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Sean Combs enfrenta julgamento por tráfico sexual e abuso a partir de 5 de maio em Nova York

diddy caso - Foto: Divulgação Globo

Iniciado em 5 de maio de 2025, o julgamento de Sean “Diddy” Combs marca um momento crucial na carreira do magnata do hip-hop, acusado de liderar uma rede criminosa que explorava mulheres sexualmente. A seleção do júri, que começou em Nova York, deve durar dias, com depoimentos e argumentos iniciais previstos para a próxima semana. As acusações, detalhadas em um documento de 17 páginas, incluem tráfico sexual, extorsão e organização de eventos sexuais conhecidos como “Freak Offs”.

Combs, de 55 anos, nega todas as alegações, com seus advogados afirmando que qualquer atividade sexual era consensual. O caso, que pode resultar em décadas de prisão, ganhou atenção global devido à fama do rapper e às graves acusações contra ele.

O processo judicial expõe um padrão de comportamento que, segundo promotores, durou duas décadas, envolvendo manipulação, violência e coerção. O julgamento deve se estender por pelo menos oito semanas.

  • Acusações principais: Tráfico sexual, extorsão e conspiração criminosa.
  • Duração do julgamento: Mínimo de oito semanas, com júri de 12 membros e seis suplentes.
  • Local: Tribunal federal Daniel Patrick Moynihan, Manhattan.
  • Pena possível: Décadas de prisão, se condenado.
Diddy
Diddy – Foto: lev radin / Shutterstock.com

Detalhes das acusações

A denúncia contra Sean Combs alega que ele usou sua influência como fundador da Bad Boy Records e outras empresas para manipular mulheres, forçando-as a participar de eventos sexuais prolongados, chamados “Freak Offs”. Esses encontros, segundo promotores, envolviam drogas, profissionais do sexo e filmagens, muitas vezes sem consentimento pleno das participantes. Combs teria oferecido oportunidades na indústria do entretenimento para garantir obediência, punindo quem resistisse com exclusão profissional.

Os promotores descrevem um esquema sofisticado, apoiado por funcionários e associados, que incluía atos de violência como espancamentos, sequestros e até incêndios criminosos. Um incidente citado envolve Combs pendurando uma pessoa em uma sacada como forma de intimidação. A acusação de conspiração criminosa abrange desde 2004, ampliando o período inicialmente estipulado de 2008 a 2024.

O rapper, por sua vez, mantém que todas as interações foram consensuais, e sua defesa questiona a credibilidade das acusações, apontando que muitos relatos surgiram após a visibilidade do caso de Casandra Ventura, conhecida como Cassie. O julgamento será restrito às evidências apresentadas, com o juiz Arun Subramanian limitando menções a alegações civis não incluídas na denúncia criminal.

  • Período do esquema: 2004 a 2024, segundo a acusação atualizada.
  • Eventos “Freak Offs”: Encontros sexuais com drogas e filmagens.
  • Métodos de coerção: Promessas de carreira ou exclusão profissional.
  • Incidentes violentos: Espancamentos, sequestros e ameaças.

Episódio com Cassie Ventura

Um dos pontos centrais do julgamento é o caso de Casandra “Cassie” Ventura, ex-namorada de Combs, que será testemunha-chave. Em novembro de 2023, ela entrou com uma ação civil acusando o rapper de anos de abuso físico, estupro e tráfico sexual. A ação foi resolvida em um dia, com um acordo confidencial, mas suas alegações ecoam na denúncia criminal. Um vídeo de 2016, obtido por uma rede de notícias, mostra Combs agredindo Cassie em um corredor de hotel em Los Angeles, chutando-a enquanto ela estava no chão.

Combs admitiu o incidente, pedindo desculpas publicamente e afirmando que buscou ajuda profissional após o ocorrido. Seus advogados argumentam que a violência não está ligada às acusações de tráfico sexual, mas a um conflito pessoal sobre fidelidade. O juiz permitiu que o vídeo seja usado como evidência, considerando-o relevante para o padrão de abuso descrito pelos promotores.

