Na corrida pelas duas vagas do Senado em 2026, o Acre assiste a um tabuleiro onde todos conhecem as peças, mas ninguém sabe quem ainda tem rei no jogo. Gladson lidera, Jorge ressurge, Mara avança, Jéssica agita os bastidores, e o povo… segue sem saber se vota por lembrança ou por vingança.
A vitrine da qualificação ou a reciclagem de poder?
Sete nomes. Todos testados nas urnas. Uns com histórico de Executivo, outros moldados no calor da tribuna federal. Em comum? Nenhum novato. Em disputa? Apenas dois lugares. E uma multidão de eleitores observando os movimentos sem muito entusiasmo — mas com um radar treinado para desconfiança.
A eleição ao Senado em 2026 no Acre é, sem dúvida, a mais qualificada da década. Isso, claro, no papel. Porque na prática, o jogo ainda é o mesmo: alianças questionáveis, silêncio estratégico e muitos acenos para grupos que, em público, ninguém quer assumir.
Gladson: o governador-candidato que já se sente senador
Gladson Cameli, com a máquina, a mídia, e o mapa de apoios em mãos, lidera com folga. Não porque emociona, mas porque ainda é visto como “menos pior” por muitos. O eleitorado conservador vê nele o escudo contra o retorno da esquerda. Seus números apontam: 39% de intenção de voto somando primeiro e segundo votos. Liderança consolidada — por enquanto.
Mas há um dilema ético: concorrer sem renunciar ao governo e ainda manter o controle indireto do Palácio Rio Branco seria, no mínimo, um jogo com as cartas marcadas. Mailza, sua vice, já entendeu o recado e mantém os sapatos engraxados para assumir o cargo sem estardalhaço.
Jorge Viana: o retorno do mito ou a saudade do que não volta?
Jorge Viana reaparece com 22%, forte para quem saiu das urnas há anos. Seu nome ainda reverbera em parte do eleitorado tradicionalista, saudosista e institucional. Mas a pergunta paira no ar: ele volta por missão ou por obsessão? Se for o segundo, erra o tom de novo.
Ainda assim, é o único que consegue dialogar de igual para igual com as entidades federais e é o mais preparado tecnicamente entre os sete. Mas, convenhamos: preparo nunca foi critério suficiente para ganhar voto em terra de discurso raso.
Mara Rocha & Jéssica Sales: o trunfo feminino da vez
Elas estão no jogo. Com força. Mara Rocha avançou com 15%, crescendo devagar, mas consistentemente. Tem estrutura, tem recall e está afiada. Jéssica Sales, que entrou como “sussurro de bastidor”, virou manchete em 72h. Confirmou: “Sou candidata” — e já aparece com 13%.
A leitura nos bastidores é clara: Alan Rick deve empurrar ambas como suas candidatas ao Senado numa tentativa ousada (e eleitoreira) de montar uma chapa feminista de direita. Vai colar? Só se elas mostrarem mais do que sobrenome e afago de marqueteiro.
Petecão, Bittar, Socorro Neri: a gangorra do meio-campo
Sérgio Petecão aparece estável com 12%. É a raposa velha do jogo. Já sobreviveu a crises, alianças improváveis e derrotas retumbantes. Tem base no PSD e sabe trabalhar voto a voto. Bittar, com os músculos bolsonaristas tensionados, tenta voltar ao jogo após um mandato controverso. E ainda assim: marca 12% nas pesquisas.
Socorro Neri, que surgiu como aposta camuflada, também pontua igual. Todos em empate técnico. Mas todos enfrentando um dilema: falta palanque próprio e sobra desgaste acumulado.
🧨 O estopim de março e a “revoada dos sem ninho”
A janela partidária de março será o estopim de uma guerra silenciosa. Deputados como Clodoaldo, Tadeu, Eduardo Ribeiro, Pedro Longo, Michelle Melo e Pablo Bregense estão prestes a trocar de legenda e buscar abrigo sob asas mais quentes — e mais lucrativas.
Cada movimento mexe o tabuleiro. Cada filiação derruba ou ergue alianças. A tal “qualificação dos candidatos” pode desabar diante da realidade: quem tem dinheiro, quem tem tempo de TV, e quem vai conseguir bancar o segundo voto.
E o povo?
Ah, o povo… Este ainda assiste de fora. 23% ainda indecisos. 7% dispostos a votar nulo ou branco. Um número que diz muito sobre o momento. Os indecisos não estão desinformados — estão desiludidos. A política virou uma arena de velhos gladiadores. E a plateia, ao que parece, não quer mais assistir o mesmo espetáculo.
“O eleitor esquece promessas, mas não esquece traições.”
— Elio Gaspari (adaptado ao barro acreano)
Dois assentos estão disponíveis. Sete gigantes se apresentam. Mas talvez o eleitor queira apenas alguém que sente, ouça e fale menos. Porque, no fundo, o que está em disputa não é o cargo — é o silêncio da representatividade.
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