Uma denúncia protocolada no Ministério Público do Acre (MPAC) levantou suspeitas sobre o desaparecimento de R$ 1,8 milhão em convênios firmados pela Secretaria Municipal de Finanças de Rio Branco. O caso envolve recursos destinados a obras em bairros periféricos e pode respingar em nomes estratégicos do primeiro escalão da Prefeitura.
A Prefeitura de Rio Branco enfrenta mais uma dor de cabeça: uma representação encaminhada ao Ministério Público Estadual aponta o sumiço de R$ 1,8 milhão em recursos de convênios federais destinados a obras de infraestrutura em comunidades como Taquari, Belo Jardim e Recanto dos Buritis.
O documento foi entregue por uma ex-servidora da Secretaria Municipal de Obras, que alega ter tido acesso a relatórios internos indicando divergências graves entre os valores liberados e os serviços executados. A acusação envolve diretamente a pasta de Finanças, responsável pelo repasse e controle dos contratos.
De acordo com a denúncia, os recursos estavam atrelados a três contratos assinados em 2023 com empresas de pequeno porte. Duas delas, conforme levantamento preliminar do MP, sequer teriam estrutura para executar os serviços descritos, o que levanta a possibilidade de empresas de fachada.
A Controladoria-Geral do Município já foi acionada. “Vamos apurar todas as etapas. Se houver dolo ou má gestão, tomaremos medidas administrativas imediatas”, afirmou o controlador Paulo Gouveia.
O secretário municipal de Finanças, Márcio José de Lima, em nota à imprensa, disse desconhecer qualquer irregularidade. “Todos os convênios foram executados conforme os trâmites legais. Estamos à disposição para prestar esclarecimentos”, afirmou.
A prefeita Socorro Neri não se manifestou até o momento, mas fontes ligadas ao núcleo político do Executivo afirmam que ela convocou uma reunião de emergência com o corpo jurídico da gestão ainda nesta manhã.
Nos bastidores da Câmara Municipal, o caso já movimenta vereadores da base e da oposição. “Isso é gravíssimo. Vamos acionar a Comissão de Fiscalização e pedir a convocação do secretário para prestar esclarecimentos urgentes”, declarou o vereador João Marcos Luz (PL).
Além do possível dano ao erário, o caso pode se tornar munição política em um ano pré-eleitoral. Nomes de dentro da própria Prefeitura já apontam desgaste público para a gestão municipal, que busca emplacar um sucessor nas eleições de 2026.
Entidades civis cobraram transparência. A Associação de Moradores do Recanto dos Buritis divulgou nota cobrando a reativação imediata das obras que estão paradas desde maio.
O Ministério Público informou que abriu procedimento investigatório preliminar e aguarda documentos da Prefeitura para definir os próximos passos. O clima, por ora, é de tensão absoluta no Palácio Rio Branco.
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Eliton Muniz – Caboco das Manchetes
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