Aos 76 anos, o rei Charles III enfrenta um dos momentos mais desafiadores de seu reinado, iniciado em setembro de 2022 após a morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II. Diagnosticado com câncer em fevereiro de 2024, o monarca britânico viu sua saúde deteriorar-se ao longo dos últimos meses, com a doença mostrando-se resistente ao tratamento. Diante desse cenário, o Palácio de Buckingham tomou uma medida significativa: ativar o plano sucessório que prepara o príncipe William, seu filho mais velho, para assumir o trono. A decisão, impulsionada pelo próprio Charles, reflete a preocupação em garantir a estabilidade da monarquia em um período marcado por crises de saúde e pressões institucionais. William, de 42 anos, e sua esposa, Kate Middleton, também de 42, emergem como figuras centrais nesse processo, carregando o peso de uma transição que pode ocorrer mais cedo do que o esperado.
O diagnóstico de Charles veio à tona após um procedimento para tratar um aumento benigno da próstata, realizado no início de 2024. Exames complementares revelaram a presença de um tumor, cuja natureza exata permanece sob sigilo, mas que não está relacionado à próstata. Desde então, o rei passou por um cronograma intenso de cuidados médicos, reduzindo drasticamente suas aparições públicas. Enquanto isso, William assumiu compromissos de alto perfil, como a reabertura da Catedral de Notre-Dame, em Paris, em dezembro de 2024, sinalizando uma transferência gradual de responsabilidades. Kate, que também enfrentou um diagnóstico de câncer em janeiro de 2024, retomou atividades de forma cautelosa no início deste ano, equilibrando recuperação e deveres reais.
A ativação do plano sucessório não é apenas uma resposta à saúde debilitada do rei, mas também um esforço para preservar a continuidade de uma instituição milenar. O rito sucessório britânico, conhecido por sua tradição e meticulosidade, envolve anos de preparação, mas a gravidade do estado de Charles acelerou esse processo. O monarca, que esperou décadas para assumir o trono, agora delega ao filho a tarefa de liderar o Reino Unido e os 56 países da Commonwealth em um momento de desafios, como o crescente movimento republicano em nações como Austrália e Jamaica.
Saúde do rei em foco
Charles III assumiu o trono após sete décadas de reinado de Elizabeth II, uma das monarcas mais longevas da história britânica. Seu reinado, no entanto, foi rapidamente marcado por adversidades. O câncer, identificado há pouco mais de um ano, reduziu sua agenda de mais de 200 compromissos em 2024 para menos de 50 neste ano. A ausência de remissão da doença, conforme relatos recentes, intensificou as especulações sobre seu futuro. Em março deste ano, o rei foi internado após sofrer efeitos colaterais do tratamento, cancelando uma visita planejada a Birmingham.
A transparência sobre sua condição, uma quebra de tradição da realeza britânica, foi uma escolha deliberada para evitar rumores. Apesar disso, o Palácio mantém silêncio sobre detalhes específicos, como o tipo ou estágio do tumor. Essa cautela contrasta com a visibilidade dada à recuperação de Kate Middleton, que anunciou estar em remissão no final de 2024. A disparidade alimenta debates sobre a gravidade do quadro de Charles, com especialistas apontando que a falta de menção à remissão sugere um prognóstico preocupante.
William e Kate na linha de frente
O príncipe William, primeiro na linha de sucessão, tem se preparado para o trono desde jovem, mas os últimos meses trouxeram um teste inesperado. Além de lidar com a doença do pai, ele enfrentou o diagnóstico de câncer de sua esposa, o que o levou a reduzir compromissos em 2024 para apoiá-la. Com Kate em recuperação, o casal intensificou esforços para assumir papéis de liderança. William participou de mais de 150 eventos no último ano, incluindo 10 viagens internacionais, consolidando sua imagem como um futuro rei engajado.
Kate, por sua vez, viu seus compromissos caírem de 120 em 2023 para 40 em 2024 devido ao tratamento, mas planeja retomar gradualmente suas atividades com 60 eventos previstos para este ano. Suas iniciativas em educação infantil já alcançaram mais de 2 milhões de crianças, reforçando sua relevância na transição. Juntos, William e Kate representam uma monarquia moderna, focada em causas como sustentabilidade e saúde mental, que beneficiaram cerca de 5 milhões de pessoas em 2024.
- Principais responsabilidades de William: Diplomacia, gestão de propriedades reais e eventos internacionais.
- Foco de Kate: Educação infantil e apoio à saúde mental, mesmo em recuperação.
- Popularidade do casal: Aprovação de 75% entre britânicos, contra 50% de Charles.
Cronologia da crise de saúde
Os eventos recentes traçam um panorama claro da deterioração da saúde de Charles e da resposta da monarquia:
- Fevereiro de 2024: Diagnóstico de câncer após procedimento de próstata.
