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Superquarta agita mercados: dólar cai e investidores aguardam juros no Brasil e EUA

Dólar e Real

O dólar abriu em queda nesta quarta-feira, 18 de junho de 2025, com o mercado financeiro global voltado para as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, marcadas para o fim do dia em uma nova “superquarta”. Às 9h05, a moeda norte-americana recuava 0,21%, cotada a R$ 5,487, refletindo a cautela dos investidores antes dos anúncios do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro, às 18h30, e do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed), às 15h. No Brasil, a expectativa é de manutenção ou leve alta da taxa Selic, enquanto nos EUA a pressão por cortes de juros cresce. A instabilidade geopolítica no Oriente Médio, com a escalada do conflito entre Israel e Irã, também mantém os mercados em alerta, influenciando ativos como petróleo e moedas. Este cenário de incertezas reforça a relevância das decisões de hoje para o rumo da economia global.

A bolsa brasileira, representada pelo Ibovespa, ainda não havia iniciado as negociações às 9h05, mas o índice fechou o pregão anterior com leve queda de 0,3%, aos 138,8 mil pontos. A superquarta, termo que designa a coincidência das decisões de juros nos dois países, costuma trazer volatilidade aos mercados, especialmente em um contexto de inflação persistente e tensões internacionais.

  • Fatores em jogo: A inflação no Brasil desacelerou em maio, mas permanece acima da meta, pressionando o Copom.
  • Cenário global: A guerra entre Israel e Irã eleva os preços do petróleo, impactando moedas de países emergentes como o real.
  • Expectativas nos EUA: Declarações de Donald Trump contra o Fed intensificam a atenção sobre possíveis cortes de juros.

O mercado financeiro aguarda com ansiedade os desdobramentos de hoje, que podem redefinir as estratégias de investidores em todo o mundo.

Dólar
Dólar – Foto: janews/Shutterstock.com

Decisões de juros em foco
A superquarta de 18 de junho de 2025 promete ser um divisor de águas para os mercados financeiros. No Brasil, o Copom se reúne em um momento de inflação ainda elevada, mas com sinais de desaceleração. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou 0,26% em maio, ante 0,43% em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 5,32%, acima da meta de 3% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que tolera variação entre 1,5% e 4,5%.

Analistas estão divididos sobre a decisão do Copom. A maioria aposta na manutenção da Selic em 14,75% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas, após seis altas consecutivas. Outros, porém, preveem um aumento modesto de 0,25 ponto percentual, elevando a taxa para 15%. Essa divergência reflete a complexidade do cenário econômico brasileiro, marcado por pressões inflacionárias e crescimento econômico moderado.

Nos Estados Unidos, o Fed enfrenta um ambiente igualmente desafiador. A taxa de juros americana está entre 4,25% e 4,5% desde maio, após três cortes consecutivos iniciados em setembro de 2024. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA subiu para 2,4% em maio na base anual, ligeiramente acima dos 2,3% de abril, mas abaixo das expectativas do mercado. A pressão por novos cortes ganhou força após declarações do presidente Donald Trump, que criticou o presidente do Fed, Jerome Powell, e cobrou medidas para estimular a economia.

Impactos no dólar e na bolsa
A movimentação do dólar nesta manhã reflete a cautela dos investidores antes das decisões de juros. A moeda americana acumula perdas de 3,84% em junho e 11,03% em 2025 frente ao real, mas a superquarta pode alterar essa trajetória. Taxas de juros mais altas no Brasil tendem a atrair capital estrangeiro, fortalecendo o real, enquanto cortes nos EUA podem pressionar o dólar para baixo globalmente.

O Ibovespa, por sua vez, enfrenta um cenário de incerteza. Apesar de acumular ganhos de 1,32% em junho e 15,43% no ano, a bolsa brasileira é sensível a fatores externos, como o conflito no Oriente Médio e os preços do petróleo. A guerra entre Israel e Irã, iniciada em 12 de junho, elevou a cotação do barril de petróleo Brent, impactando moedas de países emergentes e setores como energia e transporte na B3.

  • Setores afetados: Empresas de aviação e logística, como Gol e Azul, podem sofrer com o aumento dos combustíveis.
  • Oportunidades: Companhias do setor de energia, como Petrobras, tendem a se beneficiar da alta do petróleo.
  • Volatilidade esperada: O Ibovespa pode oscilar após os anúncios do Copom e do Fed, com investidores ajustando posições.

Tensões geopolíticas no radar
A escalada do conflito entre Israel e Irã adiciona uma camada de complexidade ao cenário econômico. Na madrugada de 18 de junho, Israel realizou novos ataques em Teerã, visando instalações de produção de centrífugas e armas. O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, prometeu uma resposta firme, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, exigiu a “rendição incondicional” do Irã, intensificando as tensões.

O conflito já causou impactos significativos nos mercados globais. O preço do petróleo Brent subiu cerca de 5% desde o início dos ataques, pressionando os custos de energia e transporte. Para o Brasil, isso representa um desafio adicional, já que a alta dos combustíveis pode reacender pressões inflacionárias, complicando a tarefa do Copom de estabilizar os preços.

