O governo do Acre avançou em mais uma estratégia para fortalecer o turismo de base comunitária ao realizar, entre os dias 14 e 18, o Estudo de Viabilidade Turística e a Oficina de Bem-Receber na Terra Indígena Arara do Rio Amônia, território do Povo Apolima Arara. As ações ocorreram no Kupixawa Centro Cultural da Aldeia Novo Destino e reuniram 31 participantes, consolidando um movimento de qualificação e planejamento para o turismo sustentável na região de Marechal Thaumaturgo.
A iniciativa, conduzida pela Secretaria de Turismo e Empreendedorismo (Sete), teve como foco entender o potencial da localidade e preparar a comunidade para receber visitantes com segurança, organização e valorização cultural. A chefe da Divisão de Promoção, Informação e Destinos Turísticos, Adalgisa Bandeira, destacou que o território reúne condições favoráveis para o turismo, impulsionado pela disposição do povo Apolima Arara e pela parceria estratégica com o povo Ashaninka, que já possui experiência consolidada em festivais e recepção de turistas.
Durante a programação, lideranças locais reforçaram a importância do aprendizado. O cacique Josê Ângelo Macedo Avelino ressaltou que a capacitação trouxe mais clareza sobre o que é turismo e como acolher visitantes, abrindo caminho para fortalecer eventos culturais, como o tradicional festival da caiçuma. O cacique da aldeia Nova Morada, Denilson de Azevedo Barbosa, também comemorou o avanço, afirmando que os conhecimentos adquiridos serão levados para outras comunidades do território.
A formação também impactou jovens lideranças, como Francisco Souza Oliveira, integrante da banda Miszri Miri, que avaliou a oficina como uma oportunidade de crescimento e fortalecimento das iniciativas culturais da comunidade. Ele destacou que o turismo pode ampliar espaços para música, apresentações e outras expressões tradicionais, estimulando o protagonismo dos jovens Apolima Arara.
Além disso, a líder do grupo Mulheres Guerreiras, Amélia Alves Marques, afirmou que o aprendizado abre novas possibilidades para o artesanato e para o trabalho das mulheres na aldeia. Atuante nas áreas de organização cultural e proteção ambiental, ela destacou que a chegada do turismo estruturado pode fortalecer a produção de peças em madeira, cipó e miçangas, preservando saberes tradicionais e gerando renda para as famílias. Com cinco aldeias que compõem a Terra Indígena Arara do Rio Amônia, a iniciativa reforça um modelo de turismo responsável e alinhado com a preservação cultural e ambiental do território.



