Situação estável reacende debate sobre estiagem e risco de desabastecimento
📍 Rio Branco — 22 de setembro de 2025, 08h30

O Rio Acre crise de abastecimento é tema que insiste em permanecer na rotina dos acreanos. A Defesa Civil confirmou que, nesta manhã, o nível do manancial em Rio Branco está estável em 1,73 metro, após 24 horas sem registro de chuvas. A notícia, à primeira vista, pode soar como alívio. Mas, na prática, acende o alerta para a capital que já conviveu com torneiras secas, caminhões-pipa e improviso para manter a vida funcionando.
Em uma cidade que conhece bem os extremos, estabilidade não significa segurança. Basta lembrar que, há poucos dias, o mesmo rio atingiu 1,23 metro, o menor nível da história, deixando bairros inteiros reféns do improviso. Se o clima decidir manter a estiagem, o cenário pode rapidamente mudar de “estável” para “colapso”.
ORio Acre crise de abastecimento não é novidade. Moradores se acostumaram a lavar roupas só quando possível, armazenar água em tambores e rezar para que a bomba não falhe. Comerciantes já registraram prejuízos por não poder cozinhar ou atender clientes. Enquanto isso, a população assiste às promessas políticas de reforço no sistema que nunca acompanham a urgência da realidade.
O problema vai além da seca do rio. A verdadeira estiagem é de gestão. Falta planejamento para criar reservatórios, investir em infraestrutura hídrica robusta e antecipar medidas antes que a crise bata à porta. Quando o nível cai, a solução apresentada é sempre a mesma: caminhões-pipa, discursos técnicos e uma promessa vaga de que “desta vez será diferente”.
O que está em jogo não é apenas a tranquilidade de abrir a torneira. É a segurança hídrica de uma capital inteira. A cada queda no nível do rio, cresce a desigualdade. Quem tem condições, instala caixas d’água, compra galões e se organiza. Quem não tem, depende da boa vontade de vizinhos ou do improviso estatal. No fim, a crise de abastecimento no Rio Acre escancara o abismo social que atravessa a cidade.
A estabilidade em 1,73m pode até parecer motivo para comemoração, mas, no fundo, revela fragilidade. Basta alguns dias de sol intenso para que o número caia e as manchetes voltem a falar em emergência. A falta de chuva não pode ser desculpa permanente: a responsabilidade está na ausência de políticas públicas estruturais.
O cenário exige reflexão: até quando Rio Branco será refém da sorte do clima e da improvisação política? O Rio Acre pode até estar estável hoje, mas a confiança da população segue em baixa. Enquanto a água não chega de forma regular, cresce a indignação — e com razão.
No fim, a pergunta que ecoa é simples: se o Rio Acre é o termômetro da vida da capital, por que seguimos tratando sua oscilação como surpresa? A estabilidade não é conquista, é apenas intervalo entre crises. E a cidade merece mais que intervalos. Merece planejamento, transparência e, acima de tudo, respeito à dignidade de quem vive o drama da água.

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Por Eliton Lobato Muniz — Cidade AC News
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