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Poupança atrai R$ 1 trilhão no Brasil, mas rendimento de 6,17% ao ano decepciona investidores

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Poupança no Brasil ultrapassa R$ 1 trilhão, mas rendimento de 6,17% ao ano levanta dúvidas sobre sua atratividade. Mais de 100 milhões de brasileiros mantêm recursos na caderneta, gerida por bancos como Caixa, Santander e Itaú, em busca de segurança e liquidez. Em 2025, a aplicação segue como a mais popular do país, apesar de críticas ao retorno financeiro. O cálculo do rendimento, atrelado à taxa Selic e à Taxa Referencial (TR), garante 0,5% ao mês quando a Selic supera 8,5%, mas especialistas apontam alternativas mais rentáveis. A proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) cobre até R$ 250 mil por CPF, reforçando a confiança dos aplicadores. A modalidade, criada em 1861, resiste ao tempo, mas enfrenta desafios com a inflação elevada.

A caderneta de poupança, regulamentada pelo Banco Central, permite saques a qualquer momento sem cobrança de Imposto de Renda. O saldo nacional, segundo dados recentes, reflete a preferência por um investimento simples e acessível. No entanto, o retorno anual de 6,17% em 2025 não acompanha a inflação em muitos cenários econômicos.

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rafastockbr/shutterstock.com

Principais características da poupança:

  • Rendimento fixo de 6,17% ao ano com Selic acima de 8,5%.
  • Liquidez diária para saques sem penalidades.
  • Cobertura do FGC até R$ 250 mil por CPF e instituição.
  • Isenção de Imposto de Renda sobre os ganhos.

Origem e evolução histórica

A poupança foi instituída no Brasil em 1861, durante o Império, com a criação da Caixa Econômica Federal. Inicialmente voltada para trabalhadores de baixa renda, a aplicação ganhou popularidade ao longo do século XX. Bancos privados, como Bradesco e Santander, passaram a oferecer o produto, padronizado por regras do Banco Central. Em 2025, a caderneta segue como um dos investimentos mais antigos do país, com mais de 160 anos de história.

O formato atual da poupança, com rendimentos atrelados à Selic, foi estabelecido em 2012. Antes disso, o retorno fixo de 0,5% ao mês, somado à TR, era a regra. A mudança visou alinhar a aplicação ao cenário econômico, mas gerou debates sobre sua competitividade. Dados históricos mostram que, nos anos 1980 e 1990, a poupança enfrentou desafios com hiperinflação e o confisco do Plano Collor, em 1990, quando saldos foram bloqueados.

Como funciona o rendimento

O cálculo do rendimento da poupança depende da taxa Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Quando a Selic excede 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês mais a TR, resultando em 6,17% anuais em 2025. Se a Selic cair abaixo de 8,5%, o retorno passa a ser 70% da Selic acrescido da TR. A Taxa Referencial, calculada pelo Banco Central, tem impacto reduzido, mas complementa os ganhos.

Os juros são creditados mensalmente, no chamado “aniversário” da aplicação. Por exemplo, um depósito feito no dia 15 terá rendimentos aplicados no dia 15 do mês seguinte. Saques antes do aniversário podem anular os ganhos do período. Em 2024, o rendimento médio da poupança foi inferior ao de outros investimentos de renda fixa, como CDBs e Tesouro Selic.

Segurança garantida pelo FGC

O Fundo Garantidor de Créditos protege os investidores da poupança em caso de falência de instituições financeiras. Cada CPF tem cobertura de até R$ 250 mil por instituição, com um limite global de R$ 1 milhão a cada quatro anos. Bancos sólidos, como Santander e Itaú, reforçam a confiança dos aplicadores.

Em situações raras de insolvência, o FGC atua rapidamente, reembolsando os valores dentro do limite. Desde sua criação, em 1995, o fundo já cobriu perdas em diversas instituições, como o Banco Cruzeiro do Sul, em 2012. Para depósitos acima de R$ 250 mil, especialistas recomendam diversificar entre bancos.

Principais pontos do FGC:

  • Cobertura de até R$ 250 mil por CPF e instituição.
  • Limite global de R$ 1 milhão a cada quatro anos.
  • Atuação em casos de falência ou intervenção bancária.
  • Pagamentos iniciados em até 30 dias após o evento.