Além disso, a possibilidade de envolvimento militar dos EUA no conflito mantém os investidores em alerta. Trump sinalizou que não descarta ações contra instalações nucleares iranianas, o que poderia ampliar a crise e afetar os fluxos de capital para mercados emergentes, incluindo o Brasil.

O que esperar da superquarta
As decisões de juros no Brasil e nos EUA terão reflexos imediatos nos mercados financeiros. No Brasil, a manutenção da Selic em 14,75% sinalizaria uma pausa no ciclo de aperto monetário, enquanto um novo aumento reforçaria o compromisso do Banco Central com o controle da inflação, mesmo ao custo de crescimento econômico mais lento.

Nos EUA, um corte de juros, ainda que pequeno, poderia estimular a economia americana, mas também reacenderia preocupações com a inflação. A decisão do Fed será acompanhada de perto, especialmente após as críticas de Trump a Powell.

  • Cenário 1: Manutenção das taxas nos dois países, com estabilidade temporária nos mercados.
  • Cenário 2: Corte nos EUA e alta no Brasil, fortalecendo o real frente ao dólar.
  • Cenário 3: Manutenção nos EUA e alta no Brasil, aumentando a atratividade do mercado brasileiro para investidores estrangeiros.
  • Cenário 4: Corte nos EUA e manutenção no Brasil, com possível pressão sobre o dólar e volatilidade na B3.

Influência nos investimentos
A superquarta também impacta diretamente as estratégias de investidores. Taxas de juros mais altas no Brasil favorecem investimentos em renda fixa, como títulos públicos e CDBs, que oferecem retornos atrelados à Selic. Por outro lado, uma bolsa volátil pode representar oportunidades para investidores de renda variável dispostos a assumir riscos.

No mercado de câmbio, a relação entre o real e o dólar dependerá das sinalizações dos bancos centrais. Um Fed mais dovish (inclinado a cortar juros) pode enfraquecer o dólar globalmente, enquanto um Copom hawkish (favorável a juros altos) tende a valorizar o real.

A guerra no Oriente Médio, embora distante, também influencia as decisões de investimento. A alta do petróleo beneficia setores específicos, mas aumenta os riscos para a economia global, especialmente em um momento de recuperação pós-pandemia. Investidores brasileiros precisam monitorar tanto os desdobramentos geopolíticos quanto as decisões monetárias para ajustar suas carteiras.

Perspectivas para o mercado brasileiro
O Brasil enfrenta um momento delicado, com inflação acima da meta e crescimento econômico projetado em cerca de 2% para 2025, segundo o Boletim Focus do Banco Central. A superquarta será um teste para a capacidade do Copom de equilibrar o controle inflacionário com a necessidade de estimular a economia.

A decisão do Fed, por sua vez, terá reflexos globais. Um corte de juros nos EUA pode aliviar a pressão sobre moedas emergentes, mas também sinalizar preocupações com o crescimento americano. Já a manutenção das taxas pode reforçar a percepção de que a inflação global ainda é uma ameaça.

Para o Ibovespa, o cenário é de cautela. A bolsa brasileira tem mostrado resiliência em 2025, mas a combinação de juros altos, petróleo em alta e tensões geopolíticas pode limitar os ganhos no curto prazo. Setores defensivos, como utilities e consumo básico, podem atrair mais interesse em meio à volatilidade.

Cronologia recente das decisões de juros
As reuniões do Copom e do Fed têm moldado o cenário econômico nos últimos meses. Abaixo, os principais marcos:

  • Setembro 2024: Fed inicia ciclo de cortes, reduzindo juros de 4,75%-5% para 4,5%-4,75%.
  • Novembro 2024: Copom eleva Selic de 14% para 14,25%, intensificando aperto monetário.
  • Maio 2025: Selic sobe para 14,75%; Fed mantém juros em 4,25%-4,5%.
  • Junho 2025: Superquarta define rumos para o segundo semestre.

Desafios globais em pauta
A superquarta ocorre em um momento de incertezas globais. Além do conflito no Oriente Médio, outros fatores pesam sobre os mercados, como a desaceleração econômica na China e as tensões comerciais entre EUA e Europa. No Brasil, a alta dos combustíveis e os impactos climáticos, como secas no Centro-Oeste, também preocupam investidores.

O mercado financeiro brasileiro, embora resiliente, não está imune a esses choques externos. A capacidade do Copom de sinalizar uma política monetária consistente será crucial para manter a confiança dos investidores. Da mesma forma, as declarações do Fed sobre o futuro dos juros nos EUA influenciarão os fluxos de capital global.

A superquarta de 18 de junho de 2025, portanto, não é apenas um evento de política monetária, mas um marco que pode redefinir as expectativas para a economia global no segundo semestre. Com o dólar em queda, o Ibovespa em compasso de espera e o mundo atento ao Oriente Médio, os próximos dias prometem ser decisivos para os mercados.

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