A madrugada desta sexta-feira, 4 de abril, trouxe transtornos para a cidade de São Paulo e sua região metropolitana com chuvas intensas que causaram alagamentos em diversos pontos. O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura de São Paulo registrou acumulados expressivos, como 42,2 mm em Parelheiros, na zona sul, e 30,0 mm no Ipiranga, evidenciando a força das precipitações que atingiram a capital desde o fim da noite anterior. Na Grande São Paulo, cidades como Santo André e São Caetano enfrentaram enchentes, com o Rio Tamanduateí alcançando níveis preocupantes e ruas residenciais sendo invadidas pela água. A previsão para o dia aponta para a continuidade de chuvas moderadas a fortes, mantendo elevado o risco de novos alagamentos, quedas de árvores e deslizamentos em áreas vulneráveis.
Entre 6h08 e 6h55, as zonas Leste e Sudoeste da capital paulista estiveram em estado de atenção, conforme monitoramento do CGE. Embora a intensidade tenha diminuído ao amanhecer, deixando apenas garoas em pontos isolados, o cenário permanece instável. Imagens captadas por moradores mostram ruas submersas, como no bairro de Piraporinha, em Santo Amaro, onde um ônibus ficou preso em meio à enchente.
Na região metropolitana, o corredor ABD, que conecta cidades como Diadema e Santo André, também sofreu com alagamentos, impactando o trânsito e atrasando o transporte de passageiros. A Defesa Civil estadual mantém um gabinete de crise ativo para monitorar a situação, enquanto os acumulados de chuva seguem sendo registrados em estações meteorológicas automáticas.
Enchentes surpreendem moradores
O bairro de Piraporinha, na zona sul de São Paulo, foi um dos mais afetados na capital. Ruas ficaram completamente inundadas, com a água alcançando níveis que inviabilizaram a passagem de veículos. Moradores gravaram vídeos impressionantes de um ônibus ilhado, cercado por uma correnteza que transformou a via em um verdadeiro rio. A situação reflete a vulnerabilidade da região a chuvas intensas, agravada pela urbanização e pela falta de infraestrutura adequada para escoamento.
Em Santo André, na Grande São Paulo, a Rua Guerra Junqueira voltou a ser cenário de enchentes, com a água invadindo residências e causando prejuízos materiais. O Rio Tamanduateí, que corta a cidade, apresentou elevação significativa em seu nível, ficando a poucos centímetros de transbordar, o que aumentou a tensão entre os moradores locais.
05:45 Chuva se espalhando por Santo André, São Caetano do Sul, Mauá e Ribeirão Pires. Tem raios. Atinge municípios vizinhos. Busque abrigo. Como proceder: https://t.co/YCMxqFoBTU… #DefesaCivilProtegeVoce pic.twitter.com/5A2RgrRpiR
— Defesa Civil do Estado de São Paulo (@defesacivilsp) April 4, 2025
Impactos no transporte e na rotina
O corredor ABD, essencial para a mobilidade na região metropolitana, enfrentou sérios problemas. Trechos em Diadema ficaram alagados durante a madrugada, dificultando a circulação de ônibus e gerando atrasos que afetaram milhares de passageiros. O trânsito na área permaneceu carregado ao longo da manhã, com reflexos em vias próximas.
Na quinta-feira, um caso em Guarulhos chamou atenção: crianças presas em uma van escolar foram resgatadas por moradores após o veículo ficar ilhado em uma avenida alagada. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram o nível elevado da água e o esforço comunitário para garantir a segurança dos pequenos.
- Principais impactos registrados:
- Alagamentos em Piraporinha e corredor ABD.
- Atrasos no transporte público em Diadema e Santo André.
- Resgate de crianças em Guarulhos.
Acumulados impressionam na capital
Os números divulgados pelo CGE revelam a intensidade das chuvas nas últimas horas. Estações meteorológicas automáticas captaram dados que mostram a concentração das precipitações em áreas específicas da cidade. Parelheiros liderou com 42,2 mm, seguido pelo Ipiranga, com 30,0 mm, e Aricanduva/Vila Formosa, com 27,6 mm. Outras regiões, como Itaquera, registraram 22,4 mm, indicando a abrangência do temporal.
Na Rede Telemétrica do Alto Tietê, o Córrego Oratório, em Vila Prudente, acumulou 35,2 mm, enquanto o Ribeirão dos Meninos, em São Caetano, atingiu 30,0 mm. O Rio Aricanduva também apresentou valores altos, com 29,8 mm em um de seus pontos de medição. Esses dados reforçam a gravidade da situação e o potencial para transtornos adicionais ao longo do dia.
Previsão mantém alerta na região
A previsão do CGE para esta sexta-feira indica que o tempo seguirá instável. Chuvas intensas e persistentes devem atingir toda a capital e a região metropolitana, com temperaturas oscilando entre 19°C e 26°C. Para sábado, a instabilidade permanece, mas com precipitações intermitentes e uma queda na temperatura, variando de 16°C a 20°C. A passagem de uma frente fria pelo litoral paulista é o principal fator por trás dessas condições climáticas adversas.