Comparação com a inflação

A inflação, medida pelo IPCA, é um desafio para a poupança. Em 2024, o índice acumulado foi de 4,5%, mas projeções para 2025 indicam possível alta, dependendo de fatores como preços de combustíveis e alimentos. Quando a inflação supera o rendimento de 6,17% ao ano, o poder de compra do investidor diminui.

Por exemplo, R$ 10 mil aplicados na poupança em janeiro de 2025 renderiam cerca de R$ 617 até dezembro, mas, com inflação de 5%, o ganho real seria reduzido. Nos últimos cinco anos, a poupança perdeu para a inflação em três deles, segundo dados do IBGE. Investidores atentos buscam alternativas para proteger o capital.

Alternativas à poupança

Outros investimentos de renda fixa oferecem retornos superiores com segurança semelhante. Títulos do Tesouro Selic, por exemplo, acompanham a taxa básica de juros e têm liquidez diária. CDBs de grandes bancos, como Nubank e Banco do Brasil, frequentemente rendem 100% do CDI, superando a poupança. Fundos DI e contas remuneradas também são opções populares.

Em 2024, o CDI acumulado foi de 8,2%, enquanto a poupança rendeu 6,17%. A diferença, ao longo de anos, impacta significativamente os ganhos. A isenção de Imposto de Renda na poupança é uma vantagem, mas não compensa a rentabilidade inferior em cenários de Selic elevada.

Opções de investimento:

  • Tesouro Selic: segue a taxa Selic, com resgate rápido.
  • CDBs de liquidez diária: rendem até 100% do CDI.
  • Fundos DI: baixa volatilidade e gestão profissional.
  • Contas remuneradas: ganhos automáticos sem aplicação manual.

Perdas silenciosas na poupança

Embora a poupança seja segura contra perdas nominais, o investidor pode perder poder de compra. A inflação elevada é o principal fator, reduzindo o valor real do dinheiro. Em 2023, por exemplo, o IPCA de 4,8% superou o rendimento da poupança em alguns meses, afetando pequenos investidores.

Outro risco histórico, embora improvável, é o confisco governamental, como ocorrido no Plano Collor. A quebra de bancos também é uma preocupação, mas a proteção do FGC minimiza esse risco. Especialistas recomendam diversificação para mitigar perdas indiretas.

Popularidade da poupança

A caderneta permanece como o investimento mais acessível no Brasil. Bancos como a Caixa Econômica Federal, que administra 40% do saldo nacional, oferecem abertura de contas sem taxas. A simplicidade da poupança atrai iniciantes, que valorizam a ausência de burocracia e a possibilidade de saques imediatos.

Em 2025, cerca de 60% dos brasileiros com investimentos mantêm algum valor na poupança, segundo estimativas do Banco Central. A aplicação é usada para reservas de emergência, pagamento de contas ou pequenos objetivos financeiros. A digitalização, com aplicativos de bancos, facilitou o acesso.

Fatores de popularidade:

  • Abertura de conta gratuita em bancos tradicionais.
  • Saques e depósitos sem custos adicionais.
  • Acesso via aplicativos bancários.
  • Tradição cultural de confiança na caderneta.

Desafios em cenários econômicos

A poupança enfrenta dificuldades em cenários de juros altos e inflação persistente. Quando a Selic sobe, outros investimentos de renda fixa tornam-se mais atrativos. Em 2025, com a Selic projetada para permanecer acima de 8,5%, a poupança mantém o rendimento de 6,17%, mas perde competitividade.

A Taxa Referencial, que complementa os ganhos, tem impacto reduzido, variando entre 0,1% e 0,3% ao ano. Investidores que buscam maior retorno precisam avaliar o mercado de renda fixa ou até renda variável, com auxílio de assessores financeiros.

Educação financeira e escolhas

A baixa educação financeira no Brasil contribui para a alta adesão à poupança. Muitos investidores desconhecem alternativas como o Tesouro Direto ou CDBs, que exigem maior conhecimento. Bancos e fintechs, como Nubank e Inter, intensificaram campanhas educativas em 2025, oferecendo simuladores de investimentos.

Workshops e conteúdos online, promovidos por instituições como a B3, ajudam a esclarecer as opções disponíveis. A poupança segue como ponto de partida, mas a diversificação é incentivada para objetivos de longo prazo.

Características educativas:

  • Simuladores gratuitos em plataformas como Mobills.
  • Cursos online da B3 e bancos digitais.
  • Consultoria financeira acessível em grandes bancos.
  • Conteúdos explicativos em redes sociais.

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