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Festival de Teatro do Acre retorna após três anos e desafia cenário cultural pôs-pandemia

Festival de Teatro do Acre retorna após três anos e desafia cenário cultural pôs-pandemia | Cidade AC News – Notícias do Acre

Depois de três anos sem edições presenciais, o Festival de Teatro do Acre (Festacre) volta a
ocupar palcos da capital nesta semana, reunindo grupos locais, nacionais e convidados da Bolívia em uma programação intensa e plural. A abertura oficial ocorreu na noite desta terça-feira (20), no Teatro Plácido de Castro, com a montagem acreana ‘A Vela do Tempo’, dirigida por Lidiane Araújo.

A retomada do evento, que e um dos mais antigos e relevantes do circuito cultural amazônico, marca uma nova fase para a cena artística do estado, ainda fragilizada pelos efeitos da pandemia. Durante a cerimonia, o secretario de Cultura do Acre, Marcus Vinicius Ribeiro, destacou a importância simbólica da edição. ‘O Festacre não e só um festival, e resistência e reconexão’, afirmou.

A programação deste ano inclui mais de 20 espetáculos gratuitos, rodas de conversa,
oficinas e apresentações em praças publicas e escolas. O foco e descentralizar a arte, levando teatro a espaços não convencionais e ampliando o alcance social do projeto. Entre os destaques da edição estão as pecas ‘Rua do Sol’ (PE), ‘Mata’ (SP) e ‘Los Hijos del Bosque’ (Bolívia), além da mostra paralela de cenas curtas protagonizadas por coletivos indígenas e periféricos do Acre.

A diversidade e o fio condutor do festival, que aposta em temas como identidade, memoria,
ancestralidade e critica social. Grupos como o Vitoria Regia, o Teatro Experimental do Acre e o coletivo Estação das Artes celebram o retorno do evento como uma espécie de renascimento para a categoria. ‘Muitos artistas quase desistiram da carreira. O Festacre reacende a chama e oferece um espaço de valorização que estava adormecido’, disse o ator e diretor Leandro Costa.

No entanto, a organização também enfrenta criticas. Parte da classe artística reclama da baixa remuneração dos grupos participantes, da demora nos repasses e da falta de transparência na seleção. A Fundação de Cultura informou que os pagamentos serão regularizados em ate 15 dias e que os critérios foram definidos em edital publico. A reativação do festival e acompanhada por uma proposta de politica publica mais ampla: a criação do Sistema Estadual de Cultura, que unificaria cadastros, financiamentos e politicas de fomento em uma plataforma digital integrada.

O projeto esta em fase de consulta publica. Apesar das limitações, o Festacre 2025 representa um sopro de vitalidade em um cenário cultural ainda marcado por precariedade. Com plateias lotadas, aplausos emocionados e artistas voltando ao palco com brilho nos olhos, o festival comprova que, mesmo sem grandes verbas, a arte resiste e pulsa. A programação segue ate domingo (27) em diferentes pontos de Rio Branco, com entrada gratuita e participação ativa de estudantes, professores, coletivos culturais e publico em geral. Para os artistas, o Festacre não e apenas evento: e trincheira, farol e reencontro.

 

 

Eliton Muniz – Caboco das Manchetes
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