Cinco casos suspeitos de sarampo foram registrados em diferentes regiões do Acre nesta segunda-feira (28). A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), que mobilizou uma força-tarefa para intensificar a campanha de vacinação em todo o estado. Municípios como Rio Branco, Brasiléia, Xapuri e Porto Acre já ativaram planos emergenciais com bloqueio vacinal e ações porta a porta. A meta do governo é vacinar mais de 50 mil pessoas em sete dias e interromper qualquer possível cadeia de transmissão.
Os pacientes apresentam sintomas clássicos da doença viral, como febre alta, manchas avermelhadas na pele, tosse seca e conjuntivite. Desde o fim de semana, unidades básicas de saúde em várias cidades têm registrado superlotação. Em Rio Branco, filas começaram a se formar ainda de madrugada. A Sesacre informou que há estoque suficiente da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, com previsão de reposição garantida até o fim de agosto.
As notificações envolvem dois pacientes de Rio Branco, um de Brasiléia, um de Xapuri e um de Porto Acre. Os casos estão sob investigação laboratorial. Enquanto isso, as equipes de vigilância epidemiológica realizam bloqueios vacinais nas áreas afetadas, principalmente em bairros periféricos e comunidades rurais. A busca ativa por pessoas não vacinadas tem sido prioridade, com atuação porta a porta para aumentar a cobertura rapidamente.
Segundo Ana Paula Duarte, diretora do Laboratório Central de Saúde Pública do Acre (Lacen), os exames sorológicos estão sendo tratados como prioridade máxima. “Estamos agilizando os laudos em menos de 48 horas. O estado está em alerta máximo”, afirmou. O protocolo oficial inclui isolamento domiciliar, notificação à Organização Mundial da Saúde (OMS) e monitoramento de contatos próximos.
O Acre já enfrentou dois surtos expressivos de sarampo em anos recentes: em 2019 e 2021, com mais de 90 casos confirmados no total. Especialistas da Sesacre alertam que a pandemia de Covid-19 contribuiu para uma queda drástica na cobertura vacinal, especialmente entre crianças de até cinco anos. De acordo com dados oficiais, mais de 18 mil crianças deixaram de receber a segunda dose da vacina entre 2020 e 2023.
A resposta institucional tem contado com apoio de secretarias municipais, escolas públicas e privadas, igrejas e associações de bairro. Equipes de saúde foram deslocadas para zonas de difícil acesso com apoio de unidades móveis de vacinação. A Sesacre também ativou uma linha de WhatsApp exclusiva para receber denúncias, responder dúvidas e orientar a população sobre sintomas, prevenção e locais de atendimento.
No cenário nacional, a preocupação é crescente. O Brasil havia eliminado o sarampo em 2016, mas voltou a registrar casos a partir de 2018. Em 2025, o Ministério da Saúde notificou 432 casos da doença em 12 estados, com maior incidência na Região Norte. Técnicos da pasta apontam a desinformação e o avanço de movimentos antivacina como fatores principais na reintrodução do vírus em áreas antes consideradas livres.
Em pronunciamento à imprensa, o secretário estadual de Saúde, Pedro Pascoal, reforçou o caráter emergencial da campanha. “Estamos diante de uma ameaça evitável. Vacinar não é uma escolha individual: é um compromisso com a saúde pública. Não podemos permitir que uma doença erradicada retorne por negligência”, disse. Ele concluiu destacando que a meta é ampliar a cobertura acima de 95% nos próximos 30 dias, inclusive com mutirões nos fins de semana.
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✍️ Eliton Lobato Muniz – Cidade AC News – Rio Branco – Acre
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