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Quatro ex-empregadas acusam Smokey Robinson de abuso sexual em processo de US$ 50 milhões

Smokey Robinson - Foto: Instagram

Quatro mulheres que trabalharam como empregadas domésticas para Smokey Robinson, ícone da Motown, abriram um processo contra o cantor em Los Angeles, alegando anos de abusos sexuais em sua residência. As acusações, detalhadas em uma ação judicial de 27 páginas, descrevem um padrão de comportamento predatório que teria ocorrido principalmente na casa do artista em Chatsworth, Califórnia. As ex-funcionárias, identificadas como Jane Does 1 a 4, buscam uma indenização de pelo menos US$ 50 milhões.

As denúncias vieram à tona em uma coletiva de imprensa na qual três das mulheres, usando máscaras para proteger suas identidades, compartilharam suas experiências. A quarta participou remotamente, reforçando a gravidade das acusações contra o cantor de 85 anos, conhecido por clássicos como “My Girl” e “The Tracks of My Tears”.

O advogado das denunciantes, John Harris, destacou a vulnerabilidade das trabalhadoras, que enfrentavam condições precárias:

  • Eram mulheres hispânicas empregadas como domésticas.
  • Ganhavam menos que o salário mínimo.
  • Temiam represálias ou perda de renda ao denunciar os abusos.
  • Algumas enfrentavam insegurança devido ao status migratório.

A ação judicial foi protocolada na terça-feira, 6 de maio de 2025, no Tribunal Superior do Condado de Los Angeles, marcando um momento significativo para as ex-empregadas que, segundo seus representantes, decidiram romper o silêncio após anos de medo e constrangimento.

Smokey Robinson
Smokey Robinson – Foto: Instagram

Detalhes das acusações contra Robinson

A denúncia descreve incidentes que teriam ocorrido ao longo de anos, com detalhes específicos sobre a conduta de Smokey Robinson. Uma das mulheres alega ter sofrido pelo menos 23 abusos entre maio de 2014 e fevereiro de 2020, frequentemente em áreas da casa sem câmeras de segurança. Outra ex-funcionária relata 20 incidentes ao longo de 12 anos, começando em 2012, nos quais o cantor a forçava a entrar em seu quarto e realizava um “ritual” de sair do banheiro sem roupas, colocando uma toalha na cama antes dos atos.

Outra empregada, que trabalhou por 13 meses, diz ter sofrido sete abusos. Em uma tentativa de deter os avanços de Robinson, ela chegou a lembrá-lo de seu casamento, mas as súplicas foram ignoradas, segundo o processo. A quarta denunciante, que também atuou como assistente pessoal, cozinheira e cabeleireira da esposa de Robinson, Frances, relata abusos desde 2007, em Las Vegas, e posteriormente em Bell Canyon e Chatsworth.

Os relatos apontam um padrão consistente. Robinson, segundo as acusações, aproveitava momentos em que outras empregadas deixavam a residência para abordar as vítimas. Ele trancava a porta, colocava uma toalha na cama e, ignorando protestos, cometia os abusos. A ação destaca que o cantor nunca usava preservativo durante os atos, aumentando os riscos às vítimas.

Contexto das trabalhadoras

As quatro mulheres compartilhavam condições de vulnerabilidade que dificultavam a denúncia. Eram empregadas domésticas hispânicas, com salários abaixo do mínimo e, em alguns casos, preocupações com o status migratório. O advogado John Harris enfatizou que o medo de perder o emprego ou enfrentar represálias públicas as manteve em silêncio por anos.

Algumas das denunciantes trabalharam simultaneamente na casa de Robinson, mas a vergonha as impedia de compartilhar suas experiências. Quando finalmente decidiram falar, o processo desencadeou o que Harris descreveu como uma “avalanche de emoção”. A decisão de entrar com a ação veio após um longo período de angústia, com as mulheres buscando justiça por meio de uma indenização significativa.

Envolvimento de Frances Robinson

Além de Smokey Robinson, a ação nomeia Frances Robinson, esposa do cantor, como ré. As denunciantes afirmam que ela contribuía para um ambiente de trabalho hostil, com gritos frequentes e uso de linguagem pejorativa de cunho étnico. Uma das mulheres relata que, ao recusar os avanços de Robinson, ele ameaçava que Frances seria “cruel” com ela, intensificando a pressão psicológica.

