Tagliaferro voltou à cena política com supostas mensagens que, segundo ele, expõem irregularidades do gabinete do ministro Alexandre de Moraes nos processos do 8 de janeiro. O Senado convocou audiência para 2 de setembro, e a defesa promete documentos “explosivos”. A PGR, por outro lado, denunciou o delator por violação de sigilo e obstrução.
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1. Tagliaferro volta a desafiar Moraes
Em vídeo divulgado na última semana, o ex-servidor do TSE apresentou prints de supostas conversas internas de WhatsApp atribuídas a auxiliares do gabinete de Moraes. Ele afirma que houve “ordem para buscar qualquer prova em redes sociais” com objetivo de manter prisões após o 8/1.
Segundo Tagliaferro, isso mostra que a decisão vinha antes da prova:
“Não estou inventando nada. Estou revelando diálogos que comprovam um modelo de justiça de exceção. Isso não é Estado de Direito, é perseguição política.”
2. Defesa de Tagliaferro promete provas inéditas
O advogado de Tagliaferro, Renato Farias, afirmou em nota que prepara documentos novos:
“Há áudios, registros e cruzamentos com decisões judiciais. Tudo demonstra coordenação que compromete a imparcialidade dos julgamentos sobre o 8 de janeiro.”
Ele também contestou o pedido de extradição da PGR:
“Tagliaferro não cometeu crime. O que fez foi expor algo de interesse público. Criminalizar isso é inverter os valores democráticos.”
3. O que já é fato público
- A PGR denunciou Tagliaferro por violação de sigilo e obstrução (📎 Agência Brasil).
- A PF indiciou o ex-assessor em abril/2025 por vazamentos (📎 UOL).
- O Senado confirmou audiência com Tagliaferro em 2 de setembro (📎 Agência Senado).
4. O que ainda é alegação
As mensagens exibidas por Tagliaferro não passaram por perícia oficial. Não há comprovação de autenticidade nem confirmação de que tenham impactado decisões judiciais. Especialistas ouvidos por veículos como a CNN Brasil alertam que o material pode ser incompleto ou fora de contexto.
5. O que esperar da audiência em 2 de setembro
Senadores da oposição prometem confrontar Moraes com as acusações de Tagliaferro, enquanto parlamentares da base devem defender o STF. A expectativa é de que o depoente entregue novos documentos durante a sessão.
O acusado foi direto:
“Se querem me chamar de mentiroso, terão que me enfrentar cara a cara no Senado. Eu tenho dossiês completos. Vai ser impossível negar.”
Por que importa
Se comprovadas, as acusações de Tagliaferro podem abalar a credibilidade do STF e reabrir debates sobre imparcialidade nos julgamentos do 8/1. Se descartadas, reforçarão a narrativa de que ele usou vazamentos ilegais como estratégia de defesa.
Conclusão
O Brasil se prepara para um duelo político e jurídico inédito: de um lado, Alexandre de Moraes, o ministro mais poderoso do STF; do outro, Tagliaferro, disposto a arriscar tudo para sustentar suas acusações. Como ele mesmo disse, “não é mais uma questão de processo, é uma questão de verdade histórica”. A sessão do Senado de 2 de setembro pode definir quem ficará com a narrativa.
Opinião | A conta não fecha: entre Tagliaferro, Moraes e a Justiça que desaprende a ser Justiça
Não sou fã-clube de réu nem de togado. Sou fã de regra clara. E é exatamente isso que anda faltando no Brasil: regra clara, igual para todos, com prova auditável, contraditório funcionando e juiz que fala nos autos — não no noticiário. O caso Tagliaferro x Moraes só joga luz no que muita gente já sente na pele: nossa Justiça ficou musculosa demais para uns e seletiva demais para outros. E quando a balança pesa conforme o vento, o respeito evapora. Simples assim.
Tagliaferro promete “dossiês” e “verdades”. Pode ser ouro, pode ser latão. Não me interessa torcida; me interessa perícia. Se há prints, áudios e datas, que venham com cadeia de custódia e verificação independente. Sem isso, vira meme de WhatsApp travestido de denúncia. Agora, se for verdadeiro que se buscava “qualquer coisa” nas redes para segurar prisão, aí é direito penal do autor, aquele vício antigo de punir pessoas pelo rótulo, não pelos atos. É o caminho mais curto para a injustiça com verniz de legalidade.
Do outro lado, o ministro Alexandre de Moraes virou uma espécie de “poder moderador de emergência”. Resolve rápido? Resolve. Mas a pressa virou método. E método apressado costuma atropelar a liturgia do devido processo. A história mostra: quando o remédio é forte demais, o paciente volta a andar — e perde a sensibilidade. A democracia precisa de freios, não de piloto automático.
Chegamos ao Senado, palco de discurso e pouca prova. Pode ajudar? Pode, se fizer o básico: convocar peritos, publicar laudos, confrontar linhas do tempo (o que foi dito × o que foi decidido × quando foi decidido). Sem isso, teremos mais um episódio de streaming político: barulho alto, evidência baixa.
Meu ponto é antigo e atual: Estado de Direito não é modinha, é tradição testada. Prova antes de sentença. Transparência antes de narrativa. Limite de poder antes da tentação do atalho. Quando um ex-assessor vira vilão por falar e herói por vazar — e um ministro vira herói por punir e vilão por concentrar —, é sinal de que perdemos a régua. E sem régua, cada lado mede com a própria mão.
Se as acusações de Tagliaferro forem comprovadas, que se revisem decisões e se responsabilize quem abusou. Se forem falsas, que se puna a mentira — mas com o mesmo devido processo que hoje anda em falta. Justiça boa não é a que “dá certo”; é a que segue o rito. O resto é improviso. E de improviso, o Brasil já está cheio.
— Eliton L. Muniz
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Fontes externas (citadas):
CNN Brasil; Agência Brasil; Agência Senado; UOL; Poder360; VEJA; Gazeta do Povo
Assinatura padrão:
Por Eliton Lobato Muniz — Cidade AC News
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