, descreveu o cenário. Ele respondeu a uma chamada de “mulher em perigo” e encontrou Combs e Ventura no saguão do elevador. Florez relatou que Ventura parecia assustada, com a cabeça coberta por um capuz, e insistia em deixar o local.

  • Detalhes do vídeo:
    • Ventura tenta sair do quarto, mas é puxada por Combs.
    • Combs joga um vaso, deixando cacos e flores pelo corredor.
    • Ventura usa um telefone fixo do hotel para pedir ajuda.
    • Florez acompanha Ventura para pegar seus pertences.
    • Combs é visto andando pelo corredor, ainda de toalha.

Depoimento do segurança

Israel Florez, ex-diretor assistente de segurança do InterContinental, trouxe detalhes vívidos ao tribunal. Ele relatou que Ventura tinha um olho roxo ao deixar o hotel, dirigindo-se à área de manobristas. Florez perguntou se ela queria que a polícia fosse chamada, mas Ventura repetiu que só queria sair. Ele também testemunhou que Combs tentou oferecer dinheiro, interpretado como uma tentativa de suborno para silenciar o incidente.

Florez descreveu o comportamento de Combs como intimidante, mencionando um “olhar diabólico” enquanto o réu estava sentado no corredor, apenas de toalha e meias. O segurança também relatou um momento de tensão quando Combs agarrou o celular de outro guarda, acusando-o de gravar a conversa. Florez interveio, imobilizando Combs contra a parede e exigindo a devolução do aparelho.

O depoimento de Florez foi essencial para contextualizar o vídeo. Ele confirmou a identidade de Combs no incidente e descreveu o estado emocional de Ventura. A promotoria usou suas palavras para reforçar a narrativa de violência e coerção, enquanto a defesa questionou a ausência de denúncias formais na época.

Sistema de vigilância do hotel

O funcionamento do sistema de câmeras do InterContinental foi outro ponto abordado por Florez. Ele explicou que cada andar tinha pelo menos três câmeras no saguão do elevador, com duas adicionais nos corredores norte e sul. As câmeras gravavam ao detectar movimento, e incidentes exigiam relatórios detalhados, incluindo fotos de danos.

No caso de 2016, Florez enviou um relatório às 15h do mesmo dia, descrevendo o incidente do início ao fim. O documento incluía fotos do vaso quebrado e sujeira nas paredes do corredor. Ele omitiu a presença de outro homem no quarto de Combs, considerando-o irrelevante para o incidente no saguão.

  • Configuração das câmeras:
    • Três câmeras por andar no saguão do elevador.
    • Duas câmeras nos corredores, norte e sul.
    • Gravação ativada por movimento.
    • Relatórios com fotos para danos no hotel.
    • Relatório de Florez enviado no mesmo dia.

Reações no tribunal

A presença da família de Combs trouxe um elemento emocional ao julgamento. Seis de seus sete filhos – Quincy Brown, Justin Dior Combs, Christian Combs, Chance Combs, D’Lila Combs e Jessie Combs – estavam na segunda fileira, ao lado da avó paterna, Janice Combs. Antes do início da sessão, Combs fez gestos de apoio, como um sinal de positivo e um beijo soprado para sua mãe.

Os filhos demonstraram apoio visível, com alguns retribuindo os gestos do pai. A unidade familiar foi reforçada por uma declaração conjunta publicada em outubro, onde condenaram rumores sobre a morte de Kim Porter, mãe de três dos filhos, e afirmaram apoio incondicional a Combs.

A ausência da filha mais nova, Love Sean Combs, de dois anos, foi notada. A mãe da criança, Dana Tran, não esteve presente, mas tem compartilhado momentos da filha nas redes sociais, destacando a conexão com o pai.

Linha do tempo do incidente

Os principais momentos do incidente de 2016, conforme apresentados no tribunal, mostram a sequência de eventos no InterContinental Hotel:

  • 5 de março de 2016, início da manhã: Ventura tenta deixar o quarto, mas é puxada por Combs no corredor.
  • Minutos após o primeiro confronto: Combs chuta Ventura no chão e arrasta-a de volta ao quarto.
  • Ventura retorna ao corredor: Ela usa um telefone fixo para pedir ajuda, conectando-se ao serviço de emergência do hotel.
  • Combs joga o vaso: O réu quebra um vaso no corredor, deixando cacos e flores espalhados.
  • Florez chega ao local: O segurança encontra Combs e Ventura, acompanha-a para pegar seus pertences e nota seu olho roxo ao sair.