Cassie, que assinou com a Bad Boy Records aos 19 anos, alegou que Combs controlava todos os aspectos de sua vida, desde sua carreira até sua saúde, forçando-a a participar de encontros sexuais com outros homens enquanto ele filmava. Sua decisão de testemunhar sem pseudônimo reflete a gravidade das acusações e seu papel central no caso.

Outras ações judiciais

Além do processo criminal, Combs enfrenta mais de 70 ações civis, com acusações que vão de abuso sexual a estupro, algumas remontando aos anos 1990. Em dezembro de 2024, três homens e duas mulheres apresentaram denúncias alegando agressões em festas e estúdios, incluindo um caso envolvendo um menor de idade. Outro processo, movido por Ashley Parham, acusa Combs de estupro coletivo em 2018, após ela questionar seu suposto envolvimento no assassinato de Tupac Shakur.

Essas ações civis, embora separadas do julgamento criminal, forneceram pistas para a investigação federal, que culminou em buscas nas residências de Combs em Los Angeles, Nova York e Miami em março de 2024. Durante as operações, agentes confiscaram computadores, dispositivos eletrônicos e mais de mil frascos de óleo de bebê, supostamente usados nos “Freak Offs”. A defesa de Combs nega as acusações, classificando-as como tentativas de extorsão financeira.

  • Número de ações civis: Mais de 70, com 27 pedidos de arquivamento pendentes.
  • Período das alegações: Desde 1991 até 2022.
  • Buscas federais: Março de 2024, em três propriedades.
  • Itens apreendidos: Eletrônicos e suprimentos para eventos sexuais.

Histórico de problemas legais

Sean Combs não é estranho a controvérsias judiciais. Em 1999, ele foi acusado de agredir Steve Stoute, executivo da Interscope Records, com uma garrafa de champanhe e uma cadeira. Após Stoute pedir clemência, Combs se declarou culpado de uma acusação menor e fez um curso de controle de raiva. No mesmo ano, ele foi absolvido de acusações relacionadas a um tiroteio em uma boate, mas seu protegido, Jamal “Shyne” Barrow, foi condenado e cumpriu quase nove anos de prisão.

Em 2015, Combs enfrentou acusações de agressão com um kettlebell na Universidade da Califórnia, onde seu filho jogava futebol. Ele alegou legítima defesa, e o caso foi arquivado. Essas ocorrências, embora menos graves, reforçam a narrativa dos promotores de um padrão de comportamento violento, que será explorado no julgamento atual.

Os advogados de Combs argumentam que os incidentes passados não têm relação com as acusações criminais e que o rapper está sendo alvo de uma campanha para difamá-lo. Eles destacam que ele cooperou com as autoridades e nega qualquer envolvimento em atividades ilícitas.

Seleção do júri

A escolha do júri, iniciada em 5 de maio, é um processo delicado devido à notoriedade de Combs. O tribunal busca 12 jurados e seis suplentes imparciais, capazes de avaliar as evidências sem influência da mídia. A promotoria, liderada por Emily Johnson, planeja apresentar seu caso em três semanas, enquanto a defesa, comandada por Marc Agnifilo, estima uma semana para suas argumentações.

O juiz Arun Subramanian proibiu dispositivos eletrônicos na sala de audiência, e o julgamento não será transmitido online, embora seja aberto ao público. A seleção pode se estender por dias, já que os advogados avaliam possíveis preconceitos dos jurados, especialmente após a ampla cobertura do caso. Combs, detido no Metropolitan Detention Center desde setembro de 2024, foi transferido para uma unidade especial, separada da população carcerária geral.

  • Duração da seleção: Vários dias, com 12 jurados e seis suplentes.
  • Proibição de eletrônicos: Sem câmeras ou celulares no tribunal.
  • Apresentação do caso: Três semanas para promotoria, uma para defesa.
  • Local de detenção: Unidade especial no Metropolitan Detention Center.

Testemunhas esperadas

Além de Cassie Ventura, outras testemunhas incluem ex-parceiras de Combs, um associado de negócios e um profissional do sexo masculino. Algumas vítimas, identificadas como “Vítima-2”, “Vítima-3” e “Vítima-4” nos documentos judiciais, usarão pseudônimos para proteger suas identidades. A promotoria planeja usar seus depoimentos para corroborar o padrão de coerção e abuso descrito na denúncia.

