
Com o clima mais úmido e as noites mais frias no sul do país, o tabaco não está se desenvolvendo como no ano anterior, o que indica uma safra menor neste ano. A estimativa de safra do tabaco Virgínia, que responde por 90,47% da produção dos três Estados da região Sul, é de 619.969 toneladas, uma redução de 4,35% em relação à safra passada.
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No caso do tabaco Burley, a produção prevista na safra 2025/26 é de 54.979 toneladas, uma queda de 7,80%. Para o tipo Comum, a estimativa inicial aponta 10.326 toneladas ou 14,47% a menos. Ao todo, a produção dos três tipos deve somar 685.274 toneladas ante as 719.891 da safra 2024/25,uma redução de 4,8%.
No caso do Virginia, o Rio Grande do Sul deve colher 248.103 toneladas, uma queda de 7,67%. Em Santa Catarina, a estimativa é de 202.002 toneladas, redução de 2,5%, e no Paraná a safra deve atingir 169.864 (-1,4%).
Os números foram divulgados nesta sexta-feira (21/11) pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). O presidente da entidade, Marcilio Dressler, ressalta que se trata de uma estimativa inicial, considerando a produtividade histórica da cultura, mas pode haver mudanças diante de situações adversas do clima. Também entra na conta das variações o fato de mais de 500 municípios produzirem tabaco no Sul.
A área plantada de tabaco ficou em 308.943 hectares, queda de 0,34%. A maior redução ocorreu em Santa Catarina, onde os três tipos ocupam nesta safra 193.033 hectares, queda de 1,25%.
O número de famílias produtoras de tabaco e a produtividade da cultura também estão em queda. Nos três Estados, 135.985 famílias plantam tabaco nesta safra, uma redução de 1,47%. A perda é maior em Santa Catarina, com 2,52%.
Os produtores gaúchos estão com a menor produtividade prevista até o momento: 2.146 kg/ha no Virgínia (- 7,22%), 1.938 kg/ha no Burley (- 13,56%) e 1.607 kg/ha no Comum (- 7,96%).
Expectativa frustrada
Nesta quinta-feira (20/11), o setor viu frustrada sua expectativa de o tabaco ser incluído na lista de exceções do tarifaço do presidente americano Donald Trump.
“Infelizmente, o tabaco não está contemplado nesta lista. Continuamos na expectativa de ter essa tarifa retirada porque temos volumes significativos para embarcar para os Estados Unidos”, disse o presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing. No ano passado, 40 mil toneladas foram para os EUA.
O Brasil é o segundo maior produtor e o maior exportador de tabaco do mundo, com 455 mil toneladas no ano passado, à frente da Índia, que exportou cerca de 250 mil toneladas. União Europeia e Extremo Oriente são as regiões que mais recebem tabaco brasileiro, com 34% cada uma, seguidos pela África e Oriente Médio (15%), América do Norte (9%) e América Latina (8%).
Nesta semana, Thesing e outros representantes da cadeia, mesmo sem poder participar dos debates, estiveram em Genebra, na Suíça, para acompanhar a 11ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco, que termina neste sábado.