Outra denunciante, identificada como JD4, detalha um incidente em que Frances parecia tolerar ou ignorar o comportamento do marido. Essas acusações sugerem um ambiente doméstico marcado por intimidação, no qual as empregadas se sentiam encurraladas. O processo alega que Frances desempenhou um papel ativo na manutenção de condições abusivas, agravando o sofrimento das trabalhadoras.

Locais e frequência dos incidentes

Os abusos, segundo o processo, ocorreram em diferentes propriedades de Robinson, com destaque para sua residência em Chatsworth, um subúrbio a noroeste de Los Angeles. Outros incidentes teriam acontecido em uma casa temporária em Bell Canyon e em uma propriedade em Las Vegas. A escolha de locais sem câmeras de segurança, como quartos e áreas privadas, dificultava a obtenção de provas diretas pelas vítimas.

A frequência dos abusos variava entre as denunciantes:

  • Uma sofreu 23 incidentes em quase seis anos.
  • Outra enfrentou 20 abusos em 12 anos.
  • Uma terceira relata sete abusos em 13 meses.
  • A quarta vítima descreve múltiplos incidentes ao longo de mais de uma década.

Essa repetição, segundo o processo, demonstra um padrão deliberado de comportamento por parte de Robinson, que explorava a posição de poder sobre as empregadas.

Reações iniciais ao processo

O anúncio da ação judicial atraiu atenção significativa em Los Angeles, com a coletiva de imprensa atraindo jornalistas e curiosos. As três mulheres que apareceram pessoalmente, protegidas por máscaras, reforçaram a seriedade das acusações ao compartilhar breves relatos de suas experiências. A presença remota da quarta denunciante ampliou o impacto do evento, destacando a dificuldade de enfrentar uma figura pública como Robinson.

Representantes do cantor, cujo nome verdadeiro é William Robinson Jr., não responderam imediatamente aos pedidos de comentário da imprensa. A ausência de uma declaração oficial gerou especulações sobre como Robinson e sua equipe jurídica abordarão o caso. Enquanto isso, o advogado das denunciantes, John Harris, reiterou que o valor de US$ 50 milhões reflete a gravidade dos danos sofridos pelas mulheres.

Trajetória de Smokey Robinson

Smokey Robinson é uma figura lendária na música americana, conhecido por fundar o grupo The Miracles na década de 1950 e por sua carreira solo, que inclui hits como “Cruisin’” e “Being With You”. Ele também atuou como executivo da Motown Records, contribuindo para o sucesso de artistas como Stevie Wonder e The Temptations. Em 1987, foi introduzido no Rock & Roll Hall of Fame, consolidando seu legado como pioneiro do R&B.

Nascido em Detroit, Michigan, Robinson construiu uma carreira de mais de seis décadas, marcada por premiações e reconhecimento global. Sua influência na música soul e pop é inegável, com canções que continuam a inspirar novas gerações. No entanto, as acusações recentes lançam uma sombra sobre sua reputação, levantando questões sobre o comportamento de figuras públicas em ambientes privados.

Impacto financeiro e emocional nas denunciantes

As ex-empregadas enfrentaram perdas significativas após os incidentes. Além da interrupção de suas rendas, que já eram baixas, elas lidaram com traumas emocionais profundos. O processo destaca que o medo de represálias públicas e a preocupação com a exposição de suas identidades dificultaram a busca por ajuda.

Para algumas, o receio de impactos em seus status migratórios adicionava uma camada extra de insegurança. A decisão de não denunciar imediatamente às autoridades reflete as barreiras enfrentadas por trabalhadoras em posições vulneráveis, que muitas vezes carecem de recursos para enfrentar empregadores poderosos. O processo representa, para elas, uma tentativa de recuperar a dignidade e buscar reparação pelos danos sofridos.

Aspectos legais do caso

O processo foi registrado no Tribunal Superior do Condado de Los Angeles, uma jurisdição conhecida por lidar com casos de alto perfil envolvendo celebridades. A ação de 27 páginas detalha as acusações com precisão, incluindo datas, locais e descrições dos incidentes. A escolha de identificar as denunciantes como Jane Does visa proteger suas identidades, uma prática comum em casos de abuso sexual.

