Ícone do site Cidade AC News | Notícias do Acre, Amazônia e Brasil

“Quem tem medo da Naluh? O incômodo do TCE que tira o sono do Palácio”

"Charge política retratando Naluh Gouveia no TCE-AC, com uma caneta gigante na mão e pilhas de processos em cima da mesa, simbolizando o poder da fiscalização sobre o governo do Acre."

"Charge política retratando Naluh Gouveia no TCE-AC, com uma caneta gigante na mão e pilhas de processos em cima da mesa, simbolizando o poder da fiscalização sobre o governo do Acre."

Governador Gladson se irrita com o rigor do TCE e mira Naluh Gouveia, acusada de seletividade nos processos que expõem sua gestão.

Corre nos bastidores que o governador Gladson Cameli ensaia um pedido de retirada da conselheira Naluh Gouveia do TCE. O motivo? Ela estaria sendo “seletiva” nos processos que cutucam o governo. Traduzindo: Naluh está fazendo o que conselheiro deve fazer — fiscalizar. E no Acre, quando alguém cumpre o papel de vigiar o poder, logo vira inimigo público número um.

O espelho que ninguém quer olhar

Chamam Naluh de política, de militante, de petista. E daí? Pior é quem finge ser técnico e age como cabo eleitoral palaciano. No TCE, a praga nunca foi o excesso de fiscalização, mas a escassez. Naluh incomoda porque mexe em contratos, licitações e processos que antes passavam em branco, com a bênção da vista grossa.

É o famoso efeito espelho: quem vive de apontar dedo para o adversário, não aguenta quando a lupa vira para a própria cozinha.

O silêncio da Aleac

E a Assembleia, fará o quê? Em teoria, o TCE é auxiliar do Legislativo, não do governador. Mas a Aleac de hoje mais parece balcão de recados do Palácio. A pergunta é: os deputados vão defender a autonomia do Tribunal ou vão correr para segurar a toalha de Gladson?

Se ficarem calados, assinam embaixo da tentativa de mordaça.

O golpe da caneta

Se Gladson avançar nesse pedido, ficará marcado como o governador que não suportou ser fiscalizado. Porque afastar Naluh não seria só uma retaliação — seria um aviso a todos os conselheiros: quem tocar nas feridas do governo, dança.

É o velho autoritarismo travestido de “gestão moderna”: onde a caneta do Executivo tenta calar a caneta do controle.

No fim das contas

Naluh não é santa nem precisa ser. Mas o que está em jogo não é a biografia dela, é a democracia acreana. Quando um governador tenta escolher quais processos podem ou não ser julgados, o problema não é a conselheira — o problema é o próprio governo.

No fundo, a questão é simples e cruel: quem tem medo da Naluh é quem tem coisa a esconder.

✍️ Coluna do Inácio — Acredito no Acre da Estrela Altaneira (vermelha)

Coluna do Inácio

Acredito no Acre da Estrela Altaneira (vermelha)

Sair da versão mobile