- Outubro de 2024: Charles enfrenta protestos em visita à Austrália, uma de suas últimas aparições públicas.
- Dezembro de 2024: William representa o rei na reabertura de Notre-Dame.
- Março de 2025: Internação por efeitos colaterais do tratamento, adiando compromissos.
Essa sequência destaca a urgência da transição, com o Palácio ajustando-se a um cenário de incertezas.

Pressões sobre a monarquia
A monarquia britânica enfrenta desafios que vão além da saúde de Charles. Dos 56 países da Commonwealth, 14 ainda reconhecem o monarca como chefe de Estado, mas o movimento republicano ganha força. Barbados rompeu com a Coroa em 2021, e até 2030, pelo menos 10 nações planejam referendos sobre o tema. No Reino Unido, o custo anual de 100 milhões de libras da realeza é questionado por 40% dos cidadãos, embora gere 1,8 bilhão de libras para a economia, incluindo 500 milhões em turismo.
William e Kate respondem a essas pressões com uma agenda de modernização. Em 2024, suas iniciativas alcançaram 5 milhões de beneficiários, com foco em sustentabilidade e inclusão. A aprovação do casal, superior à de Charles, é um ativo valioso para manter a relevância da instituição em um contexto de crise.
Preparação para o trono
A preparação de William para o trono não é novidade, mas ganhou ritmo acelerado com a doença do pai. Ele já realizou mais de 20 reuniões com especialistas em política externa neste ano, além de supervisionar projetos reais que arrecadaram 50 milhões de libras em doações em 2024. Sua experiência inclui gestão de propriedades da Coroa e causas beneficentes, áreas em que demonstrou habilidade para conectar a monarquia às demandas contemporâneas.
Kate, mesmo limitada pelo tratamento, mantém um papel ativo. Seus 20 eventos planejados para este ano priorizam causas humanitárias, como o desenvolvimento infantil, que já impactaram milhões. Essa abordagem conjunta visa garantir que a transição preserve a estabilidade da Coroa, especialmente diante de especulações sobre uma possível abdicação de Charles, algo ainda não confirmado oficialmente.
Impacto na Commonwealth
A saúde de Charles afeta diretamente as relações com a Commonwealth. Países como Austrália e Canadá debatem o fim da monarquia como chefe de Estado, enquanto outros seis planejam discussões sobre o tema ainda neste ano. A ascensão de William e Kate será um teste crucial para manter esses laços, com o casal buscando reforçar a imagem da Coroa por meio de visitas internacionais e projetos globais.
A redução das atividades de Charles, que limitou suas viagens e aparições, contrastou com o aumento da presença de William em eventos de peso. Essa troca de papéis evidencia a preparação para uma nova era, em que a monarquia precisará se adaptar às expectativas de um mundo em transformação.
Desafios históricos em perspectiva
Transições reais no Reino Unido frequentemente carregam complexidade. Em 1936, a abdicação de Eduardo VIII para casar-se com Wallis Simpson levou Jorge VI ao trono. Em 1952, a morte súbita de Jorge VI colocou Elizabeth II no comando aos 25 anos, iniciando um reinado de 70 anos. A passagem de Elizabeth para Charles, em 2022, já marcou o fim de uma era. Agora, a doença do rei aponta para mais uma mudança significativa em um curto espaço de tempo.
O reinado de Charles, com pouco mais de dois anos, foi moldado por incertezas de saúde e pressões institucionais. A ativação do plano sucessório reflete uma tentativa de evitar rupturas, com William e Kate posicionados como pilares de uma monarquia que busca renovação sem perder suas raízes.
Dados que reforçam a transição
A preparação de William e Kate é sustentada por números expressivos:
- William realizou 80% das funções reais em 2024, assumindo o protagonismo do pai.
- Kate, mesmo com agenda reduzida, mantém impacto em projetos que alcançam 2 milhões de crianças.
- A monarquia movimenta 1,8 bilhão de libras anualmente, um argumento econômico para sua continuidade.
Esses indicadores mostram que a transição, embora acelerada pela doença de Charles, segue um planejamento estruturado.
Futuro sob novos olhares
A deterioração da saúde de Charles colocou a monarquia em um momento de inflexão. Enquanto o rei foca em seu tratamento, William e Kate assumem o comando de uma instituição que enfrenta questionamentos sobre seu valor e relevância. A preparação do casal abrange desde protocolos reais até a modernização da imagem da Coroa, um equilíbrio delicado em um cenário de crise.
A popularidade de William e Kate, aliada ao seu foco em causas sociais, oferece uma base sólida para o futuro. A monarquia, que há séculos se adapta a mudanças, agora depende da capacidade do casal de liderar em um contexto de desafios econômicos, políticos e de saúde que testam sua resiliência.