O valor de US$ 50 milhões solicitado reflete não apenas os danos físicos e emocionais, mas também a perda de renda e a humilhação sofrida pelas mulheres. O advogado John Harris afirmou que, embora nenhuma quantia possa compensar plenamente o sofrimento, a cifra é justificada pela gravidade das ações de Robinson. A inclusão de Frances Robinson como ré adiciona complexidade ao caso, sugerindo que o ambiente doméstico contribuiu para os abusos.

Silêncio e estigma entre as vítimas

O processo revela o peso do silêncio que as denunciantes carregaram por anos. A vergonha de compartilhar suas experiências, mesmo entre colegas que trabalhavam na mesma casa, criou um isolamento emocional. Algumas só revelaram os abusos após deixarem o emprego, quando se sentiram seguras para falar.

O advogado das vítimas destacou que a decisão de entrar com a ação foi um marco emocional:

  • Quebrou o ciclo de medo e constrangimento.
  • Permitiu que as mulheres se unissem em busca de justiça.
  • Encorajou outras possíveis vítimas a considerar denunciar.
  • Reforçou a importância de apoiar trabalhadoras em posições vulneráveis.

Essa mudança de perspectiva, segundo Harris, foi essencial para que as mulheres superassem o trauma inicial e buscassem reparação por meio do sistema judicial.

Contexto da residência de Chatsworth

A casa de Smokey Robinson em Chatsworth, onde a maioria dos incidentes teria ocorrido, é uma propriedade espaçosa em um bairro tranquilo de Los Angeles. A localização, afastada do centro urbano, proporcionava privacidade ao cantor, mas também isolava as empregadas, dificultando a busca por ajuda externa. A ausência de câmeras em certas áreas da casa, como quartos e banheiros, é um ponto central do processo, pois facilitava os abusos sem deixar evidências.

Outras propriedades mencionadas, como a casa temporária em Bell Canyon e a residência em Las Vegas, reforçam a mobilidade de Robinson e a continuidade de seu comportamento em diferentes locais. Esses detalhes geográficos ajudam a mapear a extensão das acusações, que abrangem quase duas décadas.

Debate público em Los Angeles

A notícia do processo gerou reações variadas em Los Angeles, uma cidade acostumada a escândalos envolvendo celebridades. Enquanto alguns fãs expressaram choque e descrença, outros defenderam a importância de ouvir as vítimas, independentemente da reputação do acusado. A coletiva de imprensa, com a presença das denunciantes, intensificou o debate sobre abuso de poder e as condições de trabalho de empregadas domésticas.

Organizações locais que apoiam trabalhadoras imigrantes emitiram comunicados destacando a necessidade de proteger mulheres em empregos precários. A visibilidade do caso também reacendeu discussões sobre o movimento #MeToo, que desde 2017 tem incentivado vítimas de abuso sexual a denunciar seus agressores, mesmo em casos envolvendo figuras públicas.

Histórico de acusações semelhantes na indústria do entretenimento

Casos de abuso sexual envolvendo celebridades não são novidade em Los Angeles. Nos últimos anos, figuras como Harvey Weinstein e R. Kelly enfrentaram acusações semelhantes, resultando em condenações e mudanças significativas na forma como a indústria do entretenimento aborda denúncias de má conduta. O processo contra Robinson se insere nesse contexto, destacando a vulnerabilidade de trabalhadoras em ambientes privados.

Diferentemente de casos anteriores, que muitas vezes envolviam atrizes ou profissionais do entretenimento, as denunciantes de Robinson são empregadas domésticas, o que amplia o escopo do debate para incluir trabalhadoras de baixa renda. A ação judicial pode inspirar outras vítimas em situações semelhantes a buscar justiça, especialmente em profissões com pouca visibilidade.

Próximos passos do processo

O caso agora segue para as próximas fases no Tribunal Superior do Condado de Los Angeles. A defesa de Smokey Robinson deve apresentar uma resposta formal às acusações, detalhando sua posição sobre os incidentes. A ausência de comentários iniciais por parte do cantor sugere que sua equipe jurídica está avaliando a melhor estratégia para lidar com o caso.

Enquanto isso, as denunciantes, representadas por John Harris, planejam continuar a luta judicial, buscando não apenas a indenização, mas também a exposição do comportamento de Robinson. O processo, que já atraiu cobertura significativa da mídia, promete manter o caso no centro das atenções nos próximos meses.

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