Os promotores também acusam Combs de tentar influenciar testemunhas, violando regras prisionais ao usar telefones de outros detentos para fazer contatos. Essas alegações levaram à negação de pedidos de fiança, com o juiz citando risco de manipulação de testemunhas. A defesa contesta, afirmando que Combs apenas buscava apoio público, sem intenção de obstruir a justiça.

Evidências materiais

As buscas federais de março de 2024 forneceram evidências cruciais, incluindo dispositivos eletrônicos que podem conter registros de comunicações e vídeos dos “Freak Offs”. Os mais de mil frascos de óleo de bebê apreendidos chamaram atenção, com promotores sugerindo seu uso em eventos sexuais. A defesa questiona a relevância desses itens, argumentando que não provam crimes.

O vídeo de 2016 envolvendo Cassie é uma peça central, mas a defesa alega que ele foi editado e não reflete os eventos com precisão. Outras evidências incluem relatos de testemunhas e documentos financeiros que, segundo promotores, mostram como Combs usava seus recursos para sustentar o esquema. O juiz limitou o uso de alegações civis não relacionadas, mantendo o foco nas acusações criminais.

  • Itens apreendidos: Computadores, celulares e frascos de óleo.
  • Vídeo de 2016: Mostra Combs agredindo Cassie em hotel.
  • Documentos financeiros: Indicam uso de recursos para coerção.
  • Restrições judiciais: Apenas evidências da denúncia criminal.

Reações da indústria

A indústria do entretenimento reagiu rapidamente às acusações. Em novembro de 2023, a Macy’s encerrou a venda de roupas da marca Sean John, e Combs deixou o cargo de presidente da Revolt TV. Marcas como Tsuri, Nuudii System e House of Takura cortaram laços com sua plataforma de e-commerce, Empower Global. A Hulu cancelou um reality show sobre a família de Combs, refletindo o impacto das denúncias em sua carreira.

Artistas como Aubrey O’Day, ex-Danity Kane, criticaram publicamente Combs, recusando ofertas de recompra de direitos autorais que exigiam acordos de confidencialidade. Essas reações destacam a pressão sobre figuras públicas associadas ao rapper, com muitos se distanciando para evitar controvérsias.

Outras alegações notáveis

Entre as ações civis, destaca-se a denúncia de Thalia Graves, que alega ter sido drogada, amarrada e estuprada por Combs e seu guarda-costas em 2001, com o ataque gravado e mostrado a terceiros. Outra ação, movida por um menor de idade, acusa Combs de abuso em uma festa após os MTV Video Music Awards de 2000. Essas denúncias, embora não parte do julgamento criminal, reforçam a narrativa de um padrão de comportamento.

A defesa de Combs nega todas as alegações, sugerindo que muitas são motivadas por interesses financeiros. O advogado Tony Buzbee, que representa mais de 100 denunciantes, afirma que os casos envolvem não apenas Combs, mas cúmplices que teriam facilitado os abusos. Ele planeja mais ações, prometendo nomes que “chocarão” o público.

  • Caso Thalia Graves: Alegação de estupro gravado em 2001.
  • Menor de idade: Acusação de abuso em 2000.
  • Tony Buzbee: Representa mais de 100 denunciantes.
  • Resposta da defesa: Acusações vistas como busca por dinheiro.

Estrutura do julgamento

O julgamento, conduzido no tribunal Daniel Patrick Moynihan, seguirá um cronograma rigoroso. Após a seleção do júri, as declarações iniciais estão marcadas para 12 de maio, com a promotoria apresentando seu caso por três semanas. A defesa terá uma semana para responder, seguida de deliberações do júri. O juiz Subramanian enfatizou a imparcialidade, limitando evidências externas para evitar influência indevida.

Combs permanece detido, com tentativas de fiança negadas devido a preocupações com manipulação de testemunhas. Sua equipe jurídica sofreu uma baixa com a saída do advogado Anthony Ricco em fevereiro de 2025, por motivos não detalhados. Marc Agnifilo, advogado principal, expressa confiança na absolvição, destacando a ausência de provas concretas de coerção.

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