Papel de Cassie Ventura

O depoimento de Cassie Ventura é aguardado como um dos pontos centrais do julgamento. A promotoria a apresenta como uma vítima de violência e coerção, enquanto a defesa argumenta que ela permaneceu na relação por escolha própria, deixando Combs “em seus próprios termos”. A narrativa da defesa destaca a duração de 11 anos do relacionamento, sugerindo que Ventura tinha liberdade para partir.

A promotoria, por outro lado, alega que Ventura foi submetida a abusos físicos e psicológicos, incluindo os “Freak Offs”. Emily Johnson descreveu episódios onde Ventura foi forçada a realizar atos sexuais com outros homens, gravados para chantagem. Um incidente relatado envolve Combs supostamente obrigando um trabalhador sexual a urinar na boca de Ventura.

A condição de Ventura durante o julgamento também foi mencionada. Sua gravidez pode influenciar a percepção dos jurados, tornando-a uma figura simpática. A defesa enfrenta o desafio de questioná-la sem parecer agressiva, dado o peso emocional de seu testemunho.

Argumentos da defesa

Teny Geragos, advogada de Combs, concentrou sua estratégia em desmontar as acusações de tráfico sexual e conspiração. Ela admitiu que Combs cometeu atos de violência doméstica, mas insistiu que esses episódios não equivalem aos crimes imputados. Geragos descreveu os “Freak Offs” como eventos consensuais, apoiando-se nos vídeos que, segundo ela, mostram participação voluntária.

A advogada também questionou as motivações das testemunhas, sugerindo que interesses financeiros podem influenciar os depoimentos. Ela mencionou um funcionário de Combs, alegando que ele só trouxe acusações de abuso trabalhista anos depois, possivelmente por dinheiro. Geragos pediu que os jurados examinassem as comunicações em tempo real para avaliar a credibilidade das alegações.

  • Pontos centrais da defesa:
    • Admissão de violência doméstica, mas negação de tráfico sexual.
    • Vídeos de “Freak Offs” como prova de consentimento.
    • Questionamento das motivações das testemunhas.
    • Relacionamento de Ventura como escolha voluntária.
    • Rejeição da ideia de conspiração criminosa.

Presença de figuras conhecidas

A participação de Mark Geragos, advogado de celebridades e pai de Teny Geragos, chamou atenção. Ele esteve presente durante a seleção do júri e foi visto deixando o tribunal durante um intervalo. Mark negou envolvimento direto no caso, afirmando estar lá para apoiar sua filha e por sua amizade com Combs.

A promotoria levantou preocupações sobre a presença de Mark, sugerindo que ele poderia estar aconselhando a equipe de defesa. O juiz Subramanian, no entanto, não barrou sua participação como espectador, desde que não interferisse nos procedimentos.

Estrutura do julgamento

O julgamento ocorre em um tribunal federal em Nova York, com um júri composto por oito homens e quatro mulheres. A promotoria planeja apresentar uma ampla gama de evidências, incluindo mensagens de texto, recibos de hotéis e serviços de transporte, além de vídeos dos “Freak Offs”. A defesa, por sua vez, busca contextualizar essas provas, enfatizando o consentimento e a ausência de coerção.

O ritmo do primeiro dia foi intenso, com a exibição de vídeos e o depoimento de Florez estabelecendo o tom. A promotoria aposta na narrativa de um padrão de comportamento criminoso, enquanto a defesa foca na humanidade de Combs, pedindo que os jurados não o julguem por suas preferências sexuais.

  • Evidências esperadas:
    • Mensagens de texto sobre os “Freak Offs”.
    • Vídeos de hotéis e eventos privados.
    • Recibos de despesas relacionadas aos eventos.
    • Depoimentos de Ventura e outras testemunhas.
    • Relatórios de incidentes, como o de Florez.

Apoio familiar

A presença dos filhos de Combs reforça a narrativa de apoio familiar. Quincy Brown, filho de Kim Porter e criado por Combs, lidera os esforços para cuidar das irmãs mais novas. Justin Dior Combs, Christian Combs, Chance Combs e as gêmeas D’Lila e Jessie Combs também estiveram no tribunal, demonstrando união.

Kim Porter, mãe de três dos filhos, faleceu em 2018 devido a uma pneumonia. Sua morte mudou a dinâmica familiar, com Combs assumindo um papel mais ativo na criação dos filhos. A declaração conjunta dos filhos em outubro reflete a força do vínculo familiar, rejeitando especulações e afirmando confiança na verdade.

O julgamento de Sean Combs continua em Nova York, com testemunhos e evidências que prometem manter a atenção do público. O caso, centrado em acusações graves e episódios de violência, segue com intensidade, enquanto a defesa e a promotoria apresentam suas versões dos eventos.