A Defesa Civil alerta para os riscos associados, como alagamentos, quedas de árvores, deslizamentos em áreas de encosta e transbordamentos de rios e córregos. Em Santo André, o nível elevado do Rio Tamanduateí mantém as autoridades em vigilância, enquanto em São Caetano os registros de chuva forte intensificam a preocupação com enchentes.
Monitoramento intensivo em tempo real
A Defesa Civil estadual estabeleceu um gabinete de crise para acompanhar os desdobramentos das chuvas em São Paulo. Equipes estão mobilizadas para responder a emergências, enquanto o CGE atualiza constantemente os dados meteorológicos. A combinação de radares e estações automáticas permite um acompanhamento detalhado, essencial para minimizar os impactos nas áreas mais afetadas.
Na capital, a zona sul, especialmente Parelheiros e Piraporinha, segue como ponto crítico devido aos altos acumulados. Na Grande São Paulo, Santo André e Diadema enfrentam desafios logísticos e estruturais, com o corredor ABD ainda refletindo os efeitos das enchentes da madrugada.
Histórico de chuvas intensas
São Paulo e sua região metropolitana têm um longo histórico de enfrentamento a temporais. Eventos semelhantes já causaram transtornos significativos no passado, como os alagamentos de março de 2024, quando o Rio Tietê transbordou, afetando vias como a Marginal. A urbanização acelerada e o asfaltamento extensivo reduzem a capacidade de absorção do solo, agravando os impactos das chuvas.
Em Santo André, a Rua Guerra Junqueira é conhecida por sua recorrência em enchentes, um problema que se repete a cada temporada chuvosa. A proximidade com o Rio Tamanduateí, aliado à falta de obras de drenagem eficazes, torna a área particularmente suscetível.
- Áreas cronicamente afetadas:
- Piraporinha (zona sul de SP).
- Rua Guerra Junqueira (Santo André).
- Corredor ABD (Diadema e Santo André).
Alerta para o fim de semana
O sábado promete manter os moradores em alerta. Apesar de uma redução no volume das chuvas ao longo do dia, a previsão aponta para precipitações intermitentes, especialmente na faixa leste do estado. A mínima de 16°C na madrugada reflete a influência do ar frio polar que acompanha a frente fria, enquanto a máxima não deve ultrapassar os 20°C.
O CGE destaca que a umidade elevada, entre 77% e 95%, contribuirá para a sensação de tempo abafado, mesmo com a queda nas temperaturas. Rajadas de vento acima de 50 km/h também são esperadas, aumentando o risco de quedas de árvores e transtornos adicionais.
Danos materiais e resposta comunitária
Em Santo André, a invasão da água em casas na Rua Guerra Junqueira deixou móveis e eletrodomésticos danificados. Moradores relatam perdas recorrentes, evidenciando a necessidade de soluções de longo prazo. Em Piraporinha, a enchente comprometeu a mobilidade, com ruas bloqueadas e veículos ilhados, como o ônibus flagrado em vídeos.
A solidariedade também marcou a resposta às chuvas. Em Guarulhos, o resgate das crianças na van escolar foi um exemplo de ação rápida da comunidade, que se mobilizou para evitar um desfecho mais grave. A cena, amplamente compartilhada online, destaca a importância do apoio mútuo em momentos de crise.
Cronologia dos eventos recentes
Os últimos dias têm sido marcados por instabilidade climática em São Paulo e arredores. Veja os principais momentos:
- Quinta-feira, 3 de abril: Chuva em Guarulhos prende crianças em van escolar.
- Madrugada de sexta-feira, 4 de abril: Alagamentos atingem Piraporinha e corredor ABD.
- Manhã de sexta-feira, 4 de abril: CGE registra 42,2 mm em Parelheiros e alerta para riscos.
Essa sequência reforça a tendência de chuvas concentradas no início de abril, um período historicamente sujeito a temporais na região.
Riscos continuam elevados
A combinação de solo encharcado, rios cheios e previsão de mais chuva mantém os riscos em alta. Deslizamentos em áreas de encosta, como os registrados em São Bernardo no início do ano, são uma preocupação constante. O CGE enfatiza a possibilidade de transbordamentos, especialmente no Rio Tamanduateí e em córregos como o Oratório e o Jacú.
Na capital, a zona sul acumula os maiores volumes, enquanto na Grande São Paulo, Santo André e São Caetano estão entre as cidades mais impactadas. A resposta das autoridades inclui vistorias em pontos críticos e a mobilização de equipes de emergência para atender chamados.
Prevenção e desafios estruturais
A repetição de alagamentos em áreas como Piraporinha e o corredor ABD levanta debates sobre a infraestrutura urbana. Obras de drenagem e a ampliação de áreas permeáveis são medidas frequentemente sugeridas, mas esbarram em custos elevados e na complexidade de implementação em regiões densamente povoadas.
A Defesa Civil orienta os moradores a evitarem áreas alagadas e buscarem abrigo em locais seguros. Ações simples, como manter distância de árvores durante ventos fortes, também são recomendadas para reduzir riscos à população.