Cidade conhecida como “Princesinha do Acre” mantém viva a memória da luta e da fé
📍 Xapuri – AC | 26.set.2025 – 11h30 | atualizado há 1h

A cidade de Xapuri, considerada o berço da Revolução Acreana, mantém na Igreja Matriz de São Sebastião, localizada no centro urbano, um dos principais marcos históricos e religiosos do Acre. Conhecida como a “Princesinha do Acre”, Xapuri preserva tradições de luta, fé e resistência que seguem inspirando gerações de acreanos.
História e memória da Revolução
Foi em Xapuri que ocorreram alguns dos episódios decisivos da Revolução Acreana, movimento popular que resultou na incorporação definitiva do Acre ao território brasileiro no início do século XX. As ruas da cidade guardam até hoje símbolos dessa trajetória, transformando o município em referência histórica para todo o estado.
A chamada “Princesinha do Acre” não se destaca apenas pela memória da revolução, mas também pelo papel que exerceu em momentos posteriores da história política e ambiental, como a luta de Chico Mendes pela preservação da floresta e dos seringueiros.
Curiosidades e relatos da Matriz de São Sebastião
- Procissão antes da Revolução Acreana (1902)
Relatos históricos apontam que a primeira procissão em homenagem a São Sebastião ocorreu em 20 de janeiro de 1902, meses antes do início da Revolução Acreana. Fiéis caminharam em torno do povoado pedindo proteção diante dos tempos conturbados, mostrando que fé e história sempre andaram lado a lado em Xapuri. - Imagem italiana doada por médico
A matriz guarda como relíquia a imagem de São Sebastião, trazida da Itália por volta de 1915 e doada pelo médico Epaminondas Jácome. A escultura se tornou objeto de devoção popular e é até hoje símbolo espiritual para os fiéis. - Construção da nova matriz
Os projetos da nova igreja começaram em 1944. A pedra fundamental foi assentada em 1945, durante a festa do padroeiro, e a inauguração oficial aconteceu em 11 de janeiro de 1953. Nos anos seguintes, a torre recebeu sinos e as estátuas de cimento de Santa Inês e São Sebastião, doadas pelo bispo Dom Júlio Matiolli. - Reconhecimento como patrimônio
O templo entrou em processo de tombamento em 2009, por meio da Resolução nº 03 do Conselho Estadual de Patrimônio Histórico, reforçando o valor cultural e simbólico da matriz para a identidade do Acre. - Festa de São Sebastião mantém a paróquia
A tradicional festa do padroeiro é realizada todo mês de janeiro e está entre as celebrações religiosas mais antigas do Acre. Além da fé, a festa garante a manutenção da paróquia, com novenário, leilões, quermesses e procissões. - Devoção dos pioneiros nordestinos
A ligação de Xapuri com São Sebastião nasceu da devoção dos primeiros migrantes nordestinos que chegaram para trabalhar nos seringais. Em meio a dificuldades, eles encontraram no santo padroeiro uma fonte de esperança e resistência espiritual.
Identidade cultural da “Princesinha do Acre”
Além de seu valor religioso, a Igreja Matriz de São Sebastião é ponto de encontro social e cultural da comunidade. Em sua praça central, missas, casamentos, batizados e festas populares marcaram a vida de milhares de famílias. O templo é testemunha silenciosa de histórias de amor, fé e resistência que atravessaram gerações.
Conclusão
A Igreja Matriz de São Sebastião não é feita apenas de tijolos, imagens e vitrais: ela é feita de histórias. Quem rezou nas suas missas, quem ali foi batizado, quem celebrou casamento ou até mesmo quem apenas passou para pedir uma bênção, carrega um pedaço desse patrimônio no coração.
👉 Se você tem uma lembrança, uma fotografia, uma história curiosa ou até mesmo um relato de família ligado à Matriz de São Sebastião, deixe seu comentário. Sua memória ajuda a manter viva a tradição de Xapuri, a “Princesinha do Acre”, e a mostrar às novas gerações o valor desse templo que testemunhou fé, resistência e amor ao longo de mais de um século.
✍️ Por Eliton Lobato Muniz — Cidade AC News
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