Verônica, indicada ao Superior Tribunal Militar, foi pressionada sobre título de mestrado. Em resposta, explicou ter concluído créditos mas interrompido a tese por gravidez de risco e doença do pai.
O questionamento
Durante a sabatina no Senado, a advogada Verônica, indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Superior Tribunal Militar (STM), foi alvo de questionamento incisivo de um senador sobre sua formação acadêmica.
O parlamentar citou que, no LinkedIn e em sites oficiais, constava que Verônica teria concluído mestrado em Direito Processual Penal na USP, sob orientação do professor Gustavo Henrique Badaró. Contudo, em pesquisa feita, não encontrou registro de tese ou título concluído.
Segundo ele, a candidata não seria sequer “mestranda”, pois teria interrompido o curso em 2017 e, portanto, não poderia retomar os créditos. “Não há problema nenhum em não ter mestrado. O que é grave é sustentar que teve e não esclarecer isso oficialmente”, criticou.
A defesa da indicada
Verônica respondeu afirmando que sempre indicou em seu currículo a informação de que havia feito créditos concluídos e projeto de qualificação aprovado em 2018, mas que não apresentou a tese.
Ela explicou que a interrupção ocorreu devido a uma gravidez de risco que a deixou internada por semanas, ao mesmo tempo em que seu pai foi diagnosticado com câncer metastático.
A advogada disse ainda que seguiu orientação do professor orientador sobre como declarar a situação no currículo. Também negou ter atualizado informações em seu LinkedIn, alegando nunca ter usado a rede de forma ativa: “Não tenho LinkedIn, não sei o que está escrito lá. O que eu coloquei no meu currículo é a expressão da verdade”.
O impasse político
Após a explicação, o senador manteve a crítica: “Isso para mim é muito grave. O que houve foi uma atividade acadêmica como outra qualquer, não um mestrado.”
O episódio expôs uma das tensões recorrentes em sabatinas: mais do que a capacidade técnica, candidatos indicados pelo Executivo enfrentam escrutínio sobre a coerência de sua trajetória acadêmica e profissional.
No caso de Verônica, a divergência entre currículo, publicações e registros oficiais acabou dominando a sabatina, colocando sua credibilidade em xeque antes mesmo de entrar no tribunal.
✍️ Por Eliton Lobato Muniz — Cidade